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domingo, 29 de maio de 2011

A tentação de Cavaco

UMA EXPRESSIVA vitória eleitoral no próximo domingo (leia-se maioria absoluta) é o que poderá "livrar" Pedro Passos Coelho de ser vítima de uma previsível tentativa de Cavaco Silva em condicionar o líder do PSD na formação de um futuro governo, vetando e impondo nomes, numa tentativa caudillesca de, à distância e desde Belém, "telecomandar" as áreas mais sensíveis da governação. No caso de vencer à tangente e necessitar de promover um previsível acordo com o CDS/PP, Passos Coelho que se prepare para que o actual Presidente da República, em nome de uma "magistratura de influência" que nos momentos-chave sempre se furtou a exercer, queira levá-lo a incluir alguns dos seus "fiéis" no executivo e simultaneamente recusar outros, num claro "ajuste de contas" que data dos anos 90. E as razões que levaram o o juiz Carlos Alexandre a prolongar o período de segredo de justiça no famigerado "processo dos submarinos" veio mesmo a calhar para que Cavaco se sinta nas suas "sete quintas" para, quase duas décadas depois, e dê razão aqueles que dizem que "a vingança é um prato que se serve frio"...

Será que tem lata?

LEIO EM rodapé num canal televisivo que Mário Soares vai hoje até ao Porto para participar na campanha socialista. Estou ansioso por ver se esse "cromo" que responde pelo nome de José Lello (com dois "éles", atenção!) vai ter lata suficiente para, de punho cerrado e sorriso estampado no facies, surgir ao lado de quem desconsiderou ainda recentemente como se nada tivesse acontecido...

Alegre na "corrida"

A APARIÇÃO de Manuel Alegre num comício socialista, onde não se cansou de louvar José Sócrates e a sua governação, só pode ter um significado para quem o conheça minimamente. Depois de António Costa, António José Seguro e Francisco Assis, Alegre perfila-se também para uma eventual sucessão de Sócrates enquanto líder do PS.

'Tá bem abelha...

NO SITE da Presidência da República, Cavaco Silva veio, a meio da tarde e através de um comunicado, demarcar-se da notícia que o "Expresso" publicou na sua primeira página e que dava conta do seu alegado desacordo quanto à proposta de Pedro Passos Coelho em formar, em caso de vir a ser nomeado primeiro-ministro, um governo de apenas dez ministros. Quem quiser ler na íntegra essa declaração, basta aceder a http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=54156 e inteirar-se dessa posição oficial do actual chefe de Estado. Pois...

sábado, 28 de maio de 2011

Um comentário que "virou" post...

NÃO RESISTO a postar, ainda que sem autorização mas com a certeza que presto um "enorme serviço" a quem se interessa por estas coisas, um comentário recebido de "Maria Lisboa" acerca de um recente post aqui publicado e intitulado "Cavaco não tem emenda". Vale (mesmo) a pena lê-lo de fio a pavio:
"Só não concordo com uma coisa. Essa parte de "seu partido". Cavaco não era, não é, nem nunca será do PSD.
Passou por lá e foi PM durante muitos anos, aqueles em que Portugal poderia ter feito a diferença, aqueles em que recebeu triliões de euros que ele mal gastou com os amigalhaços a fazer auto-estradas em vez de o famoso TGV que devia ter sido feito nessa altura e renovar uma estrutura ferroviária em todo o País. ( de Portimão a Faro em comboio do século XVIII tarda-se em pleno XXI 2h...não é vergonhoso? O Aeroporto Internacional de Faro não tem terminal de comboio. Vai-se a Faro centro e depois apanha-se um auto-carro local, a cair de podre, sem ar condicionado e com as portas ferrugentas que pára em 50 paragens até chegar ao Aeroporto. Este serviço acaba às 20H, como se não chegassem mais aviões depois dessa hora. Loby Táxi no seu esplendor? Quem é o dono dos mesmos? algum amigalhaço do Presidente da Câmara? Fica aqui a vergonha declarada dum exemplo do que Cavaco poderia ter feito e nunca fez. Estaria mais interessado na compra e venda de acções com os amigos )
O PSD fez-lhe o favor de o votar a apoiar como PM e agora como PR mesmo de ter maltratado o partido que lhe deu TUDO. Há gente assim, que gosta de ser maltratado e depois apoiar quem o maltratou. Coitados. Vi muito disso no passado. Paulo Portas é outro que tal. Odeia Cavaco, Cavaco nem sabe quem ele é, mas apoia-o sempre para PR. É a hipocrisia no seu mais puro estado. Resulta. Os 2 estão a comer à grande vai para décadas.Manuela F.L. é amiga de Cavaco. Passam o Natal juntos. Não era a líder do PSD. Era uma amiga íntima que por acasopassou como ele por esse Partido que lhes deu luz própria. Que eles utilizaram.
Pedro Passos Coelho é muito melhor que Cavaco. Quase nasceu no PSD e nunca deixou de sonhar de um dia o levar ao poder e ser PM. Façamos-lhe essa honra. Tem "crescido" nesta campanha como pessoa e político.
Fez coisas parvas e de uma imaturidade sem precedentes como meter-se a "bailar o Tango" com aquele escroque da sociedade. Foi humilhado, insultado, magoado. Só ele não via que isso ia acontecer. Tarde e enxovalhado deu-se conta que o "outro" é um fraudulento, mentiroso, sem escrúpulos e perigoso (íssimo). Mais vale tarde que nunca.O País reconheceu-lhe isso e vai ganhar.Desejo-lhe muita sorte agora!!! Cavaco está acabado, velho, quase esquecido. Dentro de 2 ou 3 anos nem nos lembramos dele, por mais que a ele lhe custe isso. É a vida. Quem nada faz de interessante, é-se esquecido e geralmente são os mais ricos do Cemitério…Tudo fica cá amigos..Pois é…"

Está a ver que não é só política?

PARA QUEM se queixa que este blogue é só "política, politica e mais política...". Um tema da dupla Bôscoli&Menescal e que a "enorme" Maysa imortalizou e que ainda hoje, quase 50 anos depois, marca o inesquecível período da "bossa nova" e da eterna MPB.

Vão dar banho ao cão!


SE HÁ alguma coisa que verdadeiramente me irrita em períodos eleitorais, é esta irresistível tendência dos supostos "independentes" que, num ápice e logo que lhes acenam com um lugarzito em S.Bento, se apressam a aceitar convites para integrar (quando não mesmo encabeçar...) listas de candidatos a deputados dos nossos dois maiores partidos. Surgem sempre com um ar de quem sofre de uma incómoda prisão de ventre, desdobrando-se em mil e um argumentos que possam justificar o seu envolvimento nessa "coisa" da chamada "classe política" que tanto fizeram gala em desdenhar e que, ao longo dos anos, tantos minutos de TV e Rádio ou linhas de jornal lhes rendeu como "observadores" ou "comentadores" independentes. Quando lhes perguntam o "porquê" da sua opção, lá vêm os inevitáveis patátipátátás do tipo: "Não consegui dizer que não num momento como este que o nosso País atravessa"; ou "não imagina o quanto tive de pensar antes de aceitar um convite que me deixou surpreendido e até perplexo"; ou "só eu eu sei o sofrimento interior que tive de ultrapassar para envolver-me na política activa, mas nunca poderia recusar em nome dos valores que sempre defendi"; e, por exemplo, "senti que era meu dever enquanto cidadão dar o meu contributo". Sabem que mais? Vão mas é dar banho ao cão!

