... ou "quem não tem cão, caça com gato...", que é como quem diz, uma página e um espaço estritamente pessoal, onde também se comenta alguma actualidade, se recordam histórias de outros tempos e se tenta perceber o que está por detrás de algumas notícias...
terça-feira, 29 de setembro de 2009
Valha-nos isso!
À espera...
Opção consciente!
Extraordinário!
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
A preocupação mora aqui...
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
A política do "kleenex"
Cavaco Silva sempre foi useiro e vezeiro na chamada “política do kleenex”, ou seja, no que vulgarmente se denomina por “usar e deitar fora”. Entre valores e interesses pessoais, Cavaco jamais hesitou, optando sempre pelos últimos em detrimento do que mais nobre possui a política enquanto arte - a gratidão e a solidariedade. Desde que surgiu na cena política, Cavaco nunca hesitou em “deixar cair” quem pudesse (nem que fosse ao de leve...) comprometer as suas ambições. Sucedeu, por exemplo, com ministros como Miguel Cadilhe, Jorge Braga de Macedo e até Leonor Beleza, a quem na primeira oportunidade apontou a porta de saída dos seus governos; com Fernando Nogueira, que durante mais de uma década “ofereceu o corpo às balas” como seu “número dois” e a quem desmentiu publicamente uma semana antes das eleições que opunham este a António Guterres; com Pedro Santana Lopes, a quem como artífice da sua ascensão ao poder na Figueira da Foz deve em grande parte a liderança do PSD e contra quem não hesitou em alinhar numa campanha há muito não vista no nosso País quando este ocupava o cargo de primeiro-ministro; e até mesmo com Durão Barroso a quem, em 2001 e poucas semanas antes das eleições que haviam de conduzir ao poder o actual presidente da Comissão Europeia, foi incapaz de publicamente prestar apoio.
Agora foi a vez de Fernando Lima e, por arrasto, da sua amiga Manuela Ferreira Leite que na noite do próximo domingo e a confirmarem-se as expectativas sobre o que será um discreto resultado eleitoral bem pode responsabilizar Cavaco Silva por esse mesmo score. Mais uma vez, usando de um calculismo que lhe poderá vir a sair bem mais caro do que poderá supor, o actual chefe de Estado “sacrificou” colaboradores e amigos, sempre em nome de uma estratégia e ambição pessoais que começam a ser vistas com profunda desconfiança até mesmo por quem com ele sempre esteve.
Cavaco Silva tem de entender que teve a sorte de “estar no sítio certo no momento certo”: por exemplo, quando Sá Carneiro convidou Loureiro Borges para seu ministro das Finanças e este recusou, indicando-o para o lugar; quando, na Figueira da Foz, o seu partido suspirava por alguém alguém que fosse contraponto de uma liderança débil como tinham sido as de Balsemão, Mota Pinto ou Machete; quando se apresentou ao País após três anos e meio de um “bloco central” que deixou os portugueses praticamente em depressão; quando os cofres europeus se abriram de par em par, estando ele em S.Bento. E ao mesmo tempo tem de entender, de uma vez por todas, que “estar no sítio certo no momento certo” não implica necessariamente “ficar na História”. Para isso, é necessário lutar por algo, sacrificarmo-nos, possuir e privilegiar valores – não bastando usar e abusar de um calculismo que tem tanto de frio e cínico como de serôdio e provinciano. É isso que diferencia um Cavaco Silva de um Mário Soares, de um Sá Carneiro, de um Francisco Salgado Zenha, de um Adelino Amaro da Costa ou de um Ramalho Eanes, por exemplo. É é por isso que enquanto uns possuiem dimensão e “mundo”, outros nunca deixarão de ser umas aplicadas e certinhas personagens a quem não se lhes conheceu um rasgo ou um pensamento minimanente brilhante durante toda uma vida...
quarta-feira, 23 de setembro de 2009
As atitudes de Cavaco
terça-feira, 22 de setembro de 2009
Quem não quer ser lobo...
terça-feira, 15 de setembro de 2009
Falta de pachorra e... de memória
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
A lição das europeias
sábado, 12 de setembro de 2009
Vitórias que são derrotas...
sexta-feira, 11 de setembro de 2009
Sócrates vs. Louçã
DE HÁ uns meses a esta parte, especialmente após as eleições europeias, grande parte (para não dizer a imensa maioria…) dos nossos analistas políticos prognosticava e anunciava a “morte política” de José Sócrates, vaticinando uma mais do que certa derrota nas eleições legislativas de 27 de Setembro. E de facto o desaire sofrido nas europeias, somado às mil e uma “trapalhadas” em que o primeiro-ministro se viu envolvido nos últimos anos (o registo biográfico rasurado; a apressada e mal-amanhada licenciatura a um domingo numa universidade onde, para além dos professores serem amigos de longa data, lhe foi permitido fazer exames por fax(!); a assinatura de projectos de inenarráveis casas na Guarda que alegadamente não eram da sua autoria; o valor declarado na escritura de compra de um apartamento em Lisboa e que era aparentemente bastante inferior aos valores praticados pelo mercado imobiliário; e o já célebre e cada vez mais intrincado “caso Freeport”) e aos inúmeros conflitos que o seu governo protagonizou com algumas classes profissionais (professores, por exemplo) justificava de algum modo a lógica de quem, à partida, considerava o líder socialista como “condenado” a perder as eleições.
Confesso que nunca fui um grande seguidor dessa tese. Não porque considerasse despicientes todos os “casos” e polémicas que envolveram Sócrates e o seu governo, mas fundamentalmente porque há muito que reconheço ao actual chefe do governo uma notável capacidade de sobrevivência, em grande parte devido à obstinação, teimosia e determinação que caracterizam a sua personalidade. Outro no seu lugar dificilmente possuiria estrutura psicológica para suportar situações que, quer se queira quer não, tendem a debilitá-lo politica e pessoalmente como é o caso de todo o “folhetim” do licenciamento do “Freeport” de Alcochete e em que, por mais que negue o seu envolvimento, é continuamente salpicado pela evolução do processo que, desde que atravessou fronteiras, tem “arrastado” muitos dos que com ele trabalharam no Ministério do Ambiente. Isto já para não falar da sua surrealista licenciatura e cuja polémica conduziu mesmo ao encerramento de uma universidade… Mas Sócrates aguentou. Justificou o injustificável, vitimizou-se, chegou mesmo a conseguir passar de acusado a acusador. Reconheça-se: notável!
Vem isto a propósito do debate que assisti na última terça-feira e que opôs o primeiro-ministro a Francisco Louçã. O Sócrates que enfrentou o sempre bem-preparado líder do Bloco de Esquerda mostrou ser alguém que leva as coisas a sério, que tem um “killer instinct” próprio de um predador político e que “encostou às cordas” um adversário que raramente revela atabalhoamento (e Louçã revelou-o). No fundo, Sócrates revelou-se o que normalmente se denomina como “um politicão” – isto numa ocasião em que, estrategicamente, era fundamental “estancar” alguma fuga de votos que pode existir do seu eleitorado para a esquerda mais radical.
Posso estar enganado, mas “cheira-me” que na noite do próximo dia 27, José Sócrates, ainda que sem maioria absoluta, terá motivos para sorrir. Quanto mais não seja porque, lá mais para o fim do ano, irá conhecer o “seu” quinto líder do PSD desde que chegou a S.Bento…
in "+Cascais"