A PROPÓSITO do meu último post sobre o antigo primeiro-ministro guineense e das suas inconcebíveis recentes declarações, o meu amigo Jorge Lemos Peixoto, profundo conhecedor da realidade daquele país, enviou-me um comentário que não resisto a transcrever, tais os factos que relata e revelam bem quem é esta personagem a quem o nosso País, em nome de interesses ínvios, dá guarida :
"Recordo apenas alguns dados
factuais que marcaram a política de Cadogo nos últimos anos na
Guiné-Bissau:
1) Eleições legislativas em Março de 2004, tendo sido eleita a
Assembleia Nacional Popular e formado um novo Governo dirigido por Carlos Gomes
Júnior, Presidente do PAIGC, partido vencedor;
2) Eleições presidenciais em 19
de Junho de 2005 com segunda volta em 24 de Julho, tendo saído vencedor o
candidato independente João Bernardo Vieira,(Nino Veira) cuja investidura viria
a ter lugar em 1 de Outubro de 2005;
3) A demissão do governo de Carlos Gomes
Júnior em 28 de Outubro de 2005; a designação de Aristides Gomes para
primeiro-ministro em 2 de Novembro de 2005;
4) As eleições legislativas em
Novembro de 2008, tendo saído vencedor o PAIGC, com Carlos Gomes Júnior, como
chefe do governo;
5) O assalto, por um grupo armado, à residência do Presidente
da República João Bernardo Vieira, em 23 de Novembro de 2008;
6) O assassinato
à bomba do CEMGFA Tagme Na Waye, em 1 de Março de 2009;
7) Assassinato, por um
grupo armado, do Presidente da República em exercício e eleito democraticamente, João Bernardo "Nino" Vieira em 2 de Março de 2009;
8) Os
assassinatos, por um esquadrão militar, do deputado Hélder Proença, e do
candidato presidencial Baciro Dabó, e dos respetivos guarda-costas, a 1 e 2 de
Julho de 2009, respetivamente, a mando do Governo liderado por Carlos Gomes
Júnior, e do então CEMGFA Zamora Induta, porquanto em declarações públicas
proferidas pelos mesmos a motivação das mortes era uma tentativa de um golpe de
Estado, mas que mais tarde o Ministério Público viria a desmentir, arquivando
os respectivos processos, estando aberto processo-crime contra aqueles
senhores;
9) Assassinato do coronel Samba Djaló, chefe da
Contrainteligência Militar e Roberto Ferreira Cacheu, deputado e ex-ministro, e
Yaya Dabó, um conhecido agente da Segurança. Este último foi morto na esquadra
depois de ter sido entregue por uma delegação composta pelo Presidente da Liga
Guineense dos Direitos do Homem, o Presidente da Confederação de Sindicatos
Independentes e um Deputado, com conhecimento prévio do então Ministro do
Interior, Dr. Fernando Gomes, agora condecorado em Portugal como eminente
defensor dos direitos humanos.
Refira-se ainda queo Governo do PAIGC/ Cadogo
“negociou” um acordo com Angola de exploração de bauxite da Guiné-Bissau em que
a parte angolana retinha 90% do minério e os restantes 10% ficavam para a
Guiné-Bissau, sublinhe-se que as minas de bauxite não se situam no território
angolano, mas em território guineense. Nesse “negócio” os angolanos adiantaram
uma verba de 13 milhões de dólares que nunca deram entra na Fazenda Pública
guineense.
Além disso no tempo do senhor Carlos Gomes Júnior/PAIGC os angolanos
tinham instalado uma força militar de 800 militares de elite com blindados e
helicópteros e que por força do golpe militar de Abril de 2012, essa mesma
força teve de recuar para os países limítrofes."
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