Cavaco não tem emenda


NÃO SEI se será fruto de algum "trauma" profundo ou se fará parte de alguma estratégia traçada pela sua "cara-metade", mas de uma coisa estou eu certo: não é coincidência! Estou a falar do triste e lamentável hábito de Cavaco Silva em, à beira das eleições, dizer (ou mandar dizer...) alguma coisa que prejudique o seu próprio partido. Fez isso com Fernando Nogueira, quando a cinco dias da ida às urnas, resolveu desmenti-lo publicamente acerca da sua candidatura presidencial; com Durão Barroso, ao negar-se a dar-lhe apoio público na campanha de 2002; e com Pedro Santana Lopes, publicando o famigerado texto da "boa e má moeda", já para não falar de tudo o resto (e não foi pouco...) que ajudou a desgastar o governo PSD/CDS. "Escapou" a sua amiga pessoal, Manuela Ferreira Leite, a única que conseguiu fazer uma campanha eleitoral sem que do lado do palácio de Belém surgisse algum "recado" objectivamente prejudicial à sua campanha e, até hoje, Pedro Passos Coelho que tinha estado imune a esta irresistível tendência de Cavaco em "beliscar" os candidatos do seu partido. Digo: até hoje... Porque olhando para a primeira página do "Expresso" lá vem, completamente a despropósito do que nos últimos dias se tem debatido, um título a três colunas: "Cavaco contra governo reduzido a 10 ministros". Nem vale a pena puxarmos pela memória para recordarmo-nos de quem partiu essa proposta de um executivo de apenas uma dezena de ministérios, pois não? De Passos Coelho é claro...

sexta-feira, 27 de maio de 2011

A cada vez maior importância do "voto útil"

AS ÚLTIMAS sondagens que voltaram a dar um "empate técnico" entre PSD e PS penalizam antes de mais CDS/PP e Bloco de Esquerda, as primeiras vítimas do chamado "voto útil", por parte de um eleitorado que, perante uma margem de diferença tão escassa, preferirá escolher PSD e PS a esses partidos no momento do voto. Quanto mais próximas estiverem as previsões sobre o score eleitoral dos dois principais partidos, mais esse voto útil será uma "arma" a jogar, tanto por José Sócrates como por Pedro Passos Coelho neste última semana de campanha. Arrisco-me a vaticinar que aquele que cometer menos erros (e ambos têm-nos cometido...) nos próximos dias é quem vai cantar vitória no dia 5 de Junho.




quarta-feira, 25 de maio de 2011

A táctica agora é outra...

ACABADO DE publicar na sempre atenta coluna "Radar" do conceituado jornalista Lauro Jardim na revista "Veja" e que revela a forma "doce", simpática e dialogante como, agora, as agências de rating começam a relacionar-se com os mercados: "As cinco agências de classificação de risco com atuação no Brasil – Standard & Poors, Moody’s, Fitch Rating, Austin Rating e Lopes Filho – realizam desde ontem uma série de apresentações para técnicos da CVM sobre seus modelos e procedimentos de atuação. A iniciativa é mundial e nasceu a partir dos questionamentos sobre a participação (ou omissão) das agências de rating nas recentes crises financeiras globais".

Quem sabe, sabe...

MUITO CURIOSA, a declaração de Mário Soares admitindo um entendimento entre PS e CDS/PP para a formação de um futuro governo. Especialmente vinda de quem vem, ou seja de quem, em 1976 - como muito bem recordou ontem José Medeiros Ferreira no "Prova dos 9" da TVI - teve a arte e o engenho de conseguir "tricotar" um executivo entre os dois partidos e que um dos segredos terá muito possivelmente residido em que nenhum dirigente de "primeirissima linha" do partido então liderado por Freitas do Amaral (pois é, ele foi do CDS vejam lá...) participasse no governo.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Cautelas e caldos de galinha...

DEPOIS DO debate de sexta-feira, do episódio "indo-paquistanês", dos seis pontos de diferença que a sondagem de hoje á de avanço ao PSD, agora só falta mesmo a Sócrates que aquele vulto da asneira e da bacorada que dá pelo nome de José Lello (com dois "éles", eu sei!) resolva dar nas vistas (algo a que não resiste) e abra a boca. A única solução é, à semelhança do que foi feito com Catroga, é mandá-lo para o outro lado do mundo, com o especial cuidado de eleger um local onde não exista nem "net" nem rede de telemóvel...

A versão lusa e pobretanas das "Puertas del Sol"...

QUE ME desculpem alguns amigos e conhecidos que depositavam grande esperança no "gigantesco movimento de massas" que iria confluir ao Rossio pedindo o fim deste estado de coisas e reclamando pela destituição da classe política, mas hoje resolvi tirar a tarde e rumar até ao centro da nossa capital. E o que me foi dado ver foi confrangedor... Não sei se era do sol (que estava a pique), mas depois de uma aturada e minuciosa contagem cheguei a uma soma que ultrapassava os dedos de uma mão e que, mesmo com uma grande boa-vontade, não alcançava os dedos das duas - nada mais, nada menos que 7, repito, 7 criaturas. E meia, é verdade... já me ia esquecendo do famélico "canito" que um dos habituées do Largo Camões, agora de casa e pucarinho no Rossio, arrastava (ou seria o contrário?) praça fora sabe-se lá à procura de quê. E acreditem que não estou a exagerar quando classifico o espectáculo de confrangedor: pelos alegados "manifestantes", pelo aspecto dos ditos cujos, pelo ridículo da situação e pelo perfeito "marimbar" de quem por ali passava, completamente alheio à versão lusitana do protesto das "Puertas del Sol". Acredito que à noite, aquilo chegue às três ou quatro dezenas de participantes. Depende da cerveja e dos "charritos", é claro...

Que grande erro de palmatória!


CAUSA-ME GRANDE confusão o enorme "erro de palmatória" que os responsáveis pela campanha do PS cometeram ao misturar na caravana de apoio a José Sócrates uma série de paquistaneses, indianos, moçambicanos e eu sei lá o quê, numa encenação bacoca, sem nexo e, no mínima, primária e apenas própria de algum mentecapto armado em grande estratega político-eleitoral ou de um excesso voluntarismo pouco condizente com tempos onde tudo tem que ser desenhado "a rágua e esquadro".E mais confusão me causa quando tenho observado o profissionalismo (no melhor sentido do termo...) e a eficácia das últimas campanhas do PS, onde tudo sempre tem funcionado ao milímetro e onde os erros são quase imperceptíveis. O que se passará para este descontrolo tão descarado e visível que dá azo à criação de factos que "escondem" a própria mensagem do líder?

domingo, 22 de maio de 2011

O "segredo" de um novo mapa autárquico...

A REDUÇÃO do número de autarquias, "imposto" pelo famigerado acordo com a não menos famigerada troika, parece ser uma das grandes "dores de cabeça" dos nossos dois maiores partidos, aflitos por não saberem como lidar com as mais que previsíveis contestações por parte dos seus autarcas que não hesitarão em "mover montanhas" para preservar os seus "territórios". Mas como me dizia há dias alguém, este poderia ser o "momento-chave" para PSD e PS resolverem um dos grandes problemas com que, a nível interno, se vão deparar: o que fazer às dezenas de "dinossauros" do poder local (muitos deles ainda jovens) que, por força da lei e cumpridos o exercício de três mandatos consecutivos, vão ver-se impedidos de recandidatar em 2013? Com uma reformulação do mapa autárquico, esse impedimento legal cairia por terra e muitos dos autarcas que estão na iminência de ficarem politicamente desempregados ficariam com a hipótese de recandidatarem-se às autarquias que lideram. Querem ver que afinal a reformulação do "mapa autárquico" vai ser mais fácil e pacífica do que poderia parecer à primeira vista?

sábado, 21 de maio de 2011

Se me contassem, não acreditava...


ACABEI DE ver na SIC-N uma reportagem sobre um grupo de paquistaneses(!) que acompanha a caravana de José Sócrates desde a sua passagem por Beja. Uns de turbante, outros mais "ocidentalizados" estes surpreendentes e longíquos apoiantes socialistas têm lugar reservado nas primeiras filas dos comícios e, segundo o repórter, direito a uma merenda especial e tudo. Mais: um deles, num português com um forte acento de Islamabad, não se cansava de apregoar aos microfones daquele canal de televisão, o seu apego aos ideais socialistas e a Sócrates.
Já percebi tudo: depois da apregoada "costela africana" de Passos Coelho que tanta polémica causou, os socialistas resolveram mostrar que o seu líder é o "mais monhé" dos candidatos a primeiro-ministro. Querem ver que ainda vou ver Paulo Portas de olhos em bico?

A não perder!

