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sábado, 31 de agosto de 2013

A influência de Sócrates segundo um tal Figueiredo...



NÃO SEI ao certo quem é o deputado socialista André Figueiredo, embora presuma que seja o mesmo André Figueiredo que foi em tempos chefe de gabinete de José Socrates, salvo erro no Largo do Rato. Tão-pouco sei se é alto ou baixo magro ou gordo; louro, moreno ou careca ou se tem olhos castanhos, azuis ou verdes. O que sim sei é que o homem é aquilo que vulgarmente se denomina como "ganda ponto". Só assim se entende esta declaração que passará a fazer parte do anedotário político-nacional: "Desde o momento em que José Sócrates começou a fazer comentários televisivos começaram ministros a cair, secretários de Estado a tombar e a coligação a ruir"...
O que vale é que no meio desta tristeza toda ainda há quem nos ponha a rir à gargalhada!  Obrigado André...

terça-feira, 27 de agosto de 2013

Então e a Síria, perguntam os sete...


SÃO SETE -  Maria de Belém Roseira, Alberto Martins, Paulo Pisco, Basílio Horta, Pedro Silva Pereira, Maria Gabriela Canavilhas e Laurentino Dias. São todos deputados do PS, a esmagadora maioria deles passou por cargos governativos e possuem um notável sentido de oportunidade político. Só assim se justifica a diligência que encetaram junto do governo, questionando-o sobre "o que pensa fazer em relação à utilização de armas químicas no conflito que decorre na Síria".E vão mais longe, querem saber as razões que levaram o executivo liderado por Passos Coelho a não ter ainda informado os grupos parlamentares e os partidos "das diligências que já fez ou pensa fazer sobre a guerra civil na Síria". É preciso dizer alguma coisa?

sábado, 24 de agosto de 2013

Marco Enríquez-Ominami: o primeiro filme



CONFESSO QUE não resisto em "puxar a brasa à minha sardinha" porque tive o privilégio de, há algumas semanas, integrar a equipa que, em Santiago concebeu a campanha presidencial de Marco Enríquez-Ominami que no dia 17 de Novembro vai disputar a presidência do Chile com a socialista Michele Bachelet e a conservadora Evelyn Matthei. Aqui fica o primeiro dos filmes de uma campanha que vai "mexer" com o Chile e com os chilenos. Tenho a certeza!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Vem aí a noite das facas longas...


A CONFIRMAREM-SE os números e sondagens, a noite eleitoral do próximo dia 29 de Setembro  não irá deixar boas recordações a António José Seguro, podendo mesmo vir a tornar-se numa verdadeira "noite das facas longas" tal a expectativa de desaire que paira sobre os resultados dos candidatos socialistas nos principais municípios. Se pegarmos nos dez concelhos com maior número de eleitores e tendo em conta vários factores, à partida o PS teria obrigação de ganhar as câmaras do Porto, Sintra e Gaiamanter Lisboa, Loures, Braga, Matosinhos e Amadoraobter bons resultados em Cascais e Almada. Pois é... Só que, se tivermos em conta as indicações que têm vindo a surgir, os socialistas não ganharão Porto, Gaia e Sintra; podem perder Loures, Braga e Matosinhos; e ficarão claramente abaixo das expectativas em Cascais e Almada. Ou seja, dos dez principais municípios, o PS arrisca-se a deter apenas duas presidências - a de Lisboa e a da Amadora. O que será, convenhamos, um autêntico "desastre" eleitoral para Seguro e para a sua estratégia. 
Se optarmos por medir o peso eleitoral socialista através das capitais de distrito, o panorama não será igualmente animador: o PS possui actualmente 8 das 20 presidências de câmara, tudo indicando que possíveis vitórias em Coimbra, Faro e mesmo em Vila Real, não farão esquecer as previsíveis derrotas em Braga, Évora, Beja e até Guarda - isto já para não falar de Santarém, onde tudo indica que a aposta socialista em recuperar a câmara irá sair frustrada. Quem diria, há uns meses, que as eleições autárquicas deste ano, mais que um castigo imposto ao governo, poderão ser - isso sim - a certidão de óbito da actual liderança do PS? Isto há cada coisa...

