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quarta-feira, 30 de junho de 2010

Esperteza saloia

PELA PRIMEIRA em quase cinco anos de mandato, o Presidente da República "dignou-se" receber uma delegação da FENPROF. Mais: segundo os sindicalistas, Cavaco Silva mostrou-se "muito participativo" na audiência, não se limitando a escutar as queixas dos professores... Pena é que tenha demorado tanto tempo em ouvir (e pelos vistos falar...) com os representantes desta classe sócio-profissional. Será porque as presidenciais estão aí à porta? É por essas e por outras, que cada vez mais, para muitos, Cavaco Silva tornou-se numa desilusão.

3 de Junho de 2009

NO RESCALDO da participação portuguesa no Mundial da África do Sul e onde um desproporcionado e exagerado 7 a 0 à Coreia do Norte gerou um entusiasmo que - estava a ver-se - ia naturalmente conduzir a uma previsível frustração, não resisto a transcrever o texto que publiquei neste blogue no dia 3 de Junho do ano passado...

"Há uns anos atrás, Portugal teve a sorte de posssuir uma geração de futebolistas que conseguiam aliar o seu talento e arte a uma maneira discreta e civilizada de estar na vida. Uma geração que teve em Luís Figo o seu expoente máximo, mas em que desportistas como Rui Costa, Fernando Couto, Paulo Bento, Dimas, Paulo Sousa e Vítor Baía, entre outros, pautaram o seu quotidiano por uma conduta praticamente irrepreensível e que lhes valeu o respeito e a admiração de adeptos, treinadores e dirigentes, sentimentos esses que hoje, embora já afastados da prática desportiva, continuam a suscitar. Decididamente foram a “geração de ouro” do nosso futebol, tanto pela sua capacidade enquanto atletas como igualmente pela sua postura enquanto homens e cidadãos.
Muitos deles não tiveram uma infância fácil, sabe-se lá quantas dificuldades passaram e quantossacrifícios fizeram para alcançarem um lugar na vida em que o bom-senso, a inteligência e acapacidade de sofrimento foram fundamentais. Alguns, desde muito novos, ficaram longe da família, em lares de jogadores que nem de perto nem de longe possuiam as condições que, hoje em dia, as “academias” têm; outros passaram as “passas do algarve”, emprestados a equipas de segunda ou terceira linha até conseguirem, pela primeira vez, envergar a camisola do clube em que se formaram; e alguns viram-se obrigados, desde muito novos, distantes dos que lhe eram mais próximos, a lidarem com a fama e com tudo o que de perniciosa esta pode arrastar.
Vem isto naturalmente a propósito daquele que hoje é considerado como “o melhor futebolista do mundo” e que, por mais mirabolantes fintas que possa protagonizar, por “ene” golos que possa marcar ou por outras e inúmeras demonstrações de talento que possa espalhar pelos relvados dessa Europa fora, não consegue chegar nem de perto nem de longe aos calcanhares daqueles o precederam na fama e no estrelato do nosso futebol. Por muito que ele se passeie ao volante de “topos de gama” (será que sabe guiar?); se sente à mesa dos melhores e mais caros restaurantes pelo mundo fora (ainda levará a faca à boca?); se “farde” com as marcas da moda que lhe impigem nas lojas mais caras das capitais europeias (será que já largou a peúga branca?); se hospede nos mais luxuosos hóteis que existam ao cimo da terra (alguém lhe poderá ensinar que não se anda de boné dentro de casa?); ou se pavoneie com apelativas e dispendiosas loiraças (atenção que a flute de champanhe às vezes é de sumol...), que quem possui da vida a experiência que os anos transmitem percebe que, não tendo ele de facto passado ao lado de uma grande carreira como futebolista, decididamente já passou ao lado de uma vida que infelizmente não será um exemplo (bem antes pelo contrário...) para ninguém.
Sejamos claros: a imagem que o jovem madeirense e aquela inenarrável “trupe” que o segue a todas as partes transmite é grosseira, perniciosa e incómoda. E o “rasto” que provoca, a impressão que fica é tudo menos recomendável para os muitos milhares de jovens que o têem como um ídolo. E quem, com parangonas a divulga a sete-ventos na ânsia de vender mais uns milhares de exemplares ou conquistar mais uns quantos pontos de “share” televisivo é cúmplice nesta autêntica e descabida vergonha e ópera-bufa que se transformou o dia-a-dia desta “estrela” pífia e sem rumo.
A diferença entre, por exemplo, um Luís Figo e esta figurinha é a diferença entre um senhor e umgaroto. E a verdade é que, goste-se ou não das artes futebolísticas do jovem Aveiro, ele não passa deum garoto. Irresponsável, deslumbrado e na periclitante fronteira entre o sucesso e o abismo, ou como quem diz entre ser estrela no Santiago Bernabéu ou andar às moedas em Câmara de Lobos - com tudo o que isso implica..."