COMO DIZ o outro, "as verdades são para se dizer"... E apesar de não nutrir qualquer tipo de simpatia pelo autor, recomendo vivamente a ler o que Miguel Sousa Tavares escreve na edição de hoje do "Expresso" acerca da humilhação pública a que Dominique Strauss-Kahn foi sujeito por um sistema judicial norte-americano que só pode ter colhido inspiração nos enforcamentos do mítico Far West. É difícil ser tão certeiro!

P.S. - A propósito de DSK e para quem tem boa memória: já repararam de quem é filho o promotor público encarregue de reunir as provas contra o antigo director-geral do FMI? Nada mais nada menos que de Cyrus Vance, o secretário de Estado da administração Carter.Aliás o nome diz tudo: Cyrus Vance Jr.

Passos, 46 - Sócrates, 34

PELOS VISTOS e tendo em conta a sondagem telefónica feita pela Universidade Católica logo após o debate e divulgada pela RTP à meia-noite, o desempenho Pedro Passos Coelho foi o que recolheu mais opiniões positivas por parte dos inquiridos - 46 contra os 34 por cento que preferiram Sócrates e os seus argumentos, sendo apenas de 12% os que consideraram que o debate se tinha saldado num "empate". Vamos ver agora qual a repercussão que este "frente-a-frente" terá na próxima sondagem da "Intercampus" que será divulgada pela TVI na próxima terça-feira e cujo trabalho de campo está ainda a decorrer até amanhã.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

A importância do "factor eficácia"

ANALISAR DEBATES tipo "frente-a-frente" a partir da prestação de um ou outro dos adversários é o mesmo que classificar anúncios publicitários só na base do que esteticamente nos agrada, ou não. Por isso é que na publicidade, o prémio mais importante e significativo que uma agência ou cliente se podem orgulhar de ter conquistado é o da "eficácia". Lembram-se do insuportável Cristiano Ronaldo nos anúncios do BES no ano passado? Um horror, não era? Pois é, mas foi exactamente essa campanha do "CR nãoseiquê" é que ganhou o troféu destinado à eficácia. E - aqui eu sou suspeito... - a "chuva" de críticas a que o reposicionamento da marca "Pingo Doce" foi sujeito e que meteu campanha nas chamadas redes sociais e tudo? Quem é que acham que ganhou o "Prémio Eficácia" no sector da distribuição, quem foi? Pois é, foi a agência que criou a campanha para a rede de supermercados do grupo Jerónimo Martins...Vem isto a propósito do debate de há pouco entre José Sócrates e Pedro Passos Coelho e que, à partida, podia ser visto como "decisivo" na opção de muitos portugueses. Há certamente quem gostou da prestação do líder do PS e também quem tenha preferido a postura do candidato a primeiro-ministro do PSD. Também aqui, tal como no "case Pingo Doce", eu sou suspeito. E talvez por isso mesmo, atrevo-me apenas a deixar uma pergunta: quem é que terá sido mais eficaz? Passos Coelho ou Sócrates?

Por uma unha negra...

A SONDAGEM que daqui a umas horas será divulgada confirmará a importância que o debate de hoje à noite entre Pedro Passos Coelho e José Sócrates poderá ter quanto ao resultado eleitoral de 5 de Junho. Sem querer (e poder) estar a avançar com números e percentagens, o certo é que, somadas as intenções de voto, "esquerda" e "direita" estão separadas única e exclusivamente por uma décima percentual...

Coincidências...

QUE GRANDE coincidência, esta divulgação feita hoje sobre a execução orçamental e onde, nos primeiros quatro meses do ano, assistiu-se a uma redução de 45,3 por cento, quando comparada com idêntico período de 2010...

Os bitaites futebolísticos dos comentadores políticos

ONTEM À noite, ao ver o agora comentador político Luís Marques Mendes a perorar tão eloquentemente sobre futebol no decurso do seu comentário semanal na TVI, dei por mim a recordar a polémica e as críticas que a participação de Pedro Santana Lopes num programa semanal da SIC ("Donos da Bola", acho eu...) sobre futebol suscitou há muitos, mas muitos, anos atrás, quando as teses do "politicamente correcto" eram taxativas quanto à incompatibilidade entre futebol e política... E dei por mim a sorrir, especialmente quando rara é a semana em que Marcelo Rebelo de Sousa não surge de cachecol ou galhardete do Sporting de Braga na mão nos estúdios de Queluz; quando vejo Fernando Seara a esgatanhar-se toda para defender o "seu" Benfica no debate semanal que o opõe a Eduardo Barroso e a Manuel Serrão na TVI; ou quando vejo Manuela Ferreira Leite a liderar o "top" semanal de apostas do semanário "Expresso", acertando quase sempre nos resultados dos jogos de futebol. Engraçado... como os tempos mudam, n'é?

Sócrates, o PS e a rejeição...

A TESE de alguns analistas que os socialistas atingiram o seu imite nas intenções de voto tem alguma lógica. Muitas vezes, os índices de rejeição relativamente a um candidato ou a um partido são bem mais elucidativos que a intenção de voto expressa em inquérito - sejam eles telefónicos, presenciais ou em urna simulada. E de facto a rejeição que José Sócrates e o próprio Partido Socialista reúnem, não é de todo sinónimo de optimismo contagiante lá para as bandas do Largo do Rato. Mas atenção: essa rejeição e também esse voto que, à última hora, certamente escapará a um Sócrates já em versão overdose não é necessariamente um voto que vá directamente cair no "regaço" de Passos Coelho - pode mesmo vir a beneficiar uma esquerda que, contrariamente ao que muito boa gente pensa, não irá cair tão a pique quanto isso...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

A "nuance" by Rui Costa Pinto

COM A devida e mais merecida vénia ao meu amigo Rui Costa Pinto não resisto a transcrever este seu recente post no blogue "Mais Actual" e que mostra quão importante pode, de facto, ser uma nuance: "Paulo Portas afirmou, hoje, com aquele ar de estadista plastificado, que, mesmo que o PS ganhe as eleições, não compreende por que razão o CDS/PP e o PSD não poderão governar se alcançarem uma maioria no Parlamento. Eis uma frase que revela o desespero do líder do CDS/PP pelo poder. Mas revela muito mais: o timing perfeito para afirmar uma nuance que também pode servir para o outro cenário, ou seja, para justificar a concretização da coligação (secreta) entre CDS/PP e o PS depois das eleições de 5 de Junho. Tudo, obviamente, em nome do interesse nacional, quiçá, da liderança do Ministério dos Negócios Estrangeiros".

A discrição de Almeida Ribeiro

O SEMPRE discreto e cauteloso José Manuel Almeida Ribeiro, verdadeira eminence grise da campanha socialista e antigo quadro do SIS, continua a dar provas de uma competência verdadeiramente notável. Ao que parece e para não ser "apanhado" pelos jornalistas e simultaneamente não recusar um convite para dar uma aula sobre marketing político no ISCSP, resolveu, à última hora, antecipar para dois dias antes, a sua presença na Junqueira. Quem sabe, sabe...

"Com a alma em sangue"... Lembram-se?

REUNIDOS ALI para os lados do Príncipe Real, "cagaréus" e "mulas" resolveram resuscitar o chamado "caso Moderna" e mesmo lançar - sempre a coberto de acobardados pesudónimos - desafios ao autor deste blogue no sentido deste esclarecer supostos estatutos processuais relacionados com o complexo processo judicial que agitou o nosso País em finais da década de 90. E dado eu raramente virar as costas a um desafio e apesar deste ser anónimo e obviamente acanalhado, não resisti a ir aos meus arquivos e notas que dão sempre um "jeitão" quando queremos relembrar datas e factos. E vejam lá que a 7 de Abril de 2003, já o julgamento no Tribunal de Monsanto ia a mais de meio, deparei com uma notícia da "Lusa" e em que, numa "carta-aberta", o principal arguido no processo escrevia qualquer coisa como isto: "(...) Não é legítimo alguém exigir a outrem, na minha desgraçada situação, mais sacrifício. Não posso, aliás, a bem da verdade que assumi respeitar perante o Tribunal, ocultar por mais tempo factos pouco conhecidos e por ninguém esclarecidos, nem, tão pouco, assumi-los como de minha responsabilidade. É com a alma em sangue que o faço. Na mais completa solidão(...)". Vou puxar pela cabeça e ver se consigo lembrar-me do que se passou a seguir... 'Tá combinado?

