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segunda-feira, 31 de março de 2014

Simón Bolívar segundo Karl Marx...


EU ACREDITO que a revelação da opinião que Karl Marx possuía sobre o herói latino-americano Simon Bolívar desiluda uma certa esquerda que se revê (ou pensa rever) naquela coisa esquisita que se auto-denomina como "socialismo bolivariano" e que governa a Venezuela já lá vão uns anos. Mas não resisto a citar o "pai" do marxismo quando, em 1857 e numa breve análise destinada ao "New York Daily Tribune", definiu Bolívar como "uma personagem medíocre e grotesca". Lembrei-me disso quando hoje li a entrevista do insuspeito cineasta brasileiro Cacá Diegues ao "Estadão" e, quando questionado se no seu entender ainda existe direita e esquerda, ele dá como exemplo o caso venezuelano: "(…) o governo  se declara de esquerda e bolivariano, mas o próprio Marx considerava Bolívar um aventureiro sem escrúpulos (…)". 
Não faço a mínima ideia se o famoso pajarito que leva os recados do defunto Hugo Chávez ao seu "herdeiro" Nicolás Maduro alguma vez teve a coragem de chilrear-lhe ao ouvido tamanho sacrilégio, mas cheira-me que se assim fosse já tinha acabado numa gaiola...

sábado, 29 de março de 2014

E agora, José?



DE MANSINHO, como quem não quer a coisa, deu à costa… A SIC e o "Expresso" deram-lhe o palco e célere não hesitou  a surgir em cena e dando-se ares professorais discorreu sobre a situação portuguesa, como nada se tivesse passado entre ele e os portugueses e como se não tivesse nada a ver com o que (e como) se vive em Portugal. No mínimo extraordinário… Não sei o que José Manuel Durão Barroso pensa fazer da vidinha, agora que terminou os dois mandatos como presidente da Comissão Europeia e quando (não sei se deram por isso…) o antigo primeiro ministro norueguês Jens Stoltenberg foi eleito para a secretaria-geral da NATO. Talvez rezar a todos os santinhos para que, à semelhança de  Felipe González ou de Bill Clinton,  um Carlos Slim da vida o recrute como "avençado" para lhe abrir algumas portas, nunca se sabe - mas até para isso, as agendas telefónicas têm um prazo de validade e com a rápida mutação política-eleitoral que vive a Europa, Durão corre o risco de ver a sua rapidamente desactualizada e mais apropriada para auxiliá-lo a lembrar os factos para escrever as suas memórias que para qualquer outra coisa… Será que  lhe passa pela cabeça substituir Bank Ki-moon à frente das Nações Unidas, numa altura que parece ser unânime que o cargo "pertence" agora a um europeu?! Cruzes, credo, canhoto! Candidato à sucessão de Cavaco Silva, isso ele já percebeu que "não vai lá" - basicamente porque, mesmo dez anos depois, o país não lhe perdoou e ele é, mais do que qualquer outro, a "cara" do rigor da austeridade a que este governo sujeitou o País. Resta-lhe o quê? Tentar recuperar umas mordomias da Universidade Lusíada, outras dos amigos Espírito Santo, encontrar uma ou outra universidade norte-americana onde dar umas aulas para poder ufanar-se de tal e, já agora, fazer umas "piscinas" entre Lisboa e Fátima, suplicando que os seus compatriotas esqueçam rapidamente a forma penosa como, lampeiro e furtivo, se pirou para Bruxelas e como, durante os dez anos que por lá esteve, se comportou. Ah! E já agora, podia aproveitar para estudar (ou melhor, relembrar…) alguns factos da nossa história recente: é que, contrariamente ao que afirmou na entrevista deste fim-de-semana, já tivemos um chefe de Estado apoiado pelas principais forças políticas - aliás, dois: um, em 1976, chamado  António Ramalho Eanes, tendoa sua eleição sido apoiada por PS, PSD e CDS (e também pelo MRPP, já agora…); e o outro em 1991, nada mais nada menos que Mário Soares, apoiado pelo PS e... pelo PSD. 

sexta-feira, 28 de março de 2014

A propósito de uma reforma...


