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segunda-feira, 30 de março de 2015

www.josepaulofafe.com


A PARTIR do dia 1 de Abril, este blogue passará a estar alojado no www.josepaulofafe.com - o meu site que contará também como uma área profissional. Continuará a ser, como até aqui, uma página e um espaço estritamente pessoal, onde também se comenta alguma actualidade, se recordam histórias de outros tempos e se tenta perceber o que está por detrás de algumas notícias. Espero que gostem...

sexta-feira, 27 de março de 2015

Sobre a pré-candidatura de Henrique Neto


PARA MIM, se e no caso de formalizar-se, a candidatura presidencial de Henrique Neto terá uma grande enorme virtude: o seu tipo de discurso serve de "barreira" (ou "travão", como preferirem...) relativamente ao populismo demagógico e inconsistente de alguns que surgem como pretensos faróis da ética republicana e que, numa tentativa célere de protagonizar o discurso bacoco e oportunista da anti-política, se perfilam como candidatos a Belém, tais como Paulo Morais e Marinho Pinto. Tendo em conta as garantias que o passado de Neto oferece, pensei que os seus camaradas de partido reagissem com uma natural e realista tolerância, não o hostilizando e deixando até "portas abertas" para uma estratégia que poderia vir a ser, a médio-prazo, comum. Enganei-me! A começar pela reacção destemperada de António Costa e que deu azo a que ouvíssemos nos últimos dias, a propósito da intenção de Henrique Neto, os comentários mais infelizes, desagradáveis, disparatados e tolos que alguma vez se podia imaginar. Ás vezes, antes de falar, convém pensar...

Aquilo é tudo muito mau...


ALGUÉM JÁ se perguntou a razão porque se armou todo este kafarnaum à volta de alegadas pressões de António José Morais, antigo professor de José Sócrates, sobre a mulher de Carlos Santos Silva para que este "entale" o antigo primeiro-ministro - isto segundo uns; ou os supostos pedidos que esta última fez ao dito professor para que convencesse o marido a dar com a com língua nos dentes - isto segundo outros. Alguém já relacionou toda esta verdadeira peixeirada, que já meteu queixas no DCIAP e tudo, com a acção judicial que o mesmo Morais pôs contra um amigo de Sócrates, Armando Vara no caso, para que este assumisse a paternidade de uma filha que o professor supôs sua durante quase 12 anos? Vá lá saber-se quem tem razão - se Morais, se mulher de Santos Silva, mas uma coisa é verdade:  aquilo é tudo muito mau!

segunda-feira, 23 de março de 2015

E se José Sócrates resolver ser candidato?

AS SUCESSIVAS derrotas que a defesa de José Sócrates tem sofrido nos últimos dias, tanto na Relação como no Supremo Tribunal de Justiça, vão obrigatoriamente levar o antigo primeiro-ministro a rever toda a estratégia da sua defesa que - está à vista! - tem falhado em toda a linha. A opção pelo confronto e o tom provocatório que o advogado João Araújo tem insistido em adoptar têm-se mostrado perniciosos e desajustados num processo em que, tudo indica, a discrição e uma certa "negociação" só conviria a quem viu recentemente revalidada a sua prisão preventiva. Mas também é verdade, convenhamos,  que o estilo de Araújo é, de algum modo, semelhante à postura a que Sócrates desde sempre nos habituou, nos seus melhores e nos seus piores momentos...
Por outro lado, a ideia que se tem hoje em dia do processo é que a vida não está fácil para o antigo primeiro-ministro, sendo raro o dia em que as já célebres e supostas "violações do segredo de justiça" nos revelam várias "embrulhadas" que, a serem verdade, não auguram nada de bom para quem surge alegadamente nelas envolvido - e isso que não sabemos o que ainda virá por aí... Talvez por isso mesmo, a curto e médio-prazo, ou seja antes de terminada a instrução do processo, a Sócrates só lhe reste tentar "puxar" o seu caso para a esfera política, tentando a todo o custo imprimir-lhe uma "carga" que  lhe permita desviar a atenção dos factos que a acusação dará por provados e pelos quais pedirá a sua condenação em tribunal. E essa estratégia de defesa que Sócrates poderá vir ser obrigado a adoptar passará muito possivelmente por uma candidatura presidencial... Isso mesmo, uma candidatura à Presidência da República!
E não pensem que o facto de uma candidatura de Sócrates poder naturalmente atrapalhar a vida a António Costa, ao PS e ao candidato que o partido até lá escolher ou por muito condenada que possa estar ao fracasso logo à partida, o fará hesitar um segundo sequer - longe disso. É que além de colocar o seu processo num patamar puramente político, a sua hipotética candidatura a Belém teria, desde logo, o condão de criar um verdadeiro imbróglio jurídico-político, dado o carácter da sua detenção - preventivo. Seria possível, desde que cumpridos os requisitos legais, impedir alguém que se encontra em prisão preventiva, de apresentar a sua candidatura à Presidência da República? Penso que não. Seria aceitável que, aceite a candidatura, esse candidato fosse prejudicado no período oficial de campanha eleitoral relativamente aos seus concorrentes? Penso que não - ou por outras palavras, seria impossível, no caso dessa candidatura ser "validada" pelo Tribunal Constitucional, manter Sócrates detido durante esse mesmo período... Estaríamos assim perante um complexo e intrincado problema jurídico com uma forte componente política. Um problema que não convirá rigorosamente a ninguém, da direita à esquerda e às instituições. Um problema que só convirá ao próprio José Sócrates que, naturalmente, não hesitará, caso não tenha outra solução à mão, em criá-lo. Ele que já ensaiou, nestes últimos quatro meses, o papel de "mártir político" que uma candidatura presidencial tão bem acentuaria...

