COM A mais que provável saída (por vontade própria) de Luís Amado da chefia da diplomacia portuguesa, começa a ser visível alguma agitação nalguns círculos socialistas (e não só...) relativamente ao novo inquilino do palácio das Necessidades. E apesar do inefável José Lello continuar a tentar montanhas no sentido de cumprir o seu sonho, parece que ainda não é desta que José Sócrates, por muitas "facturas" que lhe ponham à frente, permitirá que o antigo secretário de EStado das Comunidades de António Guterres se sente na cadeira do gabinete do primeiro andar do Largo do Rilvas. A caminho parece estar Basílio Horta, que não esconde o seu "apetite" pelas Necessidades e cuja nomeação permitiria a Sócrates ter um pretexto para "matar" as ambições de Lello, Cravinho e até de Seixas da Costa.
... ou "quem não tem cão, caça com gato...", que é como quem diz, uma página e um espaço estritamente pessoal, onde também se comenta alguma actualidade, se recordam histórias de outros tempos e se tenta perceber o que está por detrás de algumas notícias...
Os comentários a este blogue serão moderados pelo autor, reservando-se o mesmo a não reproduzir aqueles que pelo seu teor sejam considerados ofensivos ou contenham linguagem grosseira.
sábado, 28 de fevereiro de 2009
sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009
Uma admiradora chamada... Ana Gomes
AO QUE me dizem prestes a ser anunciada como candidata do PS à presidência da Câmara Municipal de Sintra, a ainda eurodeputada Ana Gomes surpreendeu-me hoje numa entrevista ao "Diário de Notícias" onde, para meu espanto, profere uma autêntica "declaração de amor" a José Sócrates de quem , ainda bem há pouco tempo, dizia (ou insinuava) cobras e lagartos: "Hoje sinto maior admiração por José Sócrates", proclama a a antiga embaixadora num gesto reverencial e pouco habitual em quem sempre quis dar, de si própria, uma imagem de constante e interessante rebeldia. Eu bem sei que "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades" e que a indigitação como candidata à autarquia sintrense teve de ter a "benção" do líder, mas lá que é verdade que me surpreendeu esta súbita devoção por Sócrates por parte de Ana Gomes, isso é verdade...
terça-feira, 24 de fevereiro de 2009
Já deve ser vício...
O INEFÁVEL Miguel Veiga, esse vulto dos botequins da Foz voltou a fazer das suas... Referência indelével da ética, constante paladino do lugar comum e sempre pronto a vir a público do alto de uma cátedra que ninguém lhe reconhece (tirando o amigo Chico e os parceiros de balcão ou de bridge...) botar faladura a propósitio de tudo e de nada, o dr. Veiga voltou a meter "a pata na poça". Ou melhor, voltou a ser acusado de plágio! Primeiro foi José António Saraiva que, em 2005 e enquanto director do "Expresso", viu-se obrigado a afastá-lo das páginas daquele semanário, tais as acusações que foi alvo por parte do presidente da Sociedade Portuguesa de Autores e relacionadas com uma irresistível tendência para o chamado "copianço" que esta plumitiva criatura possui. Agora foi a vez do DIAP (Departamento de Investigação de Acção Penal) receber uma queixa-crime de João Sousa Dias, professor de Filosofia na Escola Artística Soares dos Reis, que acusa o dr. Veiga de, mais uma vez, ter-se ido "socorrer" do que outros pensaram e escreveram para abrilhantar o seu último livro, cujo título é, por si só, elucidativo: "O meu único infinito é a curiosidade". E que curiosidade dr. Veiga, que curiosidade...
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
A indústria dos sequestros
ALGUÉM MEU amigo, militar de alta patente e desde sempre ligado e conhecedor do sector das informações, alertava-me há meses para o que as nossas autoridades temiam como a próxima "moda" da criminalidade em Portugal - a chamada "indústria dos sequestros". E justificava esse receio pela entrada no nosso País de verdadeiros "experts" nesse tipo de crimes, nomeadamente de brasileiros ligados a importantes e bem-organizados gangues. Vejo agora, pelas notícias que vão a pouco e pouco surgindo na nossa imprensa, que há quem comece a preocupar-se com esse perigo. Valha-nos isso!
Extraordinário...