Cadê as bandeiras?

O ESTADO a que (também...) chegou o nosso futebol! Ontem em Dublin numa final europeia em que se defrontaram duas equipas nacionais não se viu uma única bandeira portuguesa... E chegou-se mesmo ao ponto de, no final e durante a festa dos vencedores, um dos nóveis campeões e que simultaneamente joga na selecção nacional andar a pavonear-se no relvado "embrulhado" na bandeira de Cabo Verde! Talvez não fosse má ideia que, a partir de agora, o atleta em causa deixasse de fazer parte das convocatórias de Paulo Bento...

(Falta de) diálogo Norte-Sul

PRATICAMENTE EM simultâneo com o apelo à contenção verbal por parte de Pedro Passos Coelho feito no Porto por Francisco Assis com a justificação de "não fechar portas a eventuais compromissos que o interesse nacional venha a exigir", um pouco mais a sul o cabeça-de-lista do PS no distrito de Beja, ao lado de José Sócrates e perante a impassibilidade deste, resolveu apelidar o líder do PSD como "africanista de Massamá". De facto, Pita Ameixa de seu nome não poderia ter escolhido melhor dia e companhia para "mimosear" Passos Coelho e assim "mostrar serviço" ao seu chefe político que (garantem-me...) chegou mesmo a esboçar um sorriso perante a "graçola" do seu camarada.

quarta-feira, 18 de maio de 2011

Os disparates de um tal dr. Almeida

ACABEI DE ler no "Facebook" que o "Correio da Manhã" deu hoje destaque a uma afirmação de um tal Fernando Almeida, médico de profissão e que - vá lá saber-se a que propósito! - aproveitou a sua intervenção num congresso de criminologia(!) que decorreu no Porto para garantir a pés-juntos que existe um líder político no nosso País que, segundo ele, é, nada mais nada menos que "homossexual". Lê-se e não se acredita... Em primeiro lugar pela simples razão de não conseguirmos perceber o que é o tal dr. Almeida tem a ver com isso; em segundo lugar porque, dado o carácter do evento em que tal disparatada afirmação foi proferida, depreende-se que o tal dr. Almeida considera a homossexualidade um "crime"; a seguir, porque apesar de não o conhecer, percebi que o dr. Almeida é parvo; e por último, porque uma afirmação tão categórica (terá o autor conhecimento de causa?) suscita desde logo uma pergunta a ser feita ao tal de dr. Almeida - "e explique-nos lá: o que é o cu tem a ver a ver com as calças?". Tanto disparate, meu Deus...

Falta de pontaria ou o encanto do tango

O CADA dia mais discreto Macário Correia, agora autarca-mor da capital algarvia, resolveu - também ele - desenvolver contactos no âmbito do que ele denomina "diplomacia económica", algo que está desde há anos muito na moda e tem sido o verdadeiro "ai jesus" de muito presidente de Câmara por esse país fora, substituindo as já "velhas" e gastas "geminações" e permitindo assim umas retemperadoras viagens além-fronteiras. E depois de uma visita ao Brasil, anuncia agora uma deslocação até à Argentina com o propósito de captar e direccionar para Faro possíveis investimentos daquele país sul-americano. Mas não há ninguém que consiga explicar a Macário que era capaz de ser melhor tentar "apostar" em países como o Chile, a Colômbia e até mesmo o Perú, cujas economias estão em excelente "forma", do que numa tristemente depauperada Argentina? Ou será que o encanto do tango supera tudo e transmite um inexplicável optimismo em descobrir o chamado "mapa da mina"?

Uma visita com "água no bico"?

TENHO UM amigo que sempre teve um especial "faro" para certas coisas e para uma previsibilidade fora do comum. E dizia-me ontem que acha que esta "visita" feita pelas autoridades às discretas instalações do Banco Rotschild em Lisboa, mais concretamente ao Princípe Real, tem "água no bico". O que ele não me consegue (ou não quer...) dizer é se essa água vai "transbordar" até ao próximo dia 5 de Junho...

terça-feira, 17 de maio de 2011

O "cagaréu" e a "mula"

O GOZO que me dá apreciar o tempo que alguns imbecis perdem em "comentar", a coberto de um sempre útil e acobardado pseudónimo, alguns dos meus posts! E que eu - pelas simples razão dos seus autores acanalhadamente preferirem ocultar as suas identidades - não publico. Ponto final. Mas se calhar até sou capaz de "ressuscitar" algum tema evocado por algum "cagaréu" manholas... O "caso Moderna", por exemplo. Querem?! Ou, reunidos os "cagaréus" e analisada a fundo a questão, acham que é melhor não estar a lembrar coisas antigas. É que, neste caso e contrariamente ao adágio, acreditem que "há águas passadas que movem moinhos"...

domingo, 15 de maio de 2011

Um "servicinho" dos "serviços"?

CONVENHAMOS QUE no mínimo é estranho que alguém que, além de ocupar o cargo que ocupa, tinha grandes chances em suceder a Sarkozy no palácio do Eliseu "perca a cabeça" por uma empregada de quarto do hotel onde estava alojado em Nova York e se sujeite ao vexame de ser retirado do interior de um avião da Air France, detido e conduzido a tribunal pela polícia norte-americana, arriscando-se mesmo a uma pena que pode ir dos 33 aos 45 anos de prisão. Há aqui qualquer coisa que não bate certo e "cheira-me" que este escândalo a envolver Dominique Strauss-Kahn é capaz de ter contornos que, apesar de ainda obscuros, mais tarde ou mais cedo vão tornar-se claros "que nem água". É que isto das ciladas, armadilhas e golpes baixos dos muitos "serviços" que pululam por esse mundo fora não é só dos livros. Não é, não...

sábado, 14 de maio de 2011

Recordar é viver (II)

NO DEBATE que opôs os líderes do PSD e do CDS/PP, Paulo Portas queixou-se algo amargamente do facto dos social-democratas não terem aceite formar uma coligação pré-eleitoral para apresentarem-se juntos no próximo dia 5. Pena que Pedro Passos Coelho não tenha lembrado ao seu oponente idêntica recusa - mas desta feita de Portas quando, em 2005 (após Jorge Sampaio ter dissolvido a Assembleia da República e na prática demitido o governo PSD/CDS), virou as costas a um entendimento pré-eleitoral nas eleições que deram a primeira vitória a José Sócrates. Lembram-se?

Recordar é viver...


MAS O texto da edição do "Expresso" de hoje que mais pele de galinha pode provocar a quem ainda tenha memória é o "comentário" do agora, pelos vistos, anti-socrático Diogo Freitas do Amaral. Intitulado "Que saudades do PS de Soares!" (com ponto de exclamação e tudo...), o antigo ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros do penúltimo governo de José Sócrates tenta justificar à saciedade os motivos que o levaram, em apenas ano e meio, a descobrir que afinal Sócrates tinha deixado de ser "um primeiro-ministro francamente bom" para transformar-se "num mau primeiro-ministro" e em alguém que possui "pouca cultura democrática". Mas mesmo dando isso de barato, o que é verdadeiramente extraordinário é Freitas chamar à liça de Mário Soares, usando-o como "muleta" ou justificação para o seu ziguezagueante percurso político. O mesmo Soares que Freitas do Amaral enfrentou nas eleições presidenciais de 1985 e contra quem a campanha do "P'rá frente Portugal!" desenvolveu uma uma série de ataques (até de ordem pessoal) que não primaram propriamente por uma grande cultura democrática - lembram-se?

Nem de propósito...