VAMOS LÁ ver... O Mário Crespo era  irritante em frente às câmeras? Era. O Mário Crespo por vezes passava das marcas do que são tidas por serem as fronteiras do jornalismo politicamente correto e “abalançava-se” por terrenos onde confundia planos e opiniões já pessoais, ou seja onde misturava o que ele pensava com os factos? Passava. O Mário Crespo protagonizou fora dos ecrãs figuras que propriamente não lhe ficaram bem enquanto jornalista – estou a lembrar-me daquele episódio da “T-shirt” (na foto) na Assembleia da República? É verdade. O Mário Crespo era um mau “pivot” de televisão? Não, não era – goste-se ou não do estilo.
Posto isto, que tal parar de eleger o que é perfeitamente normal – a reforma de um jornalista e apresentador de um serviço noticioso num canal de televisão por cabo – como grande tema de discussão nacional, acirrando ânimos, colocando nas redes sociais pessoas praticamente a insultarem-se umas às outras e contribuindo para um “endeusamento” que, convenhamos, ele não merece e que o deve estar a deliciar?!

terça-feira, 25 de março de 2014

Mário Soares sobre Paulo Portas



(…) Virá a ser o que for preciso no momento que mais lhe convier. Mas pobre dele. Ou obedece ao chefe do Governo ou lhe cai em cima tudo o que está em suspenso, no que se refere a submarinos e a tanques. E talvez a outras coisas que a comunicação social não refere, enquanto não receber ordens (…)"

Diário de Notícias
25.03.2014

A diferença entre um "espaço de opinião" e um "tempo de antena"


PARECE QUE o facto de José Rodrigues dos Santos ter colocado uma ou outra questão mais incómoda para José Sócrates no domingo passado, durante o espaço que gentilmente e vá lá saber-se porque raio de razão a RTP decidiu "brindar" desde há uns meses o antigo primeiro-ministro, tem causado grande polémica, quase que dividindo o País ao meio - colocando de um lado os que consideram o jornalista como "um impertinente" e, do outro, quem acha que Sócrates é "um malandro"…
Porém, a verdade é que ambos não fizeram mais do que se esperaria deles, ou seja Rodrigues dos Santos exerceu a sua função de jornalista e Sócrates não escondeu a sua surpresa (por vezes a roçar a sua habitual irritabilidade) ao confrontado com questões e situações a que não estava habituado. Perfeitamente compreensível! O que nunca foi compreensível - pelo menos para mim… - foi que um espaço televisivo que sempre foi apresentado  como "um espaço de comentário ou opinião política"  nunca ter sido mais que, desde a sua primeira edição, um mero espaço de defesa pessoal do antigo primeiro-ministro, mais parecendo um verdadeiro "tempo de antena" onde, em vez de uma jornalista, tínhamos uma apresentadora chamada Cristina Esteves
Essa para mim é que é a questão. Tudo o resto só serve, como é tão habitual em Portugal, para confundir e não discutir o essencial. Ponto final!

domingo, 23 de março de 2014

Adolfo Suárez: um homem bom




FOI PORVENTURA "o político mais solitário de Espanha", como ainda hoje Soledad Gallego-Diáz o define no diário "El País". Adolfo Suárez, que após viver os seus últimos anos na escuridão a que o votou a terrível doença de Alzheimer, morreu hoje aos 81 anos. Era certamente um "grande de Espanha" e como o recordou, já hoje, o Rei Juan Carlos mostrou ser, no período de transição vivido em Espanha a partir de 1975, "un hombre de Estado, un hombre que puso por delante de los intereses personales y de partido, el interés conjunto de la Nación española".