"Portugal é um país extraordinário. Uma das coisas mais impressionantes é a sua capacidade de sobreviver e até ter sucessos excelentes apesar dos disparates das elites"
João César das Neves, "DN"
País Basco: a derrota dos nacionalistas?
UMA BOA notícia para quem não gostaria de ver a Espanha desmembrada em três ou quatro estados. A generalidade das sondagens referentes às eleições para o parlamento basco dão como quase certa a vitória dos socialistas, que é como quem diz a derrota dos nacionalistas. E tudo indica que o novo "lehendakari" poderá ser, pela primeira vez, alguém que não tem pejo, como já o fez, de afirmar-se disposto "a recompor a unidade de todos os partidos democráticos para lançar ao terrorismo e aio seu mundo uma mensagem clara: que devem perder toda a esperança porque nada vão conseguir contra a democracia". As palavras são de Patxi López, o homem que lidera os estudos de opinião e é secretário-geral do Partido Socialista Basco (PSE-EE).
O provérbio e o anónimo...
QUANDO ONTEM, quatro anos após a vitória de José Sócrates, resolvi citar um provérbio, em vez de escrever "atrás de mim virá quem de mim bom fará", escrevi "atrás de mim virá quem de mim bom fizer". Ou seja, troquei o "fará" por "fizer". Alertado por três leitores (todos eles anónimos) para o erro, apressei-me a corrigir o provérbio, interiormente agradecendo o "alerta". Vejo agora, por um posterior comentário, que um dos "anónimos" que amavelmente me corrigiu, ficou muito irritado por não eu não ter o mencionado e chega mesmo a falar, salvo erro, de "falta de hombridade" por eu não assumir o erro! Curioso para quem, em vez de escarrapachar o nome, se refugia no anonimato, n'é? É que neste blogue, salvo excepções que se justifiquem, o anonimato é algo que não colhe... Por essas e por outras é que o título do dito é o nome do autor. Entendido ou é preciso fazer um desenho?
sábado, 21 de fevereiro de 2009
Conversas com o meu tio (Parte VII)
- Está lá?
- Tio! Que é feito de si? Tem andado fugido...
- Ó filho, não tenho feito outra coisa que andar à procura do Napoleão...
- Do Napo... quê?
- Do cão do amigo Júlio, que fugiu de casa...
- Se calhar foi para um retiro de artes marciais no Tibet ou no Nepal...
- Se calhar... Olha se calhar também tinha uma conta de mail na empresa do filho do tio. Imagina o que seria receberes um mail com um remetente estilo napoleao@neuroniocriativo.pt? Diz lá se não lhe adjudicavas logo qualquer coisa?
- Só se fosse a conta da água ou da electricidade...
- Ah, ah, ah!
- Mas então diga lá a que se deve esta honra?
- É só para te dizer que o "caso Freeport" acabou e que não vale a pena estares a gastar mais tempo com isso. Acabou, ouviste? A-ca-bou, percebes?
- O quê? Acabou? Ó tio, por amor de Deus! Então agora que não há dia que não se revelem mais pormenores, que já há arguidos, o tio diz que acabou? Desculpe lá, mas essa não lembra nem ao careca...
- Achas? Não leste as notícias?
- Quais? As do Freeport?
- Não, as do quinto canal!
- Sim, sim, as duas candidaturas foram chumbadas, não é?
- Exactamente. É por isso que o "caso Freeport" acabou...
- O quê? O que é que uma coisa tem a ver com a outra?
- Tudo, meu filho. Tudo...
- Tudo? Explique-me lá...
- Pensa um bocadinho. Não há quinto canal, o mercado publicitário já não se dilui tanto e...
- Ó tio, não acredito!
- Ai não? E ainda vais ver o governo a legislar no sentido da RTP deixar de poder passar publicidade...
- Mas...
- Pois, pois. Sabes, filho? É que eu já ando aqui há muito tempo.
- Estou de boca aberta...
- Fecha que ainda entra mosca. Adeus, a gente depois fala...
- Mas, tio...
- Adeus, adeus! Tenho de desligar que acho que vi o Napoleão ali ao fundo da rua...
Pois é...