A indispensável prova de vida de um ministro em férias...

HÁ DOIS ou três dias alguém se lembrou de dizer a Rui Machete que fizesse "prova de vida". É que, tirando uma silenciosa e comprometida presença na bancada do governo aquando da última presença de Passos Coelho no parlamento, o ministro dos Negócios Estrangeiros tinha pura e simplesmente eclipado-se, supõe-se que a banhos em S. Martinho do Porto. Verdade seja dita que a ausência na prática de Machete das lides governativas não aquece nem arrefece, dado o seu estatuto de "verbo de encher" que ocupa na orgânica do executivo e que ficou bem explícito quando equipa de secretários de Estado do MNE e a composição do seu próprio gabinete foi - tudo - praticamente escolhido à sua revelia... E então o que é que foi preciso inventar para que Machete desse um ar da sua graça? A primeira foi a de uma "súbita interrupção de férias" para reunir com os seus homólogos europeus de discutir a crise no Egipto, tema esse, claro, sobre o qual a União Europeia não se atreveria a tomar posição sem escutar a douta e sábia opinião do dr. Chancerelle! Mas não chegava, até porque ninguém o levou muito a sério - ao ministro e à indispensabilidade da sua presença nos aerópagos europeus. Então e agora? Fácil... Pôr o ministro a desmentir-se a si próprio. Exactamente, é o que estão a ler: desmentir-se a si próprio! Mesmo correndo o risco de lhe chamarem xexé ou outra coisa qualquer, lá veio dizer que afinal e contrariamente ao que tinha afirmado ao "Público" há duas ou três semanas, tinha comprado acções da SLN a 2,2 e não a um euro. Pena foi que não tivesse aproveitado para ver se encontrava algum documento nos seus arquivos que, de forma "insofismável", dissipasse a "nuvem" que o persegue e que tem a ver com a "coincidência" de ter aceite ser presidente do Conselho Superior do BPN algum tempo depois de ter presidido à comissão parlamentar que ilibou Oliveira Costa das acusações de favorecimento na concessão de perdões fiscais a algumas empresas da região de Aveiro. Ou então que pusesse na ordem o antigo embaixador norte-americano Everett Ellis Briggs que, numa recente entrevista ao jornal "i", ao mesmo tempo que recordava algumas tropelias ocorridas na FLAD durante os seus mandatos enquanto presidente,  lhe mandou uns "recados" bem pouco diplomáticos...

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Marques Mendes "a mil"...

AOS 55 anos, Luís Marques Mendes pode estar eternamente agradecido a Francisco Balsemão que, ao franquear-lhe as portas dos estúdios de Carnaxide, possibilitou-lhe empoleirar-se numa das tribunas semanais da SIC, permitindo-lhe assim pôr a render os contactos e influências que foi amealhando ao longos dos anos em que esteve envolvido na política activa. E agora, a par desses comentários onde prega a ética e a moral na política, este antigo assalariado de Isaltino de Morais na Universidade Atlântica (lembram-se?) protagoniza autênticas "investidas" profissionais junto de quem ele crê necessitado dos seus serviços, não hesitando em pôr-se em bicos de pés e oferecer o seu "trânsito" nos  meandros e altas esferas do poder. A entrada ("a mil"...) em cena deste paladino da ética na chamada "advocacia dos negócios" tem sido muito comentada nas últimas semanas, especialmente agora que se volta a falar no renovado interesse de Germán Eframovich na (adiada) privatização da TAP...