sexta-feira, 20 de março de 2015

Sobre a violação do segredo de justiça...


NÃO ME revendo naquele estilo que eu considero "bera" do "Correio da Manhã" e não conhecendo pessoalmente Eduardo Dâmaso (ao que presumo, seu director-adjunto), não poderia estar mais de acordo com ele, quando se refere à agora tão badalada violação do segredo de justiça: "É um crime dos anos 90, um crime da moda. Essas pessoas que estão hoje muito preocupadas com ele nunca se preocuparam quando a violação atingiu pessoas que não tinham importância social e económica". Na mouche!

segunda-feira, 16 de março de 2015

A hora de Lula (por estranho que possa parecer...)


CONTRARIAMENTE AO que muitos pensavam (eu incluido...), a presidente Dilma Rousseff perdeu aparentemente a mão num Brasil onde os bastidores da política sempre foram complexos e obrigam a ter uma flexibilidade que esta fria e teimosa filha de búlgaros insiste em não ter. Há cinco meses atrás, ao ser reeleita, Dilma perdeu a oportunidade de traçar o seu próprio caminho e de soltar-se das amarras de um PT em fim de ciclo, verdadeiro "ninho de gatos" onde os "barões" se digladiam furiosamente por detrás do pano, tentando posicionar-se na primeira linha da sucessão para 2018. Tinha então uma oportunidade de ouro de reconciliar-se com a sociedade brasileira, de promover uma verdadeira reforma política que conduzisse a uma necessária reorganização do espectro partidário e de, com isso, disfarçar os efeitos de uma natural crise económica que o país iria atravessar. E quem sabe mesmo de encerrar com "chave de ouro" o ciclo do PT ao fim de 16 anos de poder...
Mas não, Dilma preferiu isolar-se e embrenhar-se naquele pântano que normalmente rodeia os poderosos, onde a intriga, as jogadas e os harakiris políticos se sucedem. Primeiro foi o "caso da Petrobras" onde uma inabilidade gritante por parte da própria Dilma chegou a colocar em causa a sua própria reeleição e contribuiu inevitavelmente para algumas  derrotas do seu partido. Depois conduziu a formação de um governo com uma inabilidade de uma principiante, formou um executivo que não possui uma linha política, uma lógica, onde ninguém sabe bem às quantas anda e onde a articulação política "voa" de mão em mão, ou seja de ministro em ministro, ao sabor dos amuos e birras dos parceiros de uma base aliada vasta, complexa e fisiológica para quem um cargo de segundo ou terceiro escalão é mais importante que qualquer outra coisa.
Enquanto isso, a rua faz-se ouvir. Legitimamente, no exercício de um direito que a democracia confere a quem opta por expressar o seu protesto. O impeachment está obviamente fora de causa, tal como o regresso dos militares que alguns imbecis reclamam. Mas esses são uma minoria. Com esses Dilma não tem que se preocupar. Dilma tem que se preocupar, isso sim, com a imensa maioria dos que sairam para a rua, com os que  querem e precisam de ver o Brasil mudar. E nem é tanto mudar de governantes, mas sim de práticas, de lógicas e principalmente de mentalidade.
Por estranho que parecer e por mais contraditório que isso possa parecer, hoje, mais do que nunca, Dilma depende de Lula. É Lula e só Lula que lhe poderá estender a mão e salvá-la do pântano onde ela se está a deixar atolar hora após hora. É, por estranho que possa parecer, Lula e só Lula que ainda pode colar os cacos de uma elite política (com o PSDB incluído, note-se.….) que cada dia menos possui a confiança dos brasileiros e de quem devia representar. O curso da história trocou as voltas a Dilma - em vez de afastá-la naturalmente de Lula, tornou a criatura cada vez mais dependente do seu criador...

sábado, 14 de março de 2015

Um comentário que é uma pergunta...