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Bingo!

"Um Presidente da República não pode dizer que quem lesse os indicadores percebia onde o País ia chegar e ter consentido, por omissão, que isso acontecesse. Se era assim, porque não impôs,logo a seguir às eleições de Outubro,outro tipo de Governo? Porque não impôs,como tenho repetidamente defendido, um Governo de Salvação Nacional?"

Pedro Santana Lopes

sexta-feira, 25 de junho de 2010

O coveiro

INFELIZMENTE NÃO me surpreende o fim anunciado do "24 Horas". Só quem não assistiu, desde a saída de Alexandre Pais (o grande responsável pelo extraordinário êxito que o jornal alcançou em determinado período) à crescente decadência e degradação daquele que foi - quer se goste ou não do estilo - um "produto inovador no panorama da imprensa portuguesa, é que poderá ficar admirado com o seu previsível encerramento.
A Alexandre Pais, que para mim é porventura um dos melhores e mais competentes profissionais que conheci nos meus vinte anos de jornalismo e com quem tive o prazer e a honra de trabalhar, sucedeu um sujeito, cujo triste e penoso "consulado" conduziu a publicação das várias dezenas de milhar de exemplares vendidos a um índice de vendas própria de um qualquer jornal de paróquia. É a essa "luminária" que os profissionais que ainda restam no "24 Horas" devem apontar o dedo como o verdadeiro "coveiro" da publicação, muito mais que ao actual director cujo excelente trabalho à frente de uma revista de TV que é distribuída pelo "Diário de Notícias" demonstra bem a sua capacidade enquanto responsável editorial ou mesmo à administração - apesar desta ter demorado demasiado tempo a perceber que o rapazolas escolhido para suceder a Alexandre Pais servia (quando muito!) para limpar cinzeiros...



quinta-feira, 24 de junho de 2010

Lógica da batata

APÓS A sua "notável" intervenção gestual na Assembleia da República e da consequente demissão do cargo de ministro da Economia, o neo-socialista Manuel Pinho foi agora colocado como presidente da Fundação Vieira da Silva-Arpad Szenes, numa nomeação bem na senda de outras já concretizadas pelo governo e onde a bota não bate com a perdigota, como foi o caso do engº Mário Lino (certamente um ás em matéria fiscal...) ter sido indigitado presidente do conselho fiscal no "universo CGD" e de Maria de Lurdes Rodrigues, após umas aulinhas de inglês à pressa, nomeada para a presidência da Fundação Lusa-Americana. Para o "ramalhete" ficar completo, já estou a ver o ex-titular da Defesa Nuno Severiano Teixeira a ser nomeado para uma REN qualquer da vida, o antigo responsável do Ambiente Nunes Correia rumar aos comboios ou o antigo ministro da Agricultura Jaime Silva acabar no LNETI. É a chamada "lógica da batata"!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Cada (regime) tem a sala de visitas que merece...

"Fátima Campos Ferreira transformou aquele programa (Prós&Contras) na sala de visitas do regime"

Pedro Santana Lopes
in www.pedrosantanalopes.blogspot.com

Sem palavras...