... ABRO O "Expresso" e encontro dois textos que vão ao encontro da tal ânsia e sede de poder de Paulo Portas a que me referi no post abaixo. O primeiro na página 8, da autoria da excelente e sempre bem-informada Ângela Silva, intitulado "Portas não exclui ter de negociar com o PS" e em que é relatado o frenesim e excitamento que tomou conta do Largo do Caldas após a divulgação da última sondagem da Intercampus e cujos resultados "viabilizam" um governo de maioria parlamentar, juntando o CDS/PP aos socialistas. O segundo texto é o que ocupa toda a página 17 e que se intitula "Basílio ainda acredita numa aliança PS/CDS" e onde, entre outras barbaridades, Basílio Horta consegue justificar a sua presença à frente da lista socialista em Leiria pelo facto de ser (sic) "um democrata-cristão com ideias próximas da social-democracia e o PS é o partido que mais se aproxima disso". Não serão coincidências a mais?

Paulo Portas vs. Zé Castelo Branco


TENHO AMIGOS que acham que, no debate de ontem entre Pedro Passos Coelho e Paulo Portas, a vitória foi do segundo. Pela minha parte, acho que foi mais um empate... Mas entendo quando escuto os argumentos desses meus amigos e quando me apontam dois ou três momentos em que o líder do CDS/PP marcou pontos relativamente ao seu oponente. No fundo, o que faltou a Passos Coelho para levar o adversário "às cordas" foi um killer instint que ele não possui ou não o deixam usar. Sejamos claros: por muito ar zombeteiro de Portas coloque enquanto os seus oponentes falem e quando as câmeras o focam, por muito ênfase que ele coloque nas frases que vêm minuciosamente preparadas e não passam de sound bytes que visam tentar conferir-lhe um ar respeitável e de estadista e por muita e contínua adulteração de factos que insista em fazer, Paulo Portas não passa de um embuste.
Portas é assim uma espécie de "boneco" de ele próprio, construído e moldado consoante as circunstâncias, ao sabor de ventos e marés, um pouco à imagem e semelhança (sem ofensa, claro...) do celebérrimo José Castelo Branco que adequa poses e vestimentas conforme esteja na "Quinta das Celebridades" ou na "Tribo dos nãoseiquê". Enquanto o Zé põe a capeline para ir ao Goucha, o Paulo escolhe o boné de agricultor para rumar à Ovibeja... O "Chateâu" opta pelos Dior com salto de 15 centímetros para ir à "gala da TVI"? É certo e sabido que o Paulinho calça o botim para ir até à "Feira do Cavalo" na Golegã... O Castelo Branco enfia-se numas leggings para ir (com a Betty) a uma discoteca na Foz do Arelho promover o seu último disco? O Portas escolhe uns jeans desbotados para ir reunir com uns estudantes e promover o seu manifesto eleitoral. E enquanto o "cromo" pavoneia-se em frente aos fotógrafos com uma écharpe Chanel a condizer ton sur ton com o cinto Gucci, o nosso político enfarpela-se com um fato cinzento às "risquinhas de giz" para ir ao nosso Parlamento, qual lord inglês na Câmara dos ditos, interpelar o primeiro-ministro...
Certamente por receio em "hipotecar" alguma hipótese de entendimento próximo, Passos Coelho perdeu uma excelente oportunidade de desmascarar de vez Portas e aquela sua irritante pose de pretenso "homem de Estado". De confrontá-lo com as responsabilidades que ele obviamente (também) possui na situação a que chegámos, de "recordar-lhe" incongruências, situações menos claras e erros por ele protagonizados enquanto governante e, a jeito de estocada final, perguntar-lhe "olhos nos olhos" se, no fundo, Portas achará mesmo que os portugueses não têm memória, se lhe passa pela cabeça que acreditarão naquele seu ar de "virgem" que não tem, nem teve, nada a ver com o que se passou e passa no nosso País. Repito: certamente Passos Coelho teve receio de poder comprometer um futuro entendimento entre PSD e CDS. Nada mais errado! Só quem não conhece a sede e ânsia que Portas possui em voltar ao poder a qualquer preço e, diga-se em abono da verdade, seja com quem for, é que poderia ter esse receio...

quarta-feira, 11 de maio de 2011

A nova táctica de Sócrates

NO ÚLTIMO debate televisivo que opôs José Sócrates a Francisco Louçã, o primeiro-ministro inaugurou um novo estilo no que diz respeito à forma de reagir às afirmações do seu oponente, dissipando qualquer dúvida no que diz respeito ao desagrado e à nítida "falta de pachorra" com que ouvia o líder bloquista - nada mais nada menos que... "bufando". Talvez porque Louçã não lhe dava qualquer chance para interrompê-lo, Sócrates optou então por uma ardilosa maneira de tentar descredibilizar o discurso do seu adversário, "bufando" num jeito meio lamuriento e de visível desdém. Táctica ou cansaço?

O voto útil

COMEÇO A não ter grandes dúvidas que o "voto útil" à esquerda é no Partido Comunista. Por todas (e mais alguma) razão. A começar (e a acabar...) por pôr o Bloco de Esquerda e o seu insuportável líder "en su sítio"!

Isto há cada coisa...

TENHO UM amigo que passa a vida a dizer que, depois de ver o muro de Berlim desfeito, nada mais o poderá surpreender. Eu até há algum tempo partilhei dessa "tese", mas desde que li (e vi...) Luís Filipe Menezes alinhar pelo mesmo diapasão que o dr. Veiga ("é com muito gelo, se faz favor!"), acho que ainda tenho capacidade para me surpreender. Mesmo que seja relativamente a Paulo Portas e esse seu sonho (pesadelo?) em vir a ser candidato a primeiro-ministro...

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Voltou!

APÓS UM súbito desaparecimento e, ao que dizem, um amuo de bater mesmo com estrondo com a porta, eis que aquela enfatuada e sinuosa figura, eterno candidato a qualquer coisa que lhe toque em qualquer governo que se forme e que dá pelo nome de António do Pranto Nogueira Leite voltou à ribalta - ou seja, ao púlpito da sede da S. Caetano à Lapa. Imagino o frou e orgulho que este seu regresso aos ecrãs terá causado no meio do Atlântico, sentido pelos quadros e funcionários do conceituado e afamado banco Onix, essa indelével referência do sistema bancário cabo-verdiano, de que Nogueira Leite é administrador.

domingo, 8 de maio de 2011

SSS


A PROPÓSITO: porque raio de razão é que, entre o inner circle do sempre documentadíssimo José Sócrates, o líder do CDS/PP é tratado com o código de "SSS" ou "triesse"? Será que depois da Jaguar, a Datsun (que teve em tempos o mítico 1600 SSS) passou a ser marca preferida de Paulo Portas? Ou será que estes três "ésses" serão as iniciais de alguns "dossiers" que Sócrates tem na manga e que julga suficientes para condicionar o líder popular?

Debate

TALVEZ POR achar que, em muita coisa, ambos são "farinha do mesmo saco", estou ansioso por sentar-me amanhã à noite assistir ao debate entre José Sócrates e Paulo Portas. E esta minha ansiedade tem a ver basicamente em tentar perceber basicamente o que não será dito e a forma como um e outro manter-se-ão, utilizando uma linguagem tauromáquica, "nas tábuas" e não arriscando a pisar os "medios". Não sei porquê, mas cheira-me que vai ser um debate de meias-palavras e subentendidos...

sábado, 7 de maio de 2011

Lançar a escada?

A ENTREVISTA de António Barreto ao jornal "i" e o feroz ataque desferido em José Sócrates e que o jornal chamou para manchete ("Sócrates precisa de ser severamente castigado") pode ser lido como um "sinal" bem claro da predisposição do antigo ministro de Agricultura de Mário Soares e posteriormente destacado apoiante da Aliança Democrática de Sá Carneiro em ser "parte da solução" - algo que ele não reconhece ao actual primeiro-ministro quando afirma que Sócrates "não está à altura, não é capaz de contribuir para as soluções futuras". O nome de Barreto é cada vez mais falado como uma das soluções mais consensuais para liderar um executivo de ampla plataforma de apoio parlamentar. Aliás, ao mesmo tempo que desfere violentos ataques a Sócrates, nesta entrevista Barreto considera os socialistas como "indispensáveis para uma solução", admitindo acordos de incidência parlamentar que viabilizem um futuro governo. Actual dirigente máximo da Fundação Francisco Manuel dos Santos, Barreto tem ganho ultimamente um protagonismo no panorama político nacional que - quem o conhece - recusa-se a classificar como "inocente"...