AS FOTOGRAFIAS da reportagem do Paris Match sobre o casal Varoufakis que inundaram as redes sociais nos últimos dias só me suscitam comentário que é, ao mesmo tempo, uma pergunta: alguém já imaginou o que seria se algum ministro deste governo se atrevesse a participar numa produção daquele tipo para alguma revista cá do burgo?

quarta-feira, 11 de março de 2015

A disponibilidade de Alegre


A APARENTE recusa de António Guterres em protagonizar uma candidatura presidencial e o pouco, ou nenhum, entusiasmo que nomes como António Vitorino, Sampaio da Nóvoa ou Guilherme Oliveira Martins suscitaram na área socialista, abriu uma "janela de oportunidade" para Manuel Alegre. Renascendo das cinzas a que o conduziram duas frustradas candidaturas a Belém, Alegre surge agora pé ante pé e como quem não quer a coisa, a tentar colocar-se a jeito para que, no  Partido Socialista, alguém se lembre da sua existência e, à falta de melhor, o empurre para mais uma aventura com final anunciado. Só assim se entende as suas duas últimas declarações públicas - a primeira a exigir que Guterres clarifique definitivamente se está, ou não, disponível para candidatar-se a Belém; e a segunda, a querer que António Costa peça a demissão de Pedro Passos Coelho. Só falta mesmo dar uma entrevista, onde "casualmente" o interroguem sobre a sua disponibilidade...

Sobre o tal sr. Morais, outro que fala, fala e não diz nada...

A PROPÓSITO de mais um "número" protagonizado pelo inefável Paulo Morais, não resisto a transcrever algumas linhas que escrevi sobre esse mesmo sujeito há cerca de ano e meio, mais concretamente a 9 de Setembro de 2013:
"Já aqui escrevi e repito: causa-me alguma irritação ver, surgidos do nada, sabe-se lá investidos em que legitimidade, um sem-número de criaturas que pregam a ética e a moral, quais profetas do bem e que se julgam donos e senhores da verdade e da razão. Refiro-me a uns quantos que ultimamente, certamente à falta de "emprego" ou de ocupação mais rentável, pelam-se para falar de cátedra, do alto de uma importância que só eles reconhecem e tendo-se a si próprios em grande conta, vivendo nestes períodos pré-eleitorais, em permanente tournée estival à imagem e semelhança de um qualquer cantor pimba ou de um ou outro "kinito" da vida. São gente que fala, fala e... nada diz - a não ser um chorrilho de lugares comuns, com um ar e ênfase de tratarem-se das coisas mais importantes e quase sempre encantando plateias sequiosas de escutar de forma mais erudita as típicas conversas de paragem de autocarro.

Vem tudo isto a propósito de um tal Paulo Morais, expoente máximo de um certo trauliteirismo nacional e que raro é o dia em que não surge como líder de um fascizante "justicialismo" lançando suspeições, indirectas e aleivosidades sobre tudo e todos, contribuindo à sua maneira para desacreditar um regime que, pese todos os defeitos, ainda possui mecanismos suficientes para afastar quem lhe é nocivo e quem o põe em causa(...).

domingo, 8 de março de 2015

Cavaco Silva


CHEGA A ser confrangedor escutar as opiniões com que cada vez mais espaçadamente - valha-nos isso! - o Presidente da República nos brinda. Confrangedor porque longe vão os tempos em que Cavaco Silva tinha alguma coisa para dizer e em que os portugueses tinham alguma coisa para escutar; confrangedor porque, das duas uma: ou o chefe de Estado fala da boca para fora ou então dá especialmente ouvidos a algum mentecapto que foi alcandorado a conselheiro; confrangedor porque nos últimos anos Cavaco Silva consegue, cada vez que abre a boca, destruir o capital político que lhe restava; confrangedor porque numa altura em que o País precisava de alguém  com bom-senso e principalmente que exercesse as funções presidenciais com a dignidade e a parcimónia que se exige a a um político responsável, Cavaco Silva prefere ficar na história como o mais medíocre dos chefes de Estado do regime democrático.

sábado, 7 de março de 2015

"Quanto mais eles inventam, mais a gente confia no Delcídio"!


DURANTE O ano de 2014, no Brasil, assumi a coordenação estratégica de marketing da campanha do senador Delcídio Amaral ao cargo de governador do estado de Mato Grosso do Sul. Uma campanha que, à partida poderia parecer fácil, tornou-se logo a partir de Março ou Abril desse ano num verdadeiro "ai jesus", tais os ataques inenarráveis que o candidato começou a sofrer por parte dos seus adversários políticos que, comandados por um anão (na verdadeira acepção do termo...) político, raro era o dia em que não lançava acusações, insinuações e ataques, tentando envolvê-lo no escândalo relacionado com a Petrobras que dava então os seus primeiros passos. 
Logicamente que a excelente imagem que Delcídio gozou desde sempre junto dos seus conterrâneos sofreu um abalo, tal a barrage a que o seu nome era sujeito diariamente, em alguns jornais do estado, nos blogues, nas redes sociais, no dizquedisse - uma verdadeira "tortura", especialmente para quem o sabia sério, impoluto e um homem respeitador dos valores da ética republicana. Resultado? A 26 de Outubro do ano passado, embora por uma margem mínima, perdemos a segunda volta das eleições para um candidato que, em vez de apresentar uma única proposta, preferiu fazer uma "campanha negra" baseada na mentira, na insinuação gratuita e na calúnia.
Finalmente hoje, quase um ano após o início deste "folhetim", o Supremo Tribunal Federal e a Procuradoria-Geral da República brasileiros divulgaram uma lista em que, de uma vez por todas, afasta toda e qualquer participação de Delcídio no intrincado esquema do chamado "petrolão". Para trás ficou um ano de muito sofrimento, de muita amargura, de muita revolta, mas também de grande determinação e de uma grande coragem de Delcídio em enfrentar quem não hesitou em preferir a lama das suspensões, da mentira, das acusações falsas a um debate político, sério e honesto.
Como diz o "comercial" que tivemos a oportunidade de produzir e veicular em Agosto no ano passado para a campanha..."quanto mais eles inventam, mais a gente confia no Delcídio". Grande abraço, amigo!