quinta-feira, 20 de março de 2014

Portas e a sua (previsível) candidatura presidencial


ANDA TUDO muito entretido à direita a adivinhar quem chegará à linha de partida para as próximas presidenciais - se Marcelo, se Santana Lopes ou se até Durão Barroso - e ninguém se preocupa em interrogar-se o que irá na cabeça de Paulo Portas… E é exactamente aí que  reside o busílis, ou melhor é exactamente através da "corrida" a Belém que eu acho que o líder do CDS tentará ver-se livre da "camisa de onze varas" onde está metido e neste momento autenticamente manietado. Senão vejamos: com o CDS a definhar (e nunca será demais lembrar que muito desse "definhamento" deve-se à penosa e triste cena que Portas protagonizou no último Verão); com Passos Coelho a ocupar-lhe gradualmente o seu espaço político; e com o mais do que provável entendimento a médio-prazo, até por pressão dos nossos credores externos, entre PSD e PS - o que resta a Paulo Portas senão tentar mostrar, através de uma candidatura presidencial, que o seu "ciclo" à frente do CDS terminou e que, por outro lado, o seu peso lado é superior ao do seu próprio partido? Diz-me um amigo que os interesses de Portas são outros - de cariz mais fisiológico, digo eu. Talvez, acredito que sim... Mas uma coisa não impede a outra, até se complementam. E esta suposta candidatura, para além de servir para medir o seu peso eleitoral e deixar uma "semente", servirá também para algo que Portas, sempre que pode, não enjeita em fazer: um serviço a uma certa esquerda. À bon entendeur...

Isto há dias assim...




CONFESSO QUE gostava de um dia vir a ser escolhido para responder a um daqueles enfadonhos e pouco imaginativos "questionários de verão" com que a maioria dos jornais nos costumam brindar em época estival, quase sempre em jeito de disfarçar a falta de temas, notícias e jornalistas naquela estação. E tudo porque quando chegasse à invariável pergunta "que livro levaria para uma ilha deserta?", já teria a resposta na ponta da língua: "Nenhum. Só queria ter uma maneira de conseguir ler diariamente as crónicas do  Ferreira Fernandes e do Ruy Castro".
Lembrei-me disto porque já lá vão uns dias que o Zé Ferreira Fernandes não escreve no "Diário de Notícias" e como o Ruy Castro só assina na página 2 da "Folha" às segundas, quartas, sextas e sábados, está visto que os minhas terças, quintas e domingos têm sido uns dias insuportáveis...

terça-feira, 18 de março de 2014

José Medeiros Ferreira e aquele sorriso franco e aberto...


PARA MIM, hoje é um dia triste… Partiu o José Medeiros Ferreira, uma das poucas pessoas que pensava (em) Portugal e alguém que aprendi a admirar como poucos e a ter como referência a vários níveis. Apesar de nos separarem umas duas gerações, tive a honra (e acreditem que foi mesmo a honra!) de ser seu amigo e de ter, ainda que episodicamente, trabalhado com ele, aquando da sua passagem pelo Parlamento Europeu.
Há dias,  ao ligar o meu telemóvel português, deparei-me com uma mensagem de voz sua a propósito de um ciclo de conversas em Cascais que assinalará os 40 anos do 25 de Abril e  no qual ele iria participar no encerramento juntamente com Adriano Moreira. Foi a última vez que ouvi a sua voz. Dele vou guardar para sempre aquele sorriso franco e aberto com que ele me brindava cada vez que nos encontrávamos e aquela "personalidade ímpar e luminosa" que a nossa comum amiga Inez Dentinho ainda hoje tão bem refere. Para a Maria Emília, um grande beijinho...

segunda-feira, 17 de março de 2014

Pedro Santana Lopes: les jeux sont faits...