APESAR DE - cá por coisas... - não nutrir especial simpatia por José António Saraiva, não posso deixar de apreciar o seu sempre "mega-lógico" raciocínio expresso na sua coluna "Política à sério" de hoje, especialmente quando compara os "casos" BPN e Freeport e se interroga porque razão um foi alvo de Comissão Parlamentar de Inquérito e o outro não viu a Assembleia da República abrir qualquer averiguação. Mais para mais, quando no primeiro - e citando o arquitecto - "jogavam-se apenas, à época, interesses privados" e no segundo "o suspeito é o Estado"...
A palavra ao cineasta...
"Creio que nem Sócrates está contente com Sócrates"
José Fonseca e Costa, "Sol"
Acontece?
MUITO CURIOSO o "chumbo" das duas propostas para um quinto canal de televisão em sinal aberto. Esperemos que não seja apenas um "capítulo" que conduza à anulação do concurso, à desistência negociada de um dos concorrentes, ao surgimento de apenas uma candidatura e que até possa justificar uma oportuna "concessão directa". Às vezes... acontece!
Tu cá tu lá?!
CONTRARIAMENTE AO que José Sócrates garantiu (preto no branco!), na sua declaração em S.Bento a propósito do "caso Freeport", afinal parece que o primeiro-ministro possui, também ele e à semelhança do apresentador da sua biografia "O Menino de Ouro do PS", alguns lapsos de memória! Isto a acreditar na notícia que a TVI inclui ontem no seu "Jornal da Noite" e que dava conta de um fax alegadamente apreendido nas buscas aos escritórios do já célebre Manuel Pedro e em que este, desculpando-se pelo meio de contacto, dedicava ao então secretário de Estado um tratamento na segunda pessoa, que é como quem diz, tuteava-o... Para quem garantia a pés-juntos que se visse o azougado intermediário na rua não o conheceria, não está mal...
sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009
Afinal, este é que é o homem das trapalhadas!
FAZ HOJE quatro anos que o Partido Socialista ganhou as eleições e José Sócrates surgiu como primeiro-ministro. Não vale a pena enunciar aqui as mil e uma promessas que foram feitas ao longo da campanha e o que, de facto, foi cumprido por este governo... O que eu achava interessante era recordar as inúmeras "trapalhadas" em que o chefe do executivo se viu envolvido (ou sobre si foram reveladas) ao longo destes quatro anos. Vamos lá ver se me lembro de todas:
1. Soube-se que em Fevereiro de 1992 tinham surgido duas versões do seu registo biográfico rasurado (para não dizer "falsificado"...) com a sua própria letra. Até hoje ninguém foi ainda capaz de explicar como foi possível aparecerem 2 cópias escritas por ele próprio, cada uma delas com informações diferentes sobre as suas habilitações literárias e profissão...
2. Foi revelado que, em 1996, o então ministro do Ambiente de António Guterres tinha-se licenciado na Universidade Independente (por acaso, num domingo...), com exames mandados por "fax" e cadeiras ministradas por amigos de longa data;
3. No dia 13 de Maio de 2008, desobecendo à legislação em vigor, foi apanhado a fumar num avião. Quando confrontado pelos jornalistas com esse facto, desculpou-se afirmando que o seu ministro da Economia também o tinha feito...
4. Entretanto, o jornal "Público" denuncia que há uns anos atrás Sócrates assinava projectos de casas na Guarda que não eram da sua autoria, mas sim de amigos que eram funcionários daquela autarquia (um deles que também viria a formar-se mais tarde na Universidade Independente) e que, curiosamente, eram aprovados em tempo recorde. Recentemente soube-se que o actual presidente da Câmara, Joaquim Valente (também ele colega na Universidade Independente...) tinha mandado arquivar o inquérito que foi levado a cabo por funcionários da própria autarquia;
5. Depois veio o "caso Freeport". Tirando tudo o que uns disseram e depois quiseram desdizer, uma singela pergunta caracteriza todo essse imbróglio: porque razão José Sócrates, quando informado pelo seu tio, que alguém pedia 4 milhões para aprovar o empreendimento, não denunciou o caso às autoridades competentes?
6. Hoje, o jornal "Público" insere uma extensa investigação onde revela que as escrituras dos apartamentos onde reside o actual primeiro-ministro possuem valores divergentes e que a verba paga por Sócrates, em 1996, foi francamente mais baixa da que, dois anos antes, um seu vizinho pagara por um apartamento mais pequeno.
Não acham que é "trapalhada" a mais, ou é impressão minha?
Comparar não ofende...
VOLTANDO AO tema da "importância da memória"... Era engraçado e curioso relembrar os factos que levaram António Vitorino a abandonar o cargo de ministro da Defesa do primeiro governo de António Guterres. Quando, apesar de de tudo, ainda existia alguma vergonha na cara e nem tudo se resumia a alegadas "campanhas negras"... Comparar não ofende, pois não?
Alguém pode confirmar?
SERÁ VERDADE que o Ministério Público quer proibir uma sátira ao computador "Magalhães" num dos carros alegóricos do carnaval de Torres Vedras? Mas isto anda tudo a ouvir vozes, ou sou eu que já estou meio "pírulas"?
quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009
A importância da memória...
VALE A pena ler com a devida atenção o artigo assinado por Pedro Santana Lopes na última edição do semanário "Sol". É que a memória também é importante na política...
"Sempre tenho defendido que não devem existir aproveitamentos políticos de processos que correm os seus termos na Justiça. Principalmente, quando nada têm a ver com o exercício de funções públicas. Mas a regra deve valer sempre. Porque, de contrário, são os julgamentos feitos por políticos e por jornalistas em vez de o serem pelos juízes.
Lembro-me de um deputado do PPD/PSD, Cruz Silva, que sempre lutou por não suspender o mandato sem ser julgado. Mas foi muita a pressão da opinião difundida, a tal ponto que o homem foi mesmo afastado.
Nunca privei com ele e limitámo-nos a trocar algumas palavras, duas ou três vezes. Soube, há tempo, que Cruz Silva tinha sido absolvido das acusações que lhe eram feitas. Mas ninguém, ou quase ninguém, difundiu isso. Encontrei- -o nos corredores da Assembleia, aqui há uns meses. Com um ar distante e algo irónico. Compreensivelmente.
(..) Campanhas negras em Portugal? Já houve. Falei aqui, na semana passada, dos ataques a Paulo Portas. Durante esse tempo, José Sócrates tinha um debate comigo na RTP todos os domingos. Seria bom que mostrasse agora palavras suas da época, demarcando-se das posições do PS. Campanhas negras? E Leonor Beleza? E Miguel Cadilhe? Para não falar de Francisco Sá Carneiro.
O Partido Socialista costuma falar da campanha contra Ferro Rodrigues e do processo Casa Pia. José Sócrates é capaz de se recordar que, na altura, em directo, na televisão, expressei a minha solidariedade sincera para com o então secretário-geral do PS e mostrei repulsa por aquilo que estava a passar-se. Ora seria interessante Sócrates mostrar o que disse sobre esse processo de ataque a Paulo Portas. Até porque poderia credibilizar o que hoje defende sobre essas matérias.
Já agora, se me permitem, tenho uma leve ideia do que são campanhas dessas. Desde há muitos anos – mas, especialmente, desde 2004. Aliás, a campanha foi tão negra que as pessoas até tinham vergonha de me contar algumas das inacreditáveis histórias que a central de intoxicação que existia à época pôs a circular.
José Sócrates, na sua campanha para secretário-geral do PS, deu logo o tom, com um tema ainda ‘suave’.
Numa conferência de imprensa atacou-me por eu, enquanto primeiro-ministro, ter nomeado cerca de vinte secretárias pessoais… Só que, como o acusador sabia, era o mesmo número dos que me antecederam no exercício dessas funções. E como sucedia antes, era para todo o gabinete: Só duas eram para o próprio primeiro-ministro.
Campanhas negras existem quando as acusações se baseiam em invenções ou falsidades. Sem dúvida. E eu, que julgava que a verdade vinha sempre ao de cima, aprendi que às vezes não é fácil – porque só vem depois do que a justiça da verdade impunha."
Lembro-me de um deputado do PPD/PSD, Cruz Silva, que sempre lutou por não suspender o mandato sem ser julgado. Mas foi muita a pressão da opinião difundida, a tal ponto que o homem foi mesmo afastado.
Nunca privei com ele e limitámo-nos a trocar algumas palavras, duas ou três vezes. Soube, há tempo, que Cruz Silva tinha sido absolvido das acusações que lhe eram feitas. Mas ninguém, ou quase ninguém, difundiu isso. Encontrei- -o nos corredores da Assembleia, aqui há uns meses. Com um ar distante e algo irónico. Compreensivelmente.
(..) Campanhas negras em Portugal? Já houve. Falei aqui, na semana passada, dos ataques a Paulo Portas. Durante esse tempo, José Sócrates tinha um debate comigo na RTP todos os domingos. Seria bom que mostrasse agora palavras suas da época, demarcando-se das posições do PS. Campanhas negras? E Leonor Beleza? E Miguel Cadilhe? Para não falar de Francisco Sá Carneiro.
O Partido Socialista costuma falar da campanha contra Ferro Rodrigues e do processo Casa Pia. José Sócrates é capaz de se recordar que, na altura, em directo, na televisão, expressei a minha solidariedade sincera para com o então secretário-geral do PS e mostrei repulsa por aquilo que estava a passar-se. Ora seria interessante Sócrates mostrar o que disse sobre esse processo de ataque a Paulo Portas. Até porque poderia credibilizar o que hoje defende sobre essas matérias.
Já agora, se me permitem, tenho uma leve ideia do que são campanhas dessas. Desde há muitos anos – mas, especialmente, desde 2004. Aliás, a campanha foi tão negra que as pessoas até tinham vergonha de me contar algumas das inacreditáveis histórias que a central de intoxicação que existia à época pôs a circular.
José Sócrates, na sua campanha para secretário-geral do PS, deu logo o tom, com um tema ainda ‘suave’.
Numa conferência de imprensa atacou-me por eu, enquanto primeiro-ministro, ter nomeado cerca de vinte secretárias pessoais… Só que, como o acusador sabia, era o mesmo número dos que me antecederam no exercício dessas funções. E como sucedia antes, era para todo o gabinete: Só duas eram para o próprio primeiro-ministro.
Campanhas negras existem quando as acusações se baseiam em invenções ou falsidades. Sem dúvida. E eu, que julgava que a verdade vinha sempre ao de cima, aprendi que às vezes não é fácil – porque só vem depois do que a justiça da verdade impunha."
A imparável Paula
TENHO PELA advogada Paula Lourenço a maior consideração pessoal e respeito profissional. Conhecia-a a defender o meu amigo João Braga Gonçalves que, apesar de ter passado três anos e tal na zona prisional da PJ, foi absolvido pelo Tribunal da Relação no famigerado "caso Moderna". Mas esse facto não me impede de achar no mínimo curioso que esta jurista, amiga pessoal da família Pinto de Sousa (pai e filho José) e advogada de Carlos Santos Silva (uma figura que sempre "deu cartas" na Cova da Beira e que é conhecido em certos meios como "o Louis Vuiton"), tenha assumido a defesa de Manuel Pedro e Charles Smith no processo referente ao "caso Freeport". Imparável, esta Paula Lourenço!
Onde anda o Bobby?
ESTE TIO Júlio é cá um pândego... O homem vai ao Tribunal, leva como advogado um causídico com nome de realizador e actor de filmes pornográficos (Sá Leão), uma jovem jurista que compõe qualquer casa, ri-se que nem um perdido, cá para mim manda uns "recados" que alguém perceberá e, cúmulo dos cúmulos, dentro do "Bentley" chama a chusma de jornalistas que de câmaras, microfones e canetas em punho se atropelam uns aos outros, para cândidamente pedir-lhes que o ajudem o encontrar o canídeo. É caso p'ra dizer: cuidado com o cão...
terça-feira, 17 de fevereiro de 2009
Frase
“Só um regime democrático fraco e doente teme a liberdade, incluindo a liberdade de imprensa. É mil vezes preferível o excesso dessa liberdade…”
Luís Marques, “Expresso”
Luís Marques, “Expresso”
sábado, 14 de fevereiro de 2009
Isto há cada coisa...
O ANTIGO dirigente concelhio de Alcochete do CDS/PP, Zeferino Boal, uma das pessoas que desde sempre denunciou as situações menos claras que rodearam o processo de licenciamento do "Freeport", numa carta enviada ao programa "Quadratura do Círculo" afirma que o presidente do seu partido (no caso Paulo Portas) tê-lo-ia chamado à sede nacional e recomendado silêncio sobre esse assunto. No mínimo estranho - tanto a afirmação de Zeferino Boal, como a ausência de qualquer desmentido por parte de Paulo Portas...
O "monumental marialva", segundo ele próprio
É DIFÍCIL dizer tanto disparate junto como faz, há anos a fio, Carlos Pinto Coelho, o "peão" escolhido para "testa-de-ferro" do projecto "Tele5" pelos seus inspiradores e verdadeiros promotores "escondidos de rabo de fora" e que - pasme-se... - numa entrevista dada este fim-de-semana ao semanário "Sol" se auto-intitula como "um marialva monumental". Aliás, diga-se de passagem, a imprensa deste sábado é o que se pode chamar uma verdadeira "overdose" de Pinto Coelho e dos seus disparates... É que no "DN", num daqueles inquéritos apatetados, o "garanhão" (perdão, o "monumental marialva") confessa, entre outras coisas, que já por três vezes tentou convencer Manuel Alegre a escrever um novo hino nacional; que lê entre 25 e 27 livros por semana; ou que tem medo de si próprio (percebe-se...). Mas mesmo imperdível (até porque rir é coisa para a qual cada dia há menos motivos), é a tal entrevista ao "Sol", onde o "D.Juan" (desculpem... "o monumental marialva") descreve-nos a sua irresistível queda para a "conquista" e chega mesmo a elucidar-nos sobre as tácticas usadas para o chamado "engate". Mas nessa entrevista, este "estraçalhador de corações" (perdão, "monumental marialva") fala um pouco de tudo e até relembra o acidente que teve durante a sua passagem por Moçambique onde serviu sob as ordens do general Kaúlza de Arriaga. E conta-nos que, estando a dormir no avião militar em que seguia com o ministro do Exército, acordou estremunhado e, após tirar o cinto, caiu do avião que (diz ele) ainda não tinha aterrado: "Estatelei-me em frente ao general Kaúlza, que aguardava o ministro na passadeira vermelha(...)", recorda. Independentemente do avião ter ou não aterrado, de ter ou não acordado estremunhado, fui "obrigado" a recordar uma entrevista que há muitos anos fiz ao general Kaulza na sua casa da Av. João XXI, ali frente ao "Moinho Vermelho", e onde o simpático general, não conseguindo deixar de escapar um sorriso trocista, contou-me (a mim e aos leitores do "Tal&Qual") sobre a excelente impressão que possuia de Pinto Coelho, quando este servira sob as suas ordens: "Trabalhou comigo e sempre foi muito prestável. Tão prestável, tão prestável, que um dia até partiu uma perna a saltar de um avião em andamento só para conseguir filmar-me a cumprimentar o ministro do Exército"... Depois de ter ouvido o general Kaulza há uns anos e de agora ter lido o inefável Pinto Coelho a relatar, de forma bem distinta o episódio, "cheira-me" (com todo o respeito pelo general e tendo em conta esta irresistível tendência para "catrapiscador" do "engatatão" - perdão "monumental marialva") que o salto com o avião em andamento não teve outro propósito que a "exibição" dos seus dotes atléticos para alguma funcionária aeroportuária ou assistente de bordo...
Sem comentários...
"Vivemos um tempo que se pode classificar como de 'democracia limitada'. Sócrates construiu uma estrutura de poder que infunde receio"
José António Saraiva, "Sol" 14.02.09
sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
Bem prega... D. Fernanda!
TORNOU-SE UM "vício" ler, logo pelas manhãs das sextas-feiras, a coluna da D. Fernanda no "Diário de Notícias". Não porque a criatura seja algum génio do verbo, mas apenas pelo divertimento que me causa ver alcandorada a vedeta alguém que, apesar da escrita escorreita e "limpinha", é de uma mediania tão evidente que nos faz estranhar que mereça o destaque que o matutino da Avenida da Liberdade lhe dá desde há algum tempo. Mas adiante... Esta semana e a propósito de obras que estão a ter como palco algumas ruas da "baixa" de Lisboa, a D. Fernanda não consegue esconder a sua aversão aos carros e a quem os utiliza, chegando mesmo a falar-nos de uma "guerra" contra os veículos de quatro rodas que, pelos vistos, ela vê e encara como uma "praga". Curioso para quem, ainda há algumas semanas, não instou o seu namorado a mandar motoristas e seguranças a não deixar os carros estacionados em segunda fila quando foram jantar ali a um restaurante japonês de Entrecampos...
Cada um tem o que merece...
Sempre me irritou aquele frase (ou tese) que cada povo tem os políticos que merece ou vice-versa. Primeiro porque não é verdade; segundo porque é daquelas “máximas” que revelam um certo “primarismo” de análise que nem sempre (ou melhor nunca!) correspondem à realidade. Mas na última sexta-feira, ao ler os resultados de uma sondagem divulgada pela TVI quase que dei por mim a concordar com aquilo com quesempre tinha discordado: de facto os nossos políticos têm o povo que merecem… E tudo isto a propósito do já célebre “caso Freeport”, que mete tios, primos e sobrinhos; autarcas, ambientalistas e comissionistas; procuradores, comentadores que são advogados de alguns dos protagonistas e agentes secretos; e até ingleses que, diga-se em abono da verdade, não fossem eles e tudo isto continuaria a não passar de uma “conspiração de contornos e propósitos políticos” ou de uma “campanha negra” que visava caluniar e vilipendiar personagens que, porventura dado o cargo que ocupam, se julgam acima de qualquer suspeita. Bom, mas adiante… A TVI resolveu encomendar uma sondagem sobre o “caso Freeport” e as implicações que as recentes revelações teriam sobre José Sócrates. Primeiro espanto: apesar do tom convicto e da determinação com que este negou qualquer envolvimento no assunto, quase 40 por cento dos inquiridos consideravam que o primeiro-ministro era “tido e achado” no tema que tem feito notícia um pouco por todo o lado; trinta e tal por cento não sabiam e apenas 26 por cento afirmavam-se completamente convencidos da “inocência” (passe o termo…) de Sócrates. Segundo espanto: à questão colocada sobre se José Sócrates devia continuar a exercer as funções de primeiro-ministro, 52 por cento dos inquiridos respondia afirmativamente - assim, sem mais nem menos! Perguntarão: mas então isso não é contraditório? Por um lado, 40 por cento acham que José Sócrates está envolvido no “caso Freeport”, mas por outro mais de metade (52 por cento…) acham que ele deve continuar como primeiro-ministro. Eu acho que sim, que é contraditório, que a “bota não bate com a perdigota”, mas de facto, nos tempos que correm e no país em que vivemos, já estou por tudo. Até por achar que cada povo tem os políticos que merece. E vice-versa é claro…
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
A vitimização contraproducente de Sócrates
ASSISTI DE relance ao debate quinzenal de ontem e em que José Sócrates foi obviamente confrontado com a alegada interferência dos serviços de informações no "caso Freeport", mais concretamente acerca de uma suposta vigilância que estaria a ser exercida sobre os magistrados desse processo. Uma questão colocada por Paulo Rangel e que em qualquer parlamento democrático seria algo natural e óbvio, dadas as notícias que fizeram "manchete" em diversos jornais e até em queixas de próprios magistrados... O que não foi normal foi a resposta do primeiro-ministro - desajustada, tanto no conteúdo e no tom, já para não falar no nervosismo e pouco à vontade quie transmitiu. De uma vez por todas, Sócrates tem que começar a perceber que aquele estilo bacoco (e contraproducente...) de uma "vitimização" já não convence nem mesmo os seus mais fiéis apoiantes. E era tão simples responder ao deputado Rangel...
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
O descaramento do vereador Fernandes
LÁ LATA não falta a esse expoente da irresponsabilidade que responde pelo nome de José Sá Fernandes. Numa recente entrevista à revista "Sábado", o homem que custou milhões e milhões de euros à cidade de Lisboa pelas artimanhas legais que conduziram ao atraso das obras no "túnel do Marquês" tem o desplante de, com ar de vereador (sim, porque ele já põe ar de vereador...), afirmar que "todos os dias estou a tratar de falta de dinheiro ou de meias trapalhadas deixadas pelo dr. Santana Lopes". Assim, com o descaramento de quem nunca teve a decência de pedir desculpa aos lisboetas (e não só) pelos incómodos e prejuízos causados pelo seu afã irresponsável e manhoso. Um mínimo de decoro não lhe ficava nada mal...
sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009
A palavra ao advogado (de Sócrates)
"Este caso (Freeport) começou com uma manipulação política que envolveu jornalistas, asssessores políticos e membros da PJ. Houve uma conspiração. (...) Do que se conhece da investigação (...) não há elementos de prova que justifiquem a existência de qualquer suspeito ou arguido. Só há insinuações e factos desgarrados que são conjugados para dar uma aparência de ilicitude."
Proença de Carvalho, "Diário Económico", 31.12.09
Os planos de Seara
SEMPRE IRREQUIETO, Fernando Seara anda num autêntico "virote" desde que alguém o convenceu que que poderia ter algumas chances em suceder a Manuela Ferreira Leite na liderança do PSD - isto a tal ponto que o eterno sonho de poder vir a ser presidente do "seu" Benfica parece ter passado para segundo plano e após ter visto frustradas as suas tentativas de poder liderar a lista social-democrata a Lisboa. Segundo consta, Seara convenceu-se que apenas ele teria condições de estabelecer "pontes" entre o "menezismo", o "santanismo", o "barrosismo" e o próprio "cavaquismo" e surgir assim como uma espécie de "salvador", não da Pátria, mas da Rua S.Caetano. Único óbice a esse desiderato, a ambição de Pedro Passos Coelho...
Há quem aposte "singelo contra dobrado" que os rumores que correram nos últimos dias e que davam como certo que Fernando Seara não se recandidaria a Sintra e que o candidato do PSD à autarquia seria Pedro Passos Coelho, partiram do próprio Seara que, assim, tentava "entalar" aquele que considera ser o único óbice à concretização do seu desiderato em vir a tornar-se líder do PSD. Vá lá saber-se sé verdade...
quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009
Mais uma coincidência...
O ANTIGO inspector-geral do Ambiente, António Santos Alves, ao tempo em que José Sócrates ocupava o dito ministério é actualmente o delegado português no "Eurojust", o organismo europeu que coordena a cooperação judiciária e que, recorde-se, patroicinou em Setembro do ano passado a reunião entre polícias ingleses e portugueses a propósito do "caso Freeport". Certamente mais uma coincidência...
Pois...
O DEPUTADO social-democrata Luís Campos Ferreira apresentou uma queixa contra a RTP na Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) pelo facto da estação pública de televisão ter, no passado dia 5 de Janeiro, ter interrompido o programa "Prós e Contras" durante cerca de 16 minutos: "Será a primeira causa ganha a favor da ética no serviço público", afirmou orgulhoso o atento parlamentar que repudiou veementemente a duração do intervalo do programa onde participavam alguns companheiros de partido (caso de Rui Rio), colegas de hemiciclo (o comunista Bernardino Soares e o centrista Nuno Melo), ministros (Augusto Santos Silva) e a sua própria irmã Fátima que, por sinal, é a apresentadora do programa...
Ó dr. Vital... o senhor também?!
PARTINDO DO príncipio que o dr. Vital Moreira não é propriamente pateta, nem alguém que faça uso de má-fé, ao ler o artigo que faz publicar na edição de ontem do diário "Público" resta-me acreditar que só a ignorância o poderá ter, a propósito do "caso Freeport", levado a escrever semelhante disparate: "(...)tanto mais que já em 2005 tinha havido uma conspiração para tentar inculpar o então candidato a primeiro-ministro, envolvendo agentes ligados ao processo, militantes dos partidos da Direita e jornalistas, conspiração que entretanto foi devidamente exposta e judicialmente punida." Lá que o advogado do primeiro-ministro e outros "figurões" cá do burgo insistam na mentirinha manhosa de um processo que nunca existiu e de uma condenação que ainda menos ocorreu ainda vá que não vá - agora o circunspecto e sempre correcto dr. Moreira é que é surpreendente...
terça-feira, 3 de fevereiro de 2009
Estranhos silêncios...
EM AMENA cavaqueira, alguém (com vastíssima experiência política e governamental) me confessava o seu espanto relativamente ao silêncio a que o Parlamento se sujeitou no último debate parlamentar sobre o "caso Freeport". E perguntava-me: "Você acha normal que na chamada 'casa-mãe' da democracia, exceptuando Francisco