sexta-feira, 6 de março de 2015

A propósito de Alegre, recordando uma frase de Eanes...


HÁ FRASES que, de tão oportunas, por mais tempo que passe, nunca esquecemos. Há uns trinta e tantos anos, salvo erro por ocasião da eleição presidencial de 1980, o então candidato Ramalho Eanes foi convidado pelos jornalistas a pronunciar-se sobre uma crítica que tinha sido alvo por parte de Manuel Alegre. Naquele seu sotaque beirão bem característico, Eanes foi curto e grosso e não podia ter sido mais certeiro: "Portugal sempre foi um país de bons poetas e maus políticos...". Lembrei-me hoje desse episódio quando li que o poeta (que na opinião não é assim tão bom quanto o general teve a bondade de insinuar, mas enfim...) veio a público reclamar do seu líder António Costa que exigisse e demissão de Passos Coelho...

quarta-feira, 4 de março de 2015

Três perguntas a propósito de Pedro Passos Coelho...


É VERDADE que Pedro Passos Coelho meteu a pata na poça quando não resolveu as suas pendências perante a Segurança Social antes de candidatar-se a primeiro-ministro? É, sim senhor. É verdade que a sua justificação pelo lapso foi precipitada e algo desastrada? Também é verdade. Agora, por favor, digam-me lá que eu não tenho razão? Será que este "incidente contributivo" do primeiro-ministro condiciona a sua governação ou justifica uma hipotética demissão? Claro que não. Ponto final.

domingo, 1 de março de 2015

O dia em que o Fernando Madrinha e eu passeámos no Pentágono...


POR RAZÕES que certamente a razão desconhece, o meu amigo Fernando Madrinha deixou, ao fim de quase 20 anos, de escrever a sua coluna semanal no "Expresso". Perdemos nós e perde certamente o "Expresso" onde - já deu para perceber... - há quem não consiga (ou saiba) conviver com a experiência, com a lucidez e com a memória.

*

Há momentos, a comentar com um amigo esta inesperada notícia, lembrei-me de uma deliciosa história que vivi com o Fernando em Washington durante uma visita do então primeiro-ministro Cavaco Silva, já lá vão uns bons 20 anos - ele ao serviço do "Expresso" eu do "Tal&Qual". Por obra e graça do raio de uma mala extraviada entre Lisboa e a capital norte-americana, na manhã seguinte à nossa chegada fui obrigado a ir às compras, de forma a munir-me do essencial para enfrentar os dois ou três dias que durava a nossa estada na capital norte-americana. Afável como sempre, o Fernando ofereceu-se para acompanhar-me nessa minha incursão e, logo pela manhã, lá partimos de metropolitano Washington afora... O destino era um shopping que me tinham recomendado - o Pentagon City Mall. Seguindo as orientações recebidas, após uma viagem de cerca de um quarto de hora, descemos numa estação chamada "Pentagon" e não hesitámos quando à nossa frente surgiu uma escada rolante que subimos decididos, atrás de umas quantas pessoas que seguiam à nossa frente. Lá em cima, após passar uns discretos pórticos de segurança, continuámos a seguir quem nos precedia e a embrenhar-nos nuns longos e intermináveis corredores. Apesar de termos passado em frente de uma pequena barber shop (com um daqueles tradicionais reclames coloridos e tudo) e de uma máquina de venda automática de jornais, aquilo tinha aspecto de tudo menos de um shopping. Ao fim de alguns minutos e outras tantas dezenas de metros percorridos naqueles insípidos corredores, resolvemos abordar alguém que nos pudesse elucidar onde ficavam as lojas daquele estranho centro comercial. A surpresa foi total: não só tínhamos descido uma estação antes do que devíamos, não só não estávamos em algum centro comercial, como estávamos em pleno Pentágono, o maior edifício de escritórios do mundo e o "coração" de toda a estrutura militar dos Estados Unidos! Daí os pórticos de segurança que transpusemos  com a maior das naturalidades, daí os longos e insípidos corredores, daí a ausência de lojas...
Ainda hoje estou de boca aberta, não sei como lá fomos parar e como é que conseguimos ultrapassar os cuidados de segurança que obviamente o edifico dispunha. O certo é que, tal como entrámos, saímos pelos nosso próprio pé e voltámos a entrar no metro que, então sim, nos deixou na estação seguinte - na "Pentagon City Station", a tal que servia o shopping do mesmo nome... Fosse hoje e tenho a impressão que ninguém nos livrava de umas "férias" em Guantanamo!
Um abraço, Fernando!

quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

Cadê o "bacalhau à Dilma"?