terça-feira, 20 de agosto de 2013

O vexame norte-americano a Rui Machete


ATRAVÉS DE um antigo embaixador em Lisboa (1990-93), as autoridades norte-americanas enviaram hoje um aviso público ao ministro Rui Machete, outrora presidente da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD). O mesmo Everett Briggs que em Abril de 1992, à frente da embaixada norte-americana em Lisboa, acusou o então presidente da FLAD de manter "ligações pouco transparentes" com empresas de Washington e também de gastar à tripa-fôrra, teve hoje oportunidade de, numa oportuna entrevista ao jornal "i", deixar um recado claro ao actual ministro dos Negócios Estrangeiros: "Ele que se aproxime dos EUA, até porque geneticamente temos a memória curta". Ou seja, trocando por miúdos: porta-te bem, não saias da linha, que nós até somos homens para nos esquecer dos BMW's, dos motoristas e da arte francesa... - assim, sem tirar nem pôr!
No lugar de Machete, qualquer um sentir-se-ia vexado por estas declarações do antigo diplomata norte-americano. Qualquer um que não Machete, porque esse - sonso como é - já nos habituou em não se mostrar incomodado com estas "insignificâncias" e preferir assobiar para o lado: foi assim que se comportou quando veio a público a "coincidência" de ter aceite a presidência do Conselho Superior do BPN a seguir a ter presidido à comissão parlamentar de inquérito que ilibou Oliveira Costa; ou de  ter comprado acções desse banco a metade do preço que pagou a FLAD. 

sábado, 17 de agosto de 2013

Um quarto de hora deprimente...



DE UM lado estava uma pós-balzaquiana deslumbrada com um mundo que descobriu tarde e a más horas e pelo qual se deixou pacoviamente seduzir. Do outro, um pató que, pese a fortuna já ir na segunda ou terceira geração, não deixará sempre de ser um novo-rico. O resultado? Aquele quarto de hora deprimente...

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

António Capucho que me perdoe...

                                                                                                                       Foto: Jornal "i"

JÁ AQUI o disse e repito: possuo uma enorme consideração por António Capucho, que em boa-hora - já lá vão praticamente 12 anos - resgatou Cascais e os cascalenses de um longo e penoso "sequestro" e que, à frente de uma equipa que tirando um ou outro  apresta-se agora a ser reconduzida à frente da autarquia, protagonizou a restituição  a todos nós de um espírito e qualidade de vida que, ao longo dos anos, um bando de irresponsáveis  tentaram criminosamente destruir a mando de inconfessáveis interesses pessoais e económicos. 
E é exactamente por essa consideração, estima pessoal  e até gratidão que sinto enquanto cascalense que custa-me ver a obsessão com que ultimamente Capucho se desdobra em sucessivos ataques e críticas diárias a tudo o que lhe cheire a cor-de-laranja, numa triste tentativa de agradar a quem sempre disse dele o que Maomé não disse do toucinho e hipotecando um passado de que ele fez parte e no qual possui até algumas responsabilidades. 
Eu acredito que António Capucho não se reveja neste PSD - somos dois, vejam lá...; eu acredito que a António Capucho lhe custe ver alguns "artistas" (de terceira ou quarta categoria, realce-se...) a pôr e dispôr na S.Caetano; acredito que António Capucho não veja com bons olhos o seu partido tantas vezes sujeito às garotices de quem geralmente se porta mais como inimigo que como aliado; acredito mesmo que António Capucho tenha razões de queixa pessoais e se julgue merecedor de atenções e honrarias que, contrariamente ao que aspirava, não lhe foram concedidas. Pois é... acredito em tudo isso, do mesmo modo que acredito que António Capucho é um homem de bem e que a experiência de anos e anos na ribalta o ensinou a não deixar-se seduzir por atenções e palcos que mais não são que verdadeiros presentes envenenados. 
Para terminar: embora muitas vezes em "barricadas" contrárias, sempre vi António Capucho como alguém sensato, equilibrado (às vezes até excessivamente...) e responsável. Infelizmente não é essa a imagem que, encandeado pelos holofotes, Capucho está a mostrar nestes últimos meses, esquecendo-se muitas vezes de tudo e mais alguma coisa em que já esteve envolvido e entusiasmado,  hipotecando assim, através de uma precipitação que nunca foi sua, um passado de que se pode orgulhar. 
Ele que me perdoe, mas fica-lhe mal...

Citação do dia


"Deus nos livre, mas tudo é possível" (sobre a eventualidade de Marco António Costa poder vir a ser líder do PSD)

José Eduardo Martins, ex-dirigente do PSD   

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Um artigo "a duas mãos"...