POR RAZÕES que não vêm para o caso, só hoje li a longa entrevista que Pedro Santana Lopes deu ao “Público”. E embora seja visto pela generalidade das pessoas como “suspeito” em tudo o que possa dizer respeito ao actual provedor da Santa Casa, como se diz habitualmente... “temos pena”, pelo que ainda não será desta que, para contrariar essa ideia e para disfarçar uma isenção que obviamente não possuo, irei escrever o que não penso.
Antes de mais, considero que a entrevista – toda ela – cautelosamente "pesada", pensada e reflectida é  o “sinal” claro e inequívoco que Santana Lopes escolheu para mostrar publicamente que é candidato à Presidência da República, pretendendo assim marcar terreno fundamentalmente em relação a Marcelo Rebelo de Sousa, cuja candidatura parece ter ganho algum élan após o congresso do Coliseu. E isto mesmo que Santana afirme que não acredita que Marcelo chegue alguma vez a avançar...
Mais: é uma entrevista onde fez questão de “descolar” do governo em duas ou três áreas, aliás como o tem feito nos últimos tempos; uma entrevista onde mostrou um particular à-vontade em abordar temas económicos e europeus; uma entrevista onde interpretou o sentir da generalidade dos portugueses em querer ver os dois principais partidos sentados à mesa a dialogarem; uma entrevista onde voltou a reafirmar um discurso social extremamente abrangente e onde todos nos revemos; e finalmente uma entrevista onde tentou mostrar-se alguém tolerante, aberto e sem ressentimentos. A referência que faz a José Sócrates (que pelo menos na edição online tem honras de título principal) é um exemplo dessa mesma imagem que pretendeu transmitir e que - honra lhe seja feita… - não é tão artificial quanto alguns possam pensar. Houve quem tivesse ficado espantado  com a posição mostrada relativamente ao seu sucessor na residência oficial de S. Bento, pouco se importando se de facto, ou não, Sócrates desenvolveu em algumas áreas políticas correctas e tomou medidas acertadas. Dizem-me (e já me disseram): “Ele não podia ter afirmado isso, não podia ter dito que o Sócrates tinha uma visão para o País”. Pois eu acho o contrário, acho que podia e, independentemente do que o levou a fazê-lo – e isso é outra história... – até lhe ficou bem. Até porque, não sei se estão lembrados, ainda não há muito tempo, naquele seu estilo rançoso e vingativo, Sócrates foi extremamente deselegante com o seu antecessor numa entrevista ao “Expresso”. Desnecessariamente aliás, mas coerente com aquele seu afã de ajustar umas contas que só ele saberá quais são e com aquela enorme sede de révanche que não consegue esconder. Portanto, nem que fosse só por isso, Santana Lopes respondeu à costumeira deselegância do antigo líder socialista com o que se costuma denominar como “bofetada de luva branca”. Mas além do mais, o que Santana afirmou é verdade.
Só para terminar... Se alguém tivesse alguma dúvida sobre se Pedro Santana Lopes era, ou não, candidato nas próximas presidenciais, há uma frase na entrevista que dissipa qualquer dúvida: "Há uma coisa que não gostava nada de ver: haver só um candidato à direita e só um à esquerda. E o meu partido, se tiver dois ex-líderes ou três ex-líderes como candidatos, não deve apoiar nenhum. Seria indigno apoiar um e não outro. Imagine Marcelo Rebelo de Sousa e Durão Barroso. As candidaturas são pessoais". Será preciso dizer mais alguma coisa?

sábado, 15 de março de 2014

Coadopção: uma questão que (não) é política


MUITO SINCERAMENTE não tenho opinião formada sobre este tema da coadopção. Também, verdade seja dita, este não é um tema que tenha merecido da minha parte grande atenção - se calhar erradamente, não sei. Estando longe de Portugal, tive porém o cuidado de tentar perceber o que de facto se passou há dois ou três dias na Assembleia da República, até porque o "ruído" era tanto que eu estava cada dia mais "a leste". E pelo que percebi o "chumbo" do projecto-lei do PS teve tudo menos de político ou partidário, deveu-se, isso sim a uma série de factores que, diga-se de passagem, não abonam muito a favor de algumas figuras. A saber: contrariamente ao que sucedeu há uns meses atrás, alguns deputados do PSD que não estiveram presentes na primeira votação desta vez estiveram no plenário; existiram pelo menos dois deputados do CDS que, ao invés da abstenção que tinham anunciado, votaram contra; e finalmente alguns deputados do próprio PS pura e simplesmente não puseram os pés no hemiciclo. Ou seja: a culpa do projecto-lei socialista ser reprovado só pode ser imputada única e exclusivamente aos três partidos do chamado "arco constitucional", rigorosamente a mais nenhum factor ou causa. É caso para dizer que… "ou há moralidade ou comem todos"!

quarta-feira, 12 de março de 2014

Uma curiosidade lógica...


AO SABER que, na sequência de terem subscrito o já célebre manifesto que defende a reestruturação da dívida, dois dos assessores presidenciais tinham apresentado a sua demissão, não pude deixar de questionar-me se António Bagão Félix, indicado na "quota" de Cavaco Silva para o Conselho de Estado irá, também ele, abandonar as suas funções naquele órgão e se Manuela Ferreira Leite deixará, a partir de agora, de ir jantar à Travessa do Possolo...

segunda-feira, 10 de março de 2014

Cavaco: começa a ser preocupante...