ACHO QUE foi Mário Wilson que há uns anos disse qualquer coisa acerca da facilidade em passar-se de "bestial a besta"... Lembrei-me do "velho capitão" há uns dias no Porto, quando me sentei à mesa do "Cafeína" e me aprestava a pedir o famoso "bacalhau à Dilma", assim baptizado em honra da presidente brasileira Dilma Rousseff que, há três anos anos e durante uma breve escala técnica naquela cidade, escolheu aquele que é sem dúvida um dos melhores restaurantes da Invicta como poiso para almoçar. Mirei e remirei a lista e do "bacalhau à Dilma" nada, tinha eclipsado-se: "Estranho, ainda há um mês atrás encabeçava os pratos de peixe...", pensei com os meus botões. Perguntei ao empregado que me atendia sobre o "paradeiro" do prato. A resposta veio pronta: "Está aí, é o bacalhau gratinado com 'ailoi', miga de grelo e radicchio". Então e o nome, perguntei? O empregado baixou ligeiramente o tom de voz: "Tínhamos muitos clientes brasileiros que protestavam...". Pois é, como dizem do lado de lá do Atlântico... "dançou"!

O "vale tudo" de Paulo Portas

A ANUNCIADA auditoria mandada executar pelo ministro Pedro Mota Soares à Santa Casa da Misericórdia num momento em que os candidatos presidenciais começam a colocar-se na grelha de partida e quando Pedro Santana Lopes aprestava-se a ocupar o seu lugar só surpreende quem não conhece Paulo Portas. Ao longo da sua vida, Portas dedicou-se a tentar enlamear a vida de quem o rodeia, sempre em nome de uma lógica de conquista de poder e em ver-se livre de quem possa atrapalhar os seus planos - foi assim no "Independente" onde acumulou "vítimas", foi assim no CDS (quem não se lembra das traições que foi alvo Manuel Monteiro, só para citar um nome?) foi assim nas  trapalhadas menos claras em que se viu envolvido nos últimos anos, desde o "caso Moderna" até este intricado e polémico "folhetim" dos submarinos.
Para Portas, cujas ambições presidenciais são a médio-prazo, Santana Lopes é um alvo a abater - teme-o, sabe-o capaz de ocupar o seu espaço político e é urgente detê-lo. Esta não e a primeira vez que Portas traiu Santana. Fê-lo enquanto director do "Independente", fê-lo enquanto seu ministro e parceiro de coligação no XVI Governo Constitucional (e até com Jorge Sampaio e José Sócrates...)  fê-lo quando, há três anos e meio, tentou impedir a sua ida para a Santa Casa da Misericórdia. Este é o verdadeiro Portas, o Portas das intrigas, das maledicências, das sacanices, o Portas das manhas e do "vale tudo" - no fundo é o Portas que ao longo da vida não hesitou em desferir facadas nas costas de quem finge abraçar. Este é o Portas que, ao mesmo tempo que fingia estar com Santana, se encontrava às escondidas com Sampaio ou Sócrates; este é o Portas que piscou o olho a António Guterres; este é o Portas que ao mesmo tempo que estende a mão a Pedro Passos Coelho manda recados a António Costa; e este é o Portas que ao longo da vida sacrificou amigos em nome de uma ambição sem limites.  No fundo este é o Portas em que é impossível confiar, que não hesita em apunhalar pelas costas quem se colocar à sua frente...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2015