NÃO TENDO propriamente particular simpatia pelo governo angolano e pela maioria das suas figuras de proa, não posso deixar de achar totalmente inadequado o destaque que tem sido dado nas últimas horas a um artigo publicado na aparentemente credível revista "Forbes" e onde, a pretexto de um perfil de Isabel dos Santos, são publicadas uma série de informações, a maior parte delas há muito do conhecimento público. Não pondo em causa - até por desconhecimento - as informações agora veiculadas pela publicação, causa-me alguma estranheza que o artigo em causa tenha como co-autor o destacado activista anti-regime Rafael Marques o que, à partida, "carimba" de forma clara e indiscutível o texto. Tivesse a "Forbes" limitado-se a usar Marques como fonte e toda esta polémica pura e simplesmente não tinha tido lugar. O que me causa "espécie" é porque a jornalista Kerry A. Dolan não assinou - ela sózinha - o artigo...

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Irrevogável!


DE FORMA obviamente irrevogável, o Conselho de Ministros de hoje, presidido pelo vice-primeiro ministro, instituiu o "Dia Nacional das Bandas Filarmónicas". Pelos vistos hoje assinalou-se a efeméride referente a "ir dar banho ao cão"... Só pode!

domingo, 11 de agosto de 2013

O candidato Sampaio

                                                                                                                                           Foto: Correio da Manhã

COM JOSÉ Sócrates a afastar-se de motu proprio da corrida e António Guterres a preferir (segundo quem lhe é próximo) a continuar lá por fora, a esquerda precisa urgentemente de encontrar um candidato forte para as eleições presidenciais em Janeiro de 2016 e que lhe permita vencer à primeira volta. E se pensarmos um bocadinho chegamos à conclusão que não é propriamente uma tarefa fácil encontrar alguém que consiga juntar à sua volta um potencial de 55 ou 60 por cento de um eleitorado que se divide entre socialistas, comunistas e bloquistas... Nenhuma das figuras que têm sido "ensaiadas" nos últimos tempos - casos de Sampaio Nóvoa ou Manuel Carvalho da Silva - reúne os predicados necessários para unir a esquerda. A dois anos do início da campanha eleitoral, apenas Jorge Sampaio, que na altura terá 77 anos, pode gabar-se de possuir esse "capital", essencial para protagonizar uma candidatura a Belém consensual e abrangente. Não pode é continuar a ir para fora de pé...

E agora, dr. Machete?


SE ALGUMA dúvida existisse sobre a personalidade de Rui Machete e a sua conduta ético-moral, penso que a manchete do "Expresso" de ontem dissipa qualquer dúvida de quem tenha sido, até agora, mais crédulo. Ou não?

Eanes: uma decisão sensata!


ALÉM DE ser seu amigo, tenho pelo  general António Ramalho Eanes uma franca e sincera admiração, além de uma dívida de gratidão por uma disponibilidade pessoal que mostrou em determinado momento e que nunca poderei esquecer. 
Por isso mesmo foi com uma enorme satisfação que, contrariamente ao que foi noticiado e anunciado a sete ventos, soube que o general Ramalho Eanes afinal não é o mandatário do candidato socialista João Cordeiro à presidência da Câmara Municipal de Cascais. 
Não sei o que se passou nem tão-pouco o que levou o general, em determinado momento, a deixar-se envolver numa disputa eleitoral que pouco ou nada tinha a ver consigo e onde, permanecendo ao lado de Cordeiro, estava claramente do lado contrário de todos os valores e ideais pelos quais sempre se bateu desinteressada e corajosamente. O que para mim importa - e sei que para a maioria dos que sempre estivemos ao lado do general - é que não temos de ser confrontados com uma pergunta incómoda e para a qual, convenhamos, não tínhamos qualquer resposta lógica: "Mas porque é que o general Eanes é mandatário de um tipo como esse Cordeiro?!". Hoje, após saber que afinal o mandatário do candidato de António José Seguro é um deputado qualquer lá do seu partido, posso responder com grande satisfação: "Isso é mentira!". Uff...