POR RAZÕES que não são para aqui chamadas, acompanhei a morte de José Saramago à distância, que é como quem diz longe de Lisboa. Mas apesar disso tive oportunidade de seguir com uma razoável atenção o “folclore” previsível que se seguiu ao anúncio do falecimento do escritor, desde o chorrilho de lugares-comuns dos “comentadores de serviço”, com especial destaque para uma senhora que, durante um quarto de hora em directo no “Jornal da Tarde” conseguiu falar mais dela própria e da sua alegada intimidade (com ementas de supostos jantares e tudo!) com Saramago do que do próprio; para a irresistível tendência mostrada pelos afoitos repórteres em “ressuscitar” uma polémica pateta que opôs – vai para duas décadas – um idiota que chegou a subsecretário de Estado e que ainda dá pelo nome de Sousa Lara a um intragável Saramago; para uma impecável postura do primeiro-ministro (as verdades são para se dizer…) em recusar entrar em fáceis aproveitamentos políticos relativos a esse episódio ocorrido num governo PSD; e à retransmissão de uma reportagem sobre o escritor e em que a protagonista era nem mais nem menos que a insuportável D. Pilar, tantas eram as suas aparições no ecrã (uma delas até em amena “cavaqueira” com um jumento, pasme-se…) e os bitaites proferidos pela referida senhora a propósito de tudo e de nada. Para rematar, vejo agora que a ausência de Cavaco Silva da “romaria” em que se transformou o funeral do escritor tornou-se no grande tema da semana, quase a rivalizar com os 7 a 0 que a selecção inflingiu aquele bando de atletas do país do grande e eterno líder Kim Il Sung e provocou um debate aceso entre quem queria ver o Presidente da República a prestar a chamada “derradeira homenagem” a Saramago e os que acham que Cavaco não iria lá fazer nada. Eu até tenho a minha opinião, mas como esse pretenso vulto da nossa intelectualidade chamado Gabriela Canavilhas veio afirmar, com pompa e circunstância, que o marido da D.Pilar tinha “levado as palavras todas”, fico-me por aqui…

sábado, 19 de junho de 2010

Ôi!

SEM GRANDE chance (apesar das declarações públicas em sentido contrário) de recusar a oferta da Telefónica na "Vivo", a PT prepara-se para entrar no capital da "Ôi", a quarta operadora de telemóveis brasileira. Ontem, o governo de Lula deu uma "ajudinha" ao reduzir a sua posição naquela empresa, com a venda de cerca de 15 por cento da participação subscrita pelo BNDS aos fundos de pensão da Petrobras e da Caixa Económica Federal, que assim passarão a deter 33 por cento do capital desta operadora. Uma "operação" entendida nos meios financeiros como destinada a facilitar a entrada da PT na "Ôi" e assim permanecer no mercado brasileiro de telecomunicações.

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Triste...

ACABEI AGORA mesmo de ver (e ouvir) o secretário de Estado dos Desportos, num tom ameaçador, mandar um recados aos jogadores que integram a selecção nacional de futebol que, pelos vistos, cometeram o crime de lesa-Pátria em ter opinião própria. Com voz grossa, ar de mauzão, ameaçador mesmo, Laurentino Dias, ao "mandar calar" os futebolistas escolhidos por essa outra "luminária" que responde pelo nome de Carlos Queirós, perdeu - ele mesmo - uma excelente oportunidade para estar calado. Além de ser triste ver alguém que, até pelos anos que possui como governante, ainda não aprendeu que ser secretário de Estado do Desporto não é propriamente a mesma coisa que ser dirigente da Associação Desportiva de Fafe. Pelos vistos o inefável Lello deixou "escola" naquele gabinete. Pelo menos no que diz respeito ao ridículo...

quinta-feira, 17 de junho de 2010


"Um país faz-se com homens e com livros"

Monteiro Lobato