O meu amigo Alexandre Pais


HÁ PESSOAS que têm o "hábito" de ter razão antes do tempo. O meu amigo Alexandre Pais, um dos mais sólidos, sérios e brilhantes jornalistas que conheci ao longo dos meus mais de 20 anos de profissão, é desse tipo de pessoas. Durante anos, "entreteve-se" (e este "entreteve-se" é obviamente uma figura de estilo…) a imaginar e lançar projectos jornalísticos que, podendo não dar certo naquele momento, era certo e sabido que anos mais tarde o tempo iria provar da sua razão. Foi assim com o “Off Side”, porventura o primeiro jornal desportivo que abordou o futebol com outro olhar e linguagem; com a “Élan”, uma revista masculina que foi uma autêntica pedrada no charco naqueles anos ainda acinzentados; com a “Tomorrow”, que não só pelo formato, esta nova revista do “Expresso” me fez de algum modo recordar; pela “Teenager”, a primeira revista virada para os adolescentes e que foi pioneira no sector; e com a “Dona”, a primeira rival da “Nova Gente” e percursora desta verdadeira enxurrada de publicações dedicadas ao chamado beautiful people.
Como eu escrevi um pouco acima, o Alexandre é um dos mais sólidos, sérios e brilhantes jornalistas que conheci  – pena foi que só tenha trabalhado com ele nos meus últimos anos como jornalista… Quando o conheci, a mesquinhez de quem decidia tinha feito com que o tivessem “encostado” num (passe a expressão…) canto da redacção do “Tal&Qual”, onde aguardavam que o Alexandre, mais dia menos dia e cansado de algumas desconsiderações, batesse a porta e os poupasse à óbvia indeminização. Pediram-me na altura: “Faz-lhe a vida negra para ver se ele se vai embora, ele é muito caro…”.
Não fiz, bem antes pelo contrário – não descansei enquanto não encontrei uma “fórmula” que permitiu ao Alexandre ter a importância e o destaque que ele merecia na estrutura de qualquer jornal. Sem exagero, ao longo daqueles dois anos, o Alexandre foi o verdadeiro “pilar” do “Tal&Qual”, contribuindo com as suas experiência e notável sabedoria para, muitas vezes, dar alguma consistência a um jornalismo que tinha uma óbvia tendência para “pisar o risco”. E apesar de um ou outro “torcer de nariz” por parte de alguns mais susceptíveis, não havia texto que não passasse pelo seu exigente crivo, até para ele dar-lhe o seu indispensável “jeitinho” e uniformizar a escrita do “T&Q” – a começar pelos meus. Bons tempos esses… E depois também, note-se, existia o “outro” Alexandre Pais, o Alexandre fora do jornalismo - e esse era também era um Alexandre confiável, sereno, leal, discreto, alguém feito de uma “massa” que hoje não é muito vulgar encontrarmos.
Um dia, no Verão do último ano dos anos 90, resolvi deixar o jornalismo. O Alexandre, claro, ficou. E nem imaginam o gozo que me deu, poucos meses mais tarde,  a vê-lo, primeiro, à frente do “Tal&Qual”; depois a protagonizar o grande arranque do “24 Horas”; e finalmente a tomar conta do “Record”…
Não sei porque raio me deu para escrever sobre o Alexandre Pais, se calhar foi por lê-lo hoje de manhã na “Sábado”, onde escreve semanalmente uma página que é a primeira que eu procuro quando folheio a revista – talvez, não sei… O que sei, isso sim, é que as poucas saudades que tenho do jornalismo são as muitas saudades que tenho, tantas vezes, dele. Grande abraço, careca!

O advogado, as fontes e as "manchetes"...

EU PERCEBO que o advogado de José Sócrates suba as paredes todos dos dias em que o "Correio da Manhã" dedica uma manchete ao seu cliente. Aquilo incomoda? Ah, incomoda - claro que incomoda! Aquilo prejudica a estratégia da defesa? Claro que sim, que prejudica! Mas isso é uma coisa - a de incomodar, de perturbar, de fazer mossa. Outra coisa é vir contra-atacar acusando o jornal de pagar as notícias que publica... Até porque João Araújo sabe bem (e há muitos anos...) como funcionam estas coisas das fontes, nomeadamente entre advogados, juízes e jornais. Foi assim que muitos jornais publicaram, durante anos, algumas "cachas" como, por exemplo, o "Expresso", quando nos anos 80 publicou alguns documentos que foram determinantes para a condenação de Otelo Saraiva de Carvalho no âmbito do processo das "FP-25". E que eu saiba, ninguém pagou nada a ninguém...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2015

João Araújo: a irresistível queda para a graçola fácil...



GARANTO QUE só à terceira ou quarta vez é que acreditei naquilo que estava a ouvir... Pode parecer muito estranho, mas não consigo achar normal que o advogado de José Sócrates (e duvido que o próprio antigo primeiro-ministro também ache...), por muito blagueur ou por muita graça que se ache a si próprio, possa afirmar alto e bom som o que ontem afirmou, numa entrevista à RTP-I, sobre o seu próprio cliente... Pergunta o jornalista a propósito das razões poderiam ter motivado Sócrates a confiar-lhe a sua defesa: "(...)os senhores já eram amigos?". Responde João Araújo"Era e sou amigo dele, não há muito tempo tratei-lhe de uns assuntos familiares, simples, à minha medida e como estava mais à mão, o homem escolheu-me para tratar disto(...)". O jornalista insiste: "Mas já tinha uma relação com o engenheiro José Socrates?". Entre risadas, o advogado esclarece: "Sim, uma relação de amizade, de pequena amizade, não é daqueles amigos a quem eu empresto dinheiro...". Desculpe, importa-se de repetir?!

Profissão? "Personalidade"...