A FRASE pertence a Cavaco Silva e, garantem-me, foi proferida há momentos: "(...) falar oralmente todos fazem". Acho que comentar tal bojarda presidencial seria um desperdício de tempo, porque daquela boca já tudo se espera, especialmente os maiores dislates e disparates que se possam imaginar. E se antes as gaffes se restringiam a uma mais que visível e notória falta de estofo de carácter cultural (que de algum modo ele compensava com o facto de ser um aplicado especialista em Finanças Públicas) agora este tipo de "pérolas" da cavacal figura - e não é a primeira, nem a segunda... - começam a revelar uma preocupante necessidade de encontrar para o actual chefe de Estado as condições que o ajudem a terminar o mandato com a mesma "dignidade" que ele um dia desejou a um dos seus antecessores, lembram-se?

domingo, 9 de março de 2014

A "via autárquica" de José Sócrates


MESMO QUEM lhe é próximo, ainda não percebeu para onde quer "correr" hoje José Sócrates… Se para uma eventual candidatura presidencial; se para tentar um regresso ao palacete de S. Bento e que obviamente o obrigaria a passar por voltar ao largo do Rato; ou se para algum cargo europeu no caso do seu partido chegar ao poder. E esse "mistério", mais que aos seus adversários externos, tem provocado algumas dores de cabeça dentro do seu próprio partido, onde os vários candidatos a candidatos tardam em assumir-se como tal, muito porque ainda não perceberam o que quer o antigo primeiro-ministro e como as suas "tropas" (que ainda são muitas e fiéis…) reagirão. E se Sócrates estivesse a pensar regressar à política activa através da Câmara Municipal de Lisboa? Alguém já pensou nisso? Já repararam como ele e o seu inner circle, não mexem uma única palha quando se fala numa eventual candidatura de António Costa a Belém ou à liderança partido e, assim, consequentemente ao cargo de primeiro-ministro? Sem querer fazer futurologia, nem armar-me em pitonisa (já bastaram as vezes que no "Tal&Qual" tive de alinhavar os mil e poucos caracteres que constituíam aquela rubrica da última página…), não tenho qualquer dúvida que em 2017, daqui a três anos e pouco, Sócrates seria um excelente candidato à autarquia da capital. Com (ainda) 60 anos, tendo abandonado há seis a política activa, o actual "comentador" televisivo possui o perfil ideal para os lisboetas (e são muitos) que acham que a capital há muitos anos que não sai da cepa torta. Um cenário rebuscado? Talvez. Mas não impossível...

sexta-feira, 7 de março de 2014

Cada cavadela, sua minhoca...


NÃO SEI se é dos ares do "seu" Algarve, mas parece que Cavaco Silva perdeu definitivamente o juízo ou, pelo menos, a memória. Em Tavira e certamente esquecido que ainda há uns anos, à frente de sucessivos governos, implementou medidas sobre medidas que visavam reduzir a actividade agrícola ao máximo (reparem que eu evitei escrever "matar a agricultura"…),  o actual Presidente da República resolveu hoje exortar aos jovens portugueses para "fazerem uma experiência na agricultura". Isso mesmo, o que acabaram de ler - uma experiência na agricultura "em lugar de irem para o estrangeiro para tentar encontrar um emprego"! Diga-se de passagem que durante o encontro que Cavaco manteve em terras algarvias com jovens agricultores, estes tiveram oportunidade de queixarem-se dos elevados custos de produção, da dificuldades com que se deparam no escoamento de produtos, na competição com outros países e na demora em obter retorno financeiro. Ou seja, era difícil a Cavaco ter errado tanto o alvo...

quinta-feira, 6 de março de 2014

De cara tapada?!



A MUITOS milhares de quilómetros, via Internet, estou a assistir ao que se está a passar frente à Assembleia da República, onde milhares de agentes da PSP se concentraram no termo de uma manifestação que os trouxe do Marquês de Pombal. Tenho uma vaga ideia do que os motiva e até penso que a razão está em grande parte do seu lado. Mas isso é uma coisa - a outra é ter visto inúmeros manifestantes (à partida agentes da PSP) de cara tapada, com recurso a passa-montanhas e até “caraças” como se de vulgares bandidos ou malfeitores se tratassem… É preciso dizer (escrever) mais alguma coisa?!