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Umas quantas verdades sobre "Cadogo"



A PROPÓSITO do meu último post sobre o antigo primeiro-ministro guineense e  das suas inconcebíveis recentes declarações, o meu amigo Jorge Lemos Peixoto, profundo conhecedor da realidade daquele país, enviou-me um comentário que não resisto a transcrever, tais os factos que relata e revelam bem quem é esta personagem a quem o nosso País, em nome de interesses ínvios, dá guarida :

"Recordo apenas alguns dados factuais que marcaram a política de Cadogo nos últimos anos na Guiné-Bissau:


1) Eleições legislativas em Março de 2004, tendo sido eleita a Assembleia Nacional Popular e formado um novo Governo dirigido por Carlos Gomes Júnior, Presidente do PAIGC, partido vencedor;

2) Eleições presidenciais em 19 de Junho de 2005 com segunda volta em 24 de Julho, tendo saído vencedor o candidato independente João Bernardo Vieira,(Nino Veira) cuja investidura viria a ter lugar em 1 de Outubro de 2005;

3) A demissão do governo de Carlos Gomes Júnior em 28 de Outubro de 2005; a designação de Aristides Gomes para primeiro-ministro em 2 de Novembro de 2005;

4) As eleições legislativas em Novembro de 2008, tendo saído vencedor o PAIGC, com Carlos Gomes Júnior, como chefe do governo;

5) O assalto, por um grupo armado, à residência do Presidente da República João Bernardo Vieira, em 23 de Novembro de 2008;

6) O assassinato à bomba do CEMGFA Tagme Na Waye, em 1 de Março de 2009; 

7) Assassinato, por um grupo armado, do Presidente da República em exercício e eleito democraticamente, João Bernardo "Nino" Vieira  em 2 de Março de 2009;

8) Os assassinatos, por um esquadrão militar, do deputado Hélder Proença, e do candidato presidencial Baciro Dabó, e dos respetivos guarda-costas, a 1 e 2 de Julho de 2009, respetivamente, a mando do Governo liderado por Carlos Gomes Júnior, e do então CEMGFA Zamora Induta, porquanto em declarações públicas proferidas pelos mesmos a motivação das mortes era uma tentativa de um golpe de Estado, mas que mais tarde o Ministério Público viria a desmentir, arquivando os respectivos processos, estando aberto processo-crime contra aqueles senhores;

9) Assassinato do coronel Samba Djaló, chefe da Contrainteligência Militar e Roberto Ferreira Cacheu, deputado e ex-ministro, e Yaya Dabó, um conhecido agente da Segurança. Este último foi morto na esquadra depois de ter sido entregue por uma delegação composta pelo Presidente da Liga Guineense dos Direitos do Homem, o Presidente da Confederação de Sindicatos Independentes e um Deputado, com conhecimento prévio do então Ministro do Interior, Dr. Fernando Gomes, agora condecorado em Portugal como eminente defensor dos direitos humanos.


Refira-se ainda queo Governo do PAIGC/ Cadogo “negociou” um acordo com Angola de exploração de bauxite da Guiné-Bissau em que a parte angolana retinha 90% do minério e os restantes 10% ficavam para a Guiné-Bissau, sublinhe-se que as minas de bauxite não se situam no território angolano, mas em território guineense. Nesse “negócio” os angolanos adiantaram uma verba de 13 milhões de dólares que nunca deram entra na Fazenda Pública guineense.
 
Além disso no tempo do senhor Carlos Gomes Júnior/PAIGC os angolanos tinham instalado uma força militar de 800 militares de elite com blindados e helicópteros e que por força do golpe militar de Abril de 2012, essa mesma força teve de recuar para os países limítrofes."