A ARQUITECTA Helena Roseta de vez em quando resolve fazer prova de vida e, ao jeito daquela imaginária prima do Solnado que gostava de "dizer coisas", não resiste em sair-se com uns lugares comuns, daqueles que ficam "bem", que não adiantam nem atrasam, mas que lhe dão uns efémeros segundos de rádio no noticiário das 16 ou das 4 da manhã ou duas mal-amanhadas linhas numa notícia de pé de página feita em cima de um take da Lusa. Então se lhe põem um abaixo-assinado à frente, é certo e sabido que a D. Helena não hesita e, pouco se importando com o tema, rapa da caneta e, zás!, toca a assinar... É sobre a TAP? Venha ele! Sobre a supressão da carreira 32? Força! Sobre o atraso nas obras de alargamento da estrada municipal nãoseideonde? Porque não? Sobre as raposas de cauda roxa às bolinhas amarelas? Leva à Roseta, que ela assina! De tanto assinar, a D. Helena até já deve ter um calo no indicar direito e certamente já trocou formalmente a sua profissão de arquitecta pela de "personalidade", que é um termo com que os nossos jornalistas gostam muito de baptizar as habituais luminárias que, a propósito de tudo e de nada, gostam de fingir que têm opinião sobre tudo e mais alguma coisa, estilo Freitas do Amaral e Bagão Felix, ou agora  também Carvalho da Silva que, perdida a liderança da CGTP, mantém a cabeça à tona de água muito à custa dumas imaginárias "causas comuns".
Na prática, D. Helena e todos esses "profissionais dos abaixo-assinados" descobriram a pouco pouco que a única maneira de resistirem ao sentimento de "marimbanço" que a opinião pública lhes dedica é atrelarem-se a alguns que, pelo seu peso político e intelectual, vale a pena escutar, independentemente de estarmos, ou não, de acordo com o que defendem. Concorde-se ou não, as opiniões de, por exemplo, um Francisco Louçã, de um Silva Lopes ou de um Pacheco Pereira contam, é gente que sabe do que fala, que não se refugia em lugares comuns e que pensa pela sua própria cabeça. Por outras palavras: mas interessa a alguém saber o que a D. Helena pensa sobre isto ou aquilo?! Ou alguém acredita que o seu nome (ou de qualquer outra dessas "personalidades") acrescentam o quer que seja a algum abaixo-assinado, carta aberta ou manifesto?! 

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2015

A homenagem a um homem corajoso


LOUVE-SE A decisão da Câmara Municipal de Lisboa que, por unanimidade, decidiu baptizar o aeroporto de Lisboa com o nome do general Humberto Delgado, homenageando assim alguém cuja memória e controverso percurso ainda incomoda os paladinos do "politicamente correcto" que ao longo das últimas décadas têm tentado de algum modo esquecer ou subestimar o seu papel na história da resistência ao antigo regime. 
Não tendo sido propriamente uma "águia" em termos políticos, nem tão-pouco um grande estratego, a Delgado sobrava o que hoje falta à esmagadora maioria dos nossos políticos: coragem. E é essa coragem, bem como uma  férrea determinação e uma invulgar e notável vontade de fazer mudar as coisas que justificam a decisão agora tomada que permitirá que, a partir de agora, possamos ouvir, cada vez que pousarmos em Lisboa, a mais do que merecida referência a quem foi, além de um homem corajoso, alguém a quem a aviação civil e comercial portuguesa muito deve.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2015

"Envelhecer", by Vasco Pulido Valente


TEM TANTO de genial como de chato. Cáustico, severo, brutal muitas vezes, Vasco Pulido Valente tem a extraordinária capacidade de pensar, coisa rara neste País e nos tempos que correm. Há quem goste muito dele e quem o deteste, mas poucos são os que não subscrevem grande parte do que ele escreve e raros os indiferentes ao que ele defende. Com 73 anos, a Pulido Valente naturalmente custa-lhe envelhecer neste país de Ronaldos, gourmands da treta, do jornalismo de merda, dos lugares comuns, do primado da economia, do chico espertismo. O que ele não sabe é que não é preciso ter mais de 70 anos para nos sentirmos assim, basta apenas lembrarmos-nos do "outro" País onde nascemos e vivemos muito tempo. E que este não é, sem dúvida, o nosso. Vale a pena (mesmo) ler este excelente texto de VPV:

"Crescentemente, quando vejo televisão (sobretudo os noticiários), este Portugal onde nasci e, mal ou bem, vivi setenta anos, me parece um sítio desconhecido e hostil, em que não posso continuar. Os velhos são assim e já Chateaubriand dizia: é muito duro envelhecer, mesmo se o mundo à nossa volta não muda ou muda pouco, mas muito mais duro é envelhecer num mundo que mudou. Precisava de um livro para explicar o que me irrita neste país novo da crise e da miséria e, como não tenho força e paciência para começar um livro, resolvi ir escrevendo sobre as coisas que me exasperam mais. Por exemplo:

1. A desvergonha com que a esquerda usa a desgraça dos portugueses como argumento político. Desemprego, impostos, salários ou, no dia-a-dia, urgências que não funcionam, o remédio para a hepatite C que não há, outro desconto ou proibição – tudo serve, não se percebe como, para demonstrar a enorme virtude do PS e a imensa maldade do governo. Nós bem fugimos desta ladainha. Só que ela nunca pára e não nos larga.