Uma questão de chá...


COM INUSITADAS honras de primeira página no "Expresso" (isto ser amigo do "patrão" ajuda e de que maneira...), o inefável Miguel Veiga, essa caricata figura que de vez em quando resolve contribuir para a galhofa nacional, decidiu zombar da pretensão (algo irrealista, diga-se de passagem) de Paulo Portas intitular-se candidato a primeiro-ministro: "Paulo Portas dizer que quer ser primeiro-ministro é de um atrevimento inaudito. É como eu dizer que sou o Xá da Pérsia". Xá da Pérsia, não sei... agora "chá da Escócia", já não punha as mãos no fogo!

sexta-feira, 6 de maio de 2011

O "campeão"!


MAS JÁ que falámos em matéria de sinuoso percurso político, o verdadeiro "campeão" destas andanças dá pelo nome de José Veiga Simão. Os cargos e factos galam por si: reitor da Universidade de Lourenço Marques, nomeado por Salazar; ministro da Educação Nacional nos governos de Marcello Caetano; depois do 25 de Abril, nomeado pelo general António de Spínola como embaixador na ONU; ministro da Indústria de Mário Soares; presidente do LNEC nos tempos de Cavaco Silva; e ministro da Defesa de António Guterrres. Palavras para quê?

O "predestinado"

DIOGO FREITAS do Amaral sempre se dete ter considerado um predestinado... Jovem quando o antigo regime se desmoronou e as suas esperanças de vir a ser figura de proa no Estado Novo ruiram, apressou-se a fundar um partido "personalista"(!), a insinuar-se junto dos sectores "spinolistas" e a ganhar um assento no Conselho de Estado. Mas pouco tempo depois "fez-se" com os socialistas e viabilizou um acordo governamental com o PS, dando origem a um governo PS/CDS que pouco ou nada durou... Os eleitores nunca lhe "passaram cartão" e não fosse Sá Carneiro a servir-se dele como "muleta" nunca teria chegado ao governo. Mas com a Aliança Democrática finalmente entrou num executivo, alcançando o cargo de vice-primeiro-ministro e responsável pela política externa . Tinha na altura quarenta e poucos anos e pela pose e ar enfatuado aparentava sessenta. Quando Sá Carneiro morreu em Camarate, fez tudo para ser que a AD o indicasse como sucessor à frente do executivo, mas o PSD naturalmente impôs Pinto Balsemão como chefe do governo. Amuou, saiu do governo e, nos bastidores, apostou no desgaste da coligação de que fora um dos líderes. Em 1985 conseguiu ser o candidato presidencial da direita, mas à segunda volta Mário Soares, numa campanha que teve tanto de disputada como de "acanalhada", trocou-lhe as voltas e perdeu as eleições. A partir daí andou politicamente aos caídos, sempre ao sabor dos "ventos" que corriam e conservando uma pose professoral e auto-intitulando-se "referência do regime". Regressou ao CDS, onde um clarificador "banho eleitoral" o afasrtou de vez das lides partidárias. Distribuiu pareceres, "enfeitou" muitas jarras (que é como quem diz foi fazendo uns "jeitos" a quem mais convinha...), foi um crítico de Cavaco (a quem nunca perdoou o facto do PSD não o ter ajudado a liquidar as dívidas resultantes das presidenciais perdidas) e aproximou-se lentamente dos socialistas. Com José Sócrates conseguiu finalmente regressar ao poder e logo como ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de um governo socialista(!), pasta a que regressou e onde permaneceu até, alegando motivos de saúde, eixar o governo. Como no tempo da AD foi progressivamente afastando-se de quem lhe tinha dado a mão (neste caso, Sócrates) e sentindo para que lado corriam os ventos, como que "cheirando" o poder. Pelos vistos já curado da maleita que o apoquentava e fez sair do governo socialista, num dos seus habituais "volte-face" político-partidários veio agora piscar o olho a Passos Coelho e colocar-se estrategicamente como "ministeriável" ou mesmo - quem sabe? - como uma hipótese para chefiar um hipotético governo de amplo apoio parlamentar, isto no caso de nenhum dos principais partidos obtiver a 5 de Junho uma clarificadora vitória nas urnas. Como diz um amigo meu: "Está provado que para muitos, o crime compensa, n'é? Vais ver que ainda nos arriscamos a 'levar' com o professor...". Safa!

quinta-feira, 5 de maio de 2011

Os nomes dos ministros

NÃO VI toda entrevista de ontem de Pedro Passos Coelho à RTP - apenas uns quantos minutos finais. E contrariamente ao que afirmou, acho que a sua candidatura a primeiro-ministro não tinha nada a perder com a divulgação antecipada da composição do seu governo - pelo menos dos nomes que iriam ocupar as chamadas "pasta nucleares". Acho mesmo que tinha muito a ganhar, desde que as figuras em causa fossem de peso e credibilidade "à prova de bala". Dirão que isso poderia vir a provocar problemas no partido, com "barões" e "baronesas" amuados e criando-lhe problemas internos. É possível... Mas é exactamente nesses momentos que se vê a capacidade de liderança e a coragem de alguém que quer convencer os portugueses que será um bom primeiro-ministro!

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Contas à vida...

APESAR DA crise, da campanha eleitoral que já está a dar os primeiros passos e da incerteza do resultado das eleições de 5 de Junho e que, tudo indica, não será propriamente lá muito "clarificador", há quem quem não perca o seu norte e, colocando a carroça à frente dos bois, já ande a recolher informação no sentido de poder eleger a área governamental que pretende tutelar num hipotético futuro governo. E como Portugal é uma aldeia e Lisboa um casinhoto, contaram-me hoje de manhã que uma ladina e ambiciosa personagem desceu até à capital para averiguar, timtimportimtim, qual o património imobiliário da Casa Pia - instituição essa que a criaturinha em causa já confidenciou a amigos e "parceiros" ir tutelar. Que o rapazolas em causa sempre teve sede, isso não é novidade até pela forma sôfrega como, sempre que pode, leva o cantil à fonte. Agora o que é novidade para mim é que, no meio de tantos afazeres institucionais e partidários, ainda tivesse tempo e cabeça para andar a fazer contas...

Uns marcam, outros sofrem (golos...)

POR ESTAR numa reunião que se prolongou até perto das nove e meia, só quando cheguei a casa, por volta das dez da noite, soube da comunicação televisiva de José Sócrates (com um carrancudo Teixeira Santos a seu lado) dando conta de (alguns?) dos principais pontos do acordo estabelecido entre o governo e a famosa "troika". E ainda estava de boca-aberta com a aparente moderação do "pacote" de medidas, quando o meu amigo Luís Cirilo, sempre perspicaz e super-atento aos mais ínfimos detalhes, chamou-me a atenção para o facto da comunicação do primeiro-ministro ter sido feita exactamente no intervalo do Barcelona-Real Madrid que a RTP estava a transmitir e que meio-País estava a assistir. De facto, como dizia o Luís, temos um chefe de governo que, se lhe convém, até faz o papel de "cheerleader", aquelas meninas jeitosas que costumam abrilhantar e "encher o olho" dos espectadores nos intervalos dos jogos. E o que me preocupa é que enquanto Sócrates corre, dribla, passa, desmarca-se, remata e vai fazendo uns golitos, tendo ainda tempo para fazer de "cheerleader", há quem neste "jogo" apenas e só ande para aí a meter golos na própria baliza. É triste, mas é verdade...

terça-feira, 3 de maio de 2011

Abaixo de Braga...