"Cadogo": o ás da batota


CONHEÇO BEM a Guiné-Bissau. O país e muitos dos seus protagonistas políticos. Por isso quando vejo o antigo primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior, vulgo "Cadogo", apresentado em Lisboa como exemplo das virtudes democráticas e da legalidade, o mínimo que posso fazer é sorrir. Convém ser claro e directo: "Cadogo" representa o pior da Guiné-Bissau, personifica a corrupção, as negociatas onde os seus interesses pessoais se sobrepõem a qualquer outro, as "chapeladas" eleitorais, a venda a retalho de um país, pouco se importando com o bem-estar do seu povo. Esse é o verdadeiro "Cadogo", o sócio dos plutocratas angolanos, das empresas portuguesas e sabe-se lá mais de quem... Foi com ele no poder que a Guiné-Bissau escancarou as portas ao narcotráfico e que a tribalização minou os frágeis alicerces de um estado já há muito debilitado. É esse "Cadogo" que, com o descaramento e impunidade próprios de quem sente as costas quentes e de quem está habituado à fraude eleitoral, proclama a sete ventos que "desta vez irei ganhar as eleições com 80 por cento do votos". Uma frase que diz tudo, que denuncia as intenções de um vulgar "batoteiro" habituado a jogar com as cartas viciadas... É este o candidato de um certo poder político português, sempre curvado e venerando perante os interesses económicos e expansionistas de uma Angola, e que sacrificou uma estratégia de defesa da língua e do espaço lusófono às tropelias e negociatas de um bando de meliantes a quem a política não passa de um meio para, tanto cá como por lá, encherem os bolsos à custa de um país abandonado à sua sorte.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013

Atenção!


A FORMA e o teor da declaração feita pelo ladino porta-voz do PSD referente à demissão do agora ex-secretário de Estado Pais Jorge foi claramente um ataque à actual ministra das Finanças Maria Luís Albuquerque e um recado dado no sentido da sua demissão. Aquilo não teve duas leituras - teve só uma e que é essa. Era de esperar: o rapazolas já começou a fazer as dele...

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

Uns "teóricos" que não percebem patavina...


CAUSA ALGUMA (para não dizer muita) impressão a quem anda metido há  anos a fio neste mundo da comunicação a forma totalmente desastrada como o governo tem lidado com as situações de crise em que se tem visto envolvido nestes dois anos e tal, contribuindo com a  inépcia e um visível e confrangedor amadorismo por parte de quem tem a responsabilidade de geri-las para um desgaste crescente e causador de óbvios e irreparáveis danos. O "folhetim" que culminou com a demissão (tardia) do secretário de Estado é um exemplo claro de tudo o que não se deve fazer em termos de comunicação, onde os timings foram mal escolhidos, os protagonistas idem - isto já para não falar dos argumentos ínvios invocados atabalhoadamente e que só serviram para dar uma penosa imagem de quem nos governa. De uma vez por todas, Pedro Passos Coelho tem de começar a a aconselhar-se com quem sabe e entregar a comunicação governamental a profissionais, deixando-se de vez destes teóricos de pacotilha que só têm contribuído para acentuar a imagem negativa e a rejeição que o executivo possui. Se essa gente quer brincar aos políticos, então o melhor é fazerem-no em casa ou nas faculdades que lhes outorgam títulos de "professor". Já chega!

O "exame" de Mário Sergio Conti à biografia de Dirceu



AUTOR DE um dos livros mais completos sobre a presidência de Fernando Collor de Melo (“Notícias do Planalto”), o jornalista Mário Sérgio Conti, antigo editor da revista “Veja” e do “Jornal do Brasil” resolveu analisar detalhadamente a biografia de José Dirceu que Otávio Cabral escreveu a "reboque" da condenação do antigo chefe da Casa Civil de Lula da Silva no julgamento do processo do chamado “mensalão”. 
A resenha, publicada na edição de Agosto da excelente revista “Piauí”,  aponta (e não poupa…) os inúmeros erros históricos que o livro contém, alguns mesmo de uma infantilidade inadmissível numa obra que tem gerado algum brado nos meios politico-jornalísticos brasileiros. Numa página da “Piauí”, a resenha de Conti pura e simplesmente destrói o best seller sobre Dirceu. Vale a pena ver alguns dos erros e contradições encontrados por Conti:

(...) O livro começa em 1968, com os pais de José Dirceu assistindo pela televisão à sua prisão no Congresso da União Nacional dos Estudantes, em Ibiúna. Informa que a notícia da prisão de José Dirceu foi ‘transmitida em rede nacional de televisão’. Mas o Brasil só teria rede nacional de tevê no ano seguinte. (…)E a sexta página se encerra com um abuso: Otávio Cabral afirma que José Dirceu apoiava Jango ‘mais para se opor ao pai do que por ideologia’. Nada autoriza o biógrafo a insinuar o melodrama edipiano. Ainda mais porque, dois parágrafos adiante, é transcrita uma declaração na qual José Dirceu afirma que, no dia mesmo do golpe, se opôs à ditadura por ‘um problema de classe’(…)
(...)O biógrafo diz que Rui Falcão, hoje presidente do PT, foi colega de José Dirceu na Pontifícia Universidade Católica, onde estudou jornalismo. A PUC sequer tinha curso de jornalismo na época e Rui Falcão estudou direito, mas na Universidade de São Paulo. Relata que 5 mil estudantes se reuniram ‘nas arcadas do Grupo Escolar Caetano de Campos’, que não se chamava ‘Grupo Escolar’ e não tem arcadas. Afirma que a Faculdade de Filosofia, na rua Maria Antônia, tem cinco andares, um a mais do que se vê em qualquer foto. (…) O autor não fica só nos erros menores. Escreve que em 1968 ‘a Guerra Fria encontrava-se no auge e a invasão dos Estados Unidos a Cuba era iminente’. A invasão de Cuba fora eminente em 1961, quando a CIA organizou o desembarque na Baía dos Porcos, e no ano seguinte, durante a crise dos mísseis, e não seis anos depois. E 1968 não foi o ano do auge da Guerra Fria, e sim o da sua grande crise, que levou o capitalismo e o stalinismo a se darem as mãos(...). 
(…) Eis uma afirmação direta de Otávio Cabral sobre profissionais de sua área, o jornalismo: ‘Antigos companheiros de Ibiúna e de clandestinidade tinham posições de destaque na imprensa em meados dos anos 80, como Rui Falcão, que comandava a revista Exame, e Eugênio Bucci,diretor da Playboy.’ Nem Falcão nem Bucci participaram do Congresso da une em Ibiúna. Oprimeiro porque não era mais estudante e o outro por ser criança. Eugênio Bucci jamais esteve na clandestinidade. Rui Falcão, sim, mas não foi ‘companheiro’ de Dirceu: clandestino, militava em outra organização e noutra cidade. Bucci nunca foi diretor da Playboy. São cinco erros factuais numa frase. Algum recorde foi batido.(…)
(…) Apenas uma das referências futebolísticas tem sentido político, o jogo da Seleção Brasileira contra a do Haiti, em Porto Príncipe, em 2004. De fato, Dirceu – com Ricardo Teixeira e o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, apelidado de Kakay – pelejou pela organização do chamado Jogo pela Paz(…)
(…)Se não discute o apoio de Dirceu à intervenção brasileira no Haiti (uma posição contrária à da esquerda ortodoxa), Cabral descreve com detalhes a viagem da ‘comitiva liderada por Lula e Dirceu’. Fala que os dois foram ao Estádio Nacional ‘num caminhão de bombeiros, junto com astros do futebol brasileiro como Roberto Carlos, Ronaldinho Gaúcho e Ronaldo Fenômeno. Dirceu tirou fotos com todos antes de entrar no veículo’. Conta que ‘às quatro da tarde, o Hino Nacional Brasileiro foi tocado e Dirceu chorou’. No segundo tempo, o goleiro Fernando Henrique substituiu o titular e, prossegue Cabral, ‘assim que viu o homônimo do ex-presidente entrando em campo, Dirceu virou-se para Kakay e ironizou: ‘Bem que esse Fernando Henrique podia tomar um gol. Aí a festa vai ser perfeita.’ É um belo relato. Exceto pelo seguinte: José Dirceu não foi ao Haiti ver a partida. Não era necessário entrevistar o biografado para saber que ele não assistiu ao Jogo pela Paz (procurado, Dirceu não deu nenhuma informação para esta resenha). Não há referências ao então chefe da Casa Civil nas copiosas reportagens sobre Lula e sua comitiva no Haiti. Foi feito um documentário sobre a partida, O Dia em que o Brasil Esteve Aqui, com mais de uma hora de duração, no qual Dirceu está ausente do jogo. Poder-se-ia perguntar a Lula, a Ricardo Teixeira, a Kakay, aos jogadores, às pessoas da comitiva, a todos que lá estiveram, se José Dirceu compareceu. E eles diriam: não, José Dirceu não foi ao Haiti. Em vez de trabalhar, Otávio Cabral preferiu a invencionice delirante.