UM AMIGO brasileiro, que esteve de passagem entre nós há apenas alguns dias, poucas horas depois de ter aterrado em Lisboa e após ter-se inteirado das “últimas” cá do burgo, não resistiu, um pouco a propósito de tudo e de nada, a comentar este estranho ambiente que nos rodeia (e em que vivemos…) com um divertido e certeiro “mas… ‘tá tudo doido!”. E ao longo dos três ou quatro dias que por cá passou não lhe faltaram oportunidades para repetir quase à exaustão esse desabafo que mais não era que um misto de expressão de incredulidade e gozo: “’Tá tudo doido!”. Por cada estória que lhe contávamos e que para nós até já assumia foros de normalidade, era certo e sabido que lá vinha ele: “mas… ‘tá tudo doido!” .- e isto sempre proferido com graça e numa pronúncia tentando imitar o português cá deste lado do Atlântico.
Vem tudo isto a propósito do meu jantar de domingo passado, num conhecido e hoje “muita na moda” restaurante de Lisboa. Deviam passar poucos minutos das dez da noite quando um grupo de três ou quatro sujeitos excentricamente vestidos, carregados de pulseiras, brincos e medalhões, entraram em fila indiana restaurante adentro, bonés enfiados na cabeça, ténis calçados e, salvo erro, um deles de óculos espelhados(!) sendo rapidamente conduzidos a uma mesa bem no centro da sala. Nem um quarto de hora deveria ter passado sobre a chegada dessa “trupe”, quando o dono do restaurante irrompeu pela sala, com ar afogueado e cumprimentando celeremente todos quantos o conheciam: “Olá, tive que interromper a minha folga… ‘tá a ver… tem que ser, n’é?”, justificava ele, enquanto se dirigia apressadamente para a mesa ocupada pelo estranho grupo que chegara tardiamente.
Mais interessado na conversa que estava mantendo com a minha companhia que propriamente nos convivas da mesa de trás, só quando – lá para a uma da manhã – me levantei para abandonar o restaurante é que me lembrei de tentar descortinar quem seriam os importantes “figurões” que tinham obrigado o dono do restaurante a interromper a sua (certamente) mais do que merecida folga e ir fazer as honras da (sua) casa. Primeiro de soslaio, depois um bocadinho mais descaradamente, lá me virei, tentando descobrir a identidade de tão importante personagem. Arriscará o leitor: um actor de Hollywood? Um conhecidíssimo cantor dos tops mundiais? Um extravagante príncipe árabe? Não, nada disso… A “personalidade” que obrigara o bom do dono do restaurante a interromper o seu descanso não era mais nem menos que um afamado futebolista que de tanto driblar ultimamente se tem fintado a si próprio e que, embora esta época, já tenha passado por dois “grandes” do futebol europeu, por junto não deve ter estado em campo mais de 30 ou 40 minutos…
De facto, o meu amigo Cavalcanti é que tem razão: “…‘tá (mesmo) tudo doido!”. Safa!
Vem tudo isto a propósito do meu jantar de domingo passado, num conhecido e hoje “muita na moda” restaurante de Lisboa. Deviam passar poucos minutos das dez da noite quando um grupo de três ou quatro sujeitos excentricamente vestidos, carregados de pulseiras, brincos e medalhões, entraram em fila indiana restaurante adentro, bonés enfiados na cabeça, ténis calçados e, salvo erro, um deles de óculos espelhados(!) sendo rapidamente conduzidos a uma mesa bem no centro da sala. Nem um quarto de hora deveria ter passado sobre a chegada dessa “trupe”, quando o dono do restaurante irrompeu pela sala, com ar afogueado e cumprimentando celeremente todos quantos o conheciam: “Olá, tive que interromper a minha folga… ‘tá a ver… tem que ser, n’é?”, justificava ele, enquanto se dirigia apressadamente para a mesa ocupada pelo estranho grupo que chegara tardiamente.
Mais interessado na conversa que estava mantendo com a minha companhia que propriamente nos convivas da mesa de trás, só quando – lá para a uma da manhã – me levantei para abandonar o restaurante é que me lembrei de tentar descortinar quem seriam os importantes “figurões” que tinham obrigado o dono do restaurante a interromper a sua (certamente) mais do que merecida folga e ir fazer as honras da (sua) casa. Primeiro de soslaio, depois um bocadinho mais descaradamente, lá me virei, tentando descobrir a identidade de tão importante personagem. Arriscará o leitor: um actor de Hollywood? Um conhecidíssimo cantor dos tops mundiais? Um extravagante príncipe árabe? Não, nada disso… A “personalidade” que obrigara o bom do dono do restaurante a interromper o seu descanso não era mais nem menos que um afamado futebolista que de tanto driblar ultimamente se tem fintado a si próprio e que, embora esta época, já tenha passado por dois “grandes” do futebol europeu, por junto não deve ter estado em campo mais de 30 ou 40 minutos…
De facto, o meu amigo Cavalcanti é que tem razão: “…‘tá (mesmo) tudo doido!”. Safa!
in "+Cascais", 27.03.09