2. A multidão de salvadores da Pátria, que prometem o céu e que entretanto se juntam e separam, avançam e recuam, como se andassem num jogo de possessos sem sentido e sem fim. E que berram e se esgadanham por esses debates, despejando lugares-comuns com uma estranha importância e uma grande satisfação.

3. A maneira como o jornalismo gira à volta do desastre, do crime e da pequena história de “interesse humano”, numa altura em que Portugal e a Europa se desfazem.

4. A obsessão incrível e paradoxal com restaurantes, que abrem às centenas (apesar do IVA) e que se pretendem sempre pioneiros de uma especial cozinha ou de uma extraordinária ideia; e que têm na cave vinhos sem igual. Quem lá vai? A classe média que se destruiu, os banqueiros que faliram, os corruptos mascarados que esperam a sua hora?

5. A obsessão geral com o espectáculo; com qualquer sítio onde se juntam milhares de bípedes, saltando e pulando e muitas vezes guinchando, para seu contentamento e nossa aflição. Os “festivais” da carne, da fruta, do queijo, do enchido, do mexilhão, do doce regional ou nacional, da primeira coisa que dê para armar a tenda e ganhar uns tostões.

6. A futilidade da conversa sobre a economia, como se por aqui ainda não se percebesse que a economia não é uma ciência, é um capítulo da política.

7. A inferioridade que revela o culto de Ronaldo – nome obrigatoriamente precedido por o “melhor do mundo” – e o de uma dúzia de personagens menores que se tornaram “os melhores” de qualquer coisa ínfima ou gratuita."

Zurrices


QUANDO VEJO uma ladina criatura que dá pelo nome de Marco António Costa a perorar nos púlpitos por esse País fora como se fosse gente crescida, é inevitável que tenho de  lembrar-me das fábulas de Esopo, quando os animais falavam. De facto, ao que isto chegou...

Paula Teixeira da Cruz, a "troublemaker"...


FOI SEMPRE assim, pelo menos desde que a conheço, dos tempos da faculdade. Paula Von Hafe ou Paula Teixeira da Cruz sempre teve uma extrema dificuldade em conter-se, sempre possuiu uma dose excessiva de voluntarismo e nunca escondeu uma irresistível queda para ser inoportuna. Encrencas e pequenos embates é com ela, sempre perita  em criar problemas, muito mais do que em resolvê-los. Independentemente da bondade da sua tese sobre a liberalização (ou legalização) das drogas leves expressa ontem aos microfones de uma rádio, o momento do seu lançamento na agenda política é no mínimo insólita, para não dizer outra coisa...
A oito meses das eleições, num momento que o governo precisa de não levantar ondas e navegar em "mar chão", as ondas provocadas pelas suas declarações pecam claramente por  uma inabilidade gritante, obrigando mesmo o primeiro-ministro a vir a terreiro atabalhoadamente argumentar que as afirmações da sua ministra não passavam de "opiniões pessoais" - como se um membro do governo e vice-presidente do maior partido português possa ter publicamente opiniões pessoais sobre temas fracturantes como este, ainda por cima em ano eleitoral...

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

Um ministro "ao lume"...


EU JÁ ando aqui há tempo suficiente para perceber que esta repentina e incessante "caça" ao ministro Paulo Macedo tem muito que se lhe diga - especialmente quando sabemos que o titular da pasta da Saúde é porventura o mais competente membro deste governo. E também sei, confesso, como estas coisas se fazem...  A "receita" é simples: misturam-se os interesses empresariais, corporativos e políticos existentes, põe-se a ferver com uma ou outra greve sectorial, junta-se a seguir uns quantos casos que de preferência motivem alguma lógica e natural indignação na opinião pública, deixa-se a marinar nas primeiras páginas e na abertura dos telejornais e pronto... é só servir à mesa!

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Conversa de taxista...


SE UM dia destes entrar num táxi e der com o ex-ministro da Agricultura e antigo deputado António Barreto ao volante não vou ficar surpreendido...

quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

Vinte anos depois...


JÁ LÁ vão mais de 20 anos... Estávamos em Maio de 1994 quando, reagindo ao congresso "Portugal, que futuro?", uma iniciativa crítica promovida por "fiéis" de Mário Soares,  o então primeiro-ministro Cavaco Silva não resistiu a lançar uma provocação ao então inquilino do palácio de Belém: "Temos de ajudá-lo a acabar o mandato com dignidade". Uma frase que ficou célebre e que hoje é obviamente recordada, quando, no âmbito da comissão de inquérito ao BES, o PCP anunciou que deseja ouvir por escrito o Presidente da República...