CADA VEZ que vejo ou oiço o dr. Vítor Constâncio, investido nas suas funções de vice-presidente do Banco Central Europeu(!), a falar sobre a situação portuguesa e a dar conselhos doutorais e do alto de uma "cátedra" que ele alcançou após ter adulterado - para não dizer falsificado... - os números oficiais de um suposto défice de forma a adequá-lo às pretensões eleitorais do seu partido e de ter sido um incompetente enquanto governador do Banco de Portugal no que diz respeito à supervisão de bancos como o BPN e o BPP, a minha vontade é mandá-lo aquela parte...

segunda-feira, 2 de maio de 2011

O estilo de Obama

NO MOMENTO em que Barack Obama anunciou a morte de Osama Bin Laden acho da mais elementar justiça realçar a forma sóbria com que o presidente dos Estados Unidos o fez. Sem aqueles assomos quase "histéricos" de incitamento à vingança e morte que caracterizaram o estilo do seu antecessor e com uma dignidade que qualquer chefe de Estado que se preze - e apesar do 11 de Setembro e do óbvio trauma que se abateu sobre a América - deve obviamente possuir. Aqui fica a tradução da excelente comunicação presidencial de Obama:
"Boa noite. Esta noite, posso informar ao povo americano e ao mundo que os Estados Unidos conduziram uma operação que matou Osama bin Laden, o líder da Al Qaeda e um terrorista responsável pelo assassinato de milhares de homens, mulheres e crianças inocentes. Foi há quase 10 anos que um brilhante dia de setembro foi obscurecido pelo pior ataque contra o povo americano em nossa história. As imagens do 11/9 estão gravadas em nossa memória... aviões sequestrados atravessando um céu nublado de setembro; as Torres Gêmeas desabando; a fumaça negra sobre o Pentágono; os destroços do voo 93 em Shanksville, Pennsylvania, onde as ações de cidadãos heroicos nos salvaram de mais dor e destruição.E mesmo assim sabemos que as piores imagens são aquelas que não são vistas pelo mundo. O lugar vazio na mesa de jantar. Crianças que foram forçadas a crescer sem sua mãe ou seu pai. Pais que nunca mais conheceram o sentimento do abraço de seus filhos. Cerca de 3.000 cidadãos tirados de nós, deixando um buraco em nossos corações Em 11 de setembro de 2001, em nosso luto, o povo americano se uniu. Oferecemos aos nossos vizinhos nossa mão, e oferecemos ao feridos o nosso sangue. Reafirmamos nossos laços e nosso amor enquanto comunidade e país. Naquele dia, não importava de onde viemos, para que Deus oremos, ou a que raça ou etnia pertençamos, estávamos unidos como uma família americana.Estávamos também unidos em nossa determinação de proteger nossa nação e trazer as pessoas que cometeram esse terrível ataque ante a justiça. Rapidamente ficamos sabendo que os ataques do 11/9 foram realizados pela Al Qaeda, uma organização chefiada por Osama bin Laden, em guerra declarada contra os Estados Unidos e que estava comprometida em matar inocentes em nosso país e em todo o globo. E fomos levados a uma guerra contra a Al-Qaeda para proteger nossos cidadãos, nossos amigos e nossos aliados.Nos últimos 10 anos, graças ao trabalho incansável e heroico de nossos profissionais militares e contraterrorismo, conseguimos grandes avanços nesse esforço. Impedimos ataques terroristas e fortalecemos as defesas de nossa nação. No Afeganistão, removemos o governo talibã, que deu proteção e apoio a Bin Laden. E por todo o planeta, trabalhamos com nossos amigos e aliados para capturar e matar os terroristas da Al Qaeda, incluindo vários que fizeram parte do complô do 11/9.Mesmo assim Osama bin Laden evitou a captura e escapou através da fronteira do Afeganistão com o Paquistão. Enquanto isso, a Al Qaeda continuava a operar ao longo dessa fronteira e através de seus associados através do mundo.E logo depois que assumi o governo, determinei a Leon Panetta, diretor da CIA, que a morte ou captura de Bin Laden seria a prioridade nossa guerra contra a Al Qaeda, enquanto prosseguíamos em nossos esforços no exterior para impedir, desmantelar e derrotar sua rede.Então, em agosto passado, depois de anos de um trabalho minucioso de nossa comunidade de inteligência, fui informado de uma possível pista que levava a Bin Laden. E levou muitos meses para acabar com essa ameaça. Encontrei-me repetidamente com minha equipe de segurança nacional enquanto obtínhamos dados sobre a possibilidade de que havíamos localizado Bin Laden escondido num complexo no interior do Paquistão. E, finamente, na semana passada, determinei que tínhamos informações suficientes para agir, e autorizei uma operação para capturar Osama bin Laden e levá-lo ante a Justiça.Hoje, sob minha direção, os Estados Unidos lançaram uma operação contra aquele complexo em Abbottabad, Paquistão. Uma pequena equipe de americanos conduziu a operação com extraordinária coragem e capacidade. Nenhum americano ficou ferido. Eles tiveram o cuidado de evitar vítimas civis. Depois de um tiroteio, eles mataram Osama bin Laden e assumiram a custódia de seu corpo.Por quase duas décadas, Bin Laden foi o líder e o símbolo da Al Qaeda, e continuou a planejar ataques contra nosso país e nossos amigos e aliados. A morte de Bin Laden marcara o êxito mais significativo até o momento nos esforços de nosso país em derrotar a Al Qaeda.E ainda sua morte não marca o fim de nosso esforço. Não há dúvidas de que a Al Qaeda continuará a tentar ataques contra nós. Devemos, e iremos, permanecer vigilantes em casa e no exterior.Devemos também reafirmar que os Estados Unidos não estão --e nunca estarão-- em guerra contra o Islã. Já esclarecemos, como o presidente Bush o fez logo depois do 11/9, que nossa guerra não é contra o Islã. Bin Laden não era um líder muçulmano, ele era um assassino em massa de muçulmanos. De fato, a Al Qaeda assassinou milhares de muçulmanos em vários países, incluindo o nosso. Por isso seu desaparecimento deve ser bem recebido por todos que acreditam na paz e na dignidade humanas.Através dos anos, repetidamente deixei claro que adotaríamos uma ação no Paquistão se soubéssemos onde Bin Laden estava. Foi isso o que fizemos. Mas é importante notar que nossa cooperação contraterrorismo com o Paquistão nos ajudou a nos levar a Bin Laden e ao complexo onde ele se escondia. De fato, Bin Laden também declarou guerra contra o Paquistão e ordenou ataques contra o povo paquistanês.Esta noite, liguei para o presidente Zardari, e minha equipe também falou com seus colegas paquistaneses. Eles concordaram que esse é um dia histórico para nossas nações. E agora é essencial que o Paquistão continue unido a nós na luta contra a Al Qaeda e seus associados.O povo americano não escolheu essa luta. Ela chegou até nós e começou com o assassinato sem sentido de nossos cidadãos. Depois de quase 10 anos de serviço, luta e sacrifício, conhecemos bem os custos da guerra. Esses esforços pesam em mim toda vez que eu, enquanto comandante-em-chefe, tenho que assinar uma carta para uma família que perdeu um ente querido, ou olhar nos olhos de um militar que ficou gravemente ferido.Os americanos compreendem os custos da guerra. Mas, como país, jamais toleraremos que nossa segurança seja ameaçada, nem ficaremos impassíveis quando nosso povo é assassinado. Seremos incansáveis na defesa de nossos cidadãos e nossos amigos e aliados. Seremos fieis aos valores que fizeram de nós o que somos. E, em noites como esta, podemos dizer às famílias que perderam seus entes queridos para o terror da Al Qaeda: a justiça foi feita.Esta noite, agradecemos os incontáveis profissionais da inteligência e contraterrorismo que trabalharam incansavelmente para alcançar essa vitória. O povo americano não pode ver seu trabalho, nem conhece seus nomes. Mas esta noite, eles sentem a satisfação com seu trabalho e com o resultado de sua busca por justiça.Agradecemos aos homens que se encarregaram dessa operação, porque eles exemplificam o profissionalismo, o patriotismo e a coragem sem paralelo dessas pessoas que servem a nosso país. E elas são parte de uma geração que suportou o maior peso disso desde aquele dia de setembro.Finalmente, deixem-me dizer às famílias que perderam entes queridos em 11/9 de que nunca esqueceremos sua perda, nem fraquejaremos em nosso compromisso de fazer tudo que pudermos para prevenir outra ataque em nosso solo.E, esta noite, vamos nos lembrar da sensação de unidade que predominou em 11/9. Eu sei que isso, às vezes, desgasta Mas o êxito de hoje é um testamento da grandeza de nosso país e a determinação do povo americano.A causa da segurança de nosso país não está completa. Mas, esta noite, mais uma vez lembramos que os Estados Unidos podem fazer tudo a que se determinar fazer. Essa é a história de nossa história, seja a busca da prosperidade para nosso povo, ou a luta pela igualdade de todos os nossos cidadãos; nosso compromisso é lutar por nossos valores no exterior, e nossos sacrifícios é fazer do mundo um lugar mais seguro.Deixem-nos lembrar de que podemos fazer essas coisas não apenas por riqueza e poder, mas por causa do que somos: uma nação, sob um Deus, com liberdade e justiça para todos.Obrigado. Que Deus os abençoe. E que Deus abençoe os Estados Unidos da América."

A importância das covas...

COM GRAÇA, um amigo dizia-me ontem por telefone: "O nosso País está fadado a ser 'marcado' pelas covas...". Não percebi. Mas antes que lhe dissesse tal, ele esclareceu-me: "Estamos com os 'pés para a cova', foi na Cova da Iria que se deu o milagre de Fátima e também foi na Cova, mas da Beira, que o 'socratismo' deu os primeiros passos". Tem graça e não ofende... Ou será que ofende?

A eminência parda

CHAMA-SE JOSÉ Manuel Gouveia Almeida Ribeiro e é ele que coordena ao milímetro a estratégia socialista nesta campanha eleitoral. Desde há um ano que é secretário de Estado Adjunto de José Sócrates e quem o conhece descreve-o como "cerebral, metódico e brilhante". Com 55 anos, formou-se com uma média de 17 valores em Filosofia ed possui o mestrado em "Teoria e Ciência Política". Passou pelo SIS como "técnico coordenador", pelo Ministério da Administração Interna, foi chefe de gabinete de Manuel Maria Carrilho e Sócrates chamou-o para o seu gabinete em 2005, promovendo este antigo "espião" a secretário de Estado quatro anos depois. Segundo consta, controla S.Bento e a entourage do primeiro-ministro com "mão de ferro" e Sócrates não dá um passo sem previamente escutá-lo em qualquer matéria. Um nome e uma cara a reter...

domingo, 1 de maio de 2011

Por uma questão de educação, sem título...

DURANTE PRATICAMENTE 20 anos fui jornalista. Passei pelo "Tal&Qual", pelo "Expresso", pelas (primeiras fases) das revistas "Grande Reportagem" e "Sábado", dirigi a informação da então estatal Rádio Comercial, entre outras coisas. Trabalhei, aprendi e convivi com gente profissionalmente fora de vulgar, como Joaquim Letria, José Júdice, Hernâni Santos (apesar do feitio...), João Carreira Bom, Alexandre Pais, Zé Ferreira Fernandes, Jorge Morais, entre alguns outros. Fui repórter, editor, chefe de redacção, grande repórter, director, até administrador por onde passei até 1999, altura em que decidi sair da profissão. Durante essas duas décadas, não foi o facto de, na maior parte das vezes, escrever sobre política que deixei de ser amigo pessoal de Pedro Santana Lopes, de Fausto Correia ou de Luís Filipe Menezes e de manter relações pessoais privilegiadas com o general Ramalho Eanes ou com Fernando Nogueira, por exemplo. Como não foi o facto de ser amigo pessoal de António Martins da Cruz ou de Fernando Lima (então assessores de primeira linha de Cavaco Silva enquanto primeiro-ministro) que me impediu de escrever sobre os governos maioritários "laranjas" da década de 90. Vou mesmo mais longe: não foi também pelo facto de, a partir do momento em que Nogueira foi eleito líder, ter aderido ao PSD que me senti condicionado ou constrangido a escrever e ter opinião sobre o quer que fosse, envolvesse ou não aquele que tinha passado a ser o meu partido. Nunca escondi a minha opção e convicção políticas, como tão-pouco (verdade seja dita...) as apregoei. Perguntarão: e ao longo dos anos em que foi jornalista fez muitos "fretes"? Alguns - obviamente que sim, respondo sem qualquer problema. Para quê negá-lo? Fiz - uns por amizade, outros por uma questão estratégica e de conveniência pontual, outros mesmo por que achava que devia fazê-los. Mas uma coisa eu garanto: nunca deturpando factos, adulterando realidades ou por razões de ordem moralmente mais duvidosa e tendo um especial cuidado em não cair no ridículo.
E deixem-me dizer uma coisa: não acredito que nenhum, repito, nenhum jornalista nunca tenha feito o que na gíria se habituou a chamar de "frete" - seja ele pequeno, médio ou grande.
Vem tudo isto a propósito do tema principal da última edição da revista "NS's", onde Miguel Relvas é aparentemente "retratado" por Adelino Cunha. Para que não existam dúvidas, não tenho propriamente (e razões sobram-me...) grande consideração pelo "retratado" e quanto ao "retratista", apesar de o achar um rapaz educado e simpático, a recordação que guardo dele quanto ao respeito por um compromisso de ordem profissional assumido e não respeitado, não é propriamente a melhor... Mas reconheço que é esforçado, que escreve "limpo" - o que no nosso jornalismo e nos tempos que correm, já não é nada mau! Mas indo ao que interessa: as 9 páginas e 10 fotografias que constituem o "perfil" assinado por Cunha do braço direito, esquerdo ou lá o que é de Passos Coelho é dos textos mais parolos, "servis" (na pior acepção do termo...) e imbecis (desculpa lá, ó Adelino!) que alguma vez me foi dado ler.
Acredito que o escriba em causa esteja fascinado com a imagem que o "retratado" quer dar e transmite de si mesmo. Do poder que se ufana de possuir, da capacidade que pretensamente tem em manobrar nos bastidores do poder as peças do xadrez político, do suposto longo e abrangente braço com que a relvática personagem condiciona a política cá do burgo. Admito mesmo que o Cunha seja um fã dos "Abba", que fique rendido aos dotes culinários de "mestre Miguel" e que lhe inveje os botões de punho, a gravatinha abrilhantada ou o avental, seja ele branco ou preto... Percebo que o afoito Adelino também lamba as beiçolas com as pataniscas do Solar dos Presuntos, a sopa de feijão do Veneza em Paderne ou a perdiz na púcara d'A Lareira de Mogadouro e veja o tal "guia privado de restaurantes" desta versão minorca de Quitério como o seu "Michelinzinho". Entendo que o Cunha lhe gabe o porte, o corte e o volume do cabelo e as tão apregoadas aventuras de juventude na noite de Lisboa, ombro a ombro com um Passos Coelho com dotes "fadísticos" e quando essa dupla então estraçalhava os corações das legiões de admiradoras que por eles suspiravam e até arfavam. Até me atrevo a pensar que o escriba, quando for grande, gostasse de ser um Relvas...
Para acabar, que este post já vai longo: na gíria jornalística, o que Cunha e Relvas "amanharam" (sim porque, nem que seja inconscientemente, aquilo é feito a "quatro mãos") passa dos limites do "frete". É o que, quem andou pelas redacções, apelida de outro modo, mas que aqui, por educação e decoro, me abstenho de escrever. Nem mesmo em latim...

Contas

GARANTEM-ME QUE o "tracking" diário que o PSD tem, desde há duas semanas, tem levado a cabo sobre as intenções de voto no dia de 5 de Junho tem revelado um CDS pujante, na faixa dos 17 por cento! Partindo do princípio que não é propriamente aos socialistas que o partido de Paulo Portas vai "roubar" eleitorado, é matematicamente impossível que os social-democratas alcancem um resultado que ultrapasse em muito os 30 por cento, já contando mesmo com o tradicional "eleitorado flutuante" que desta vez irá optar pelo PSD em detrimento do PS. O que, fazendo as contas, indicia de facto um "empate técnico" entre as nossas duas principais forças políticas. Ou seja: começo a acreditar que até ao fim do ano ainda vamos ver mais umas "directas" lá para as bandas da S. Caetano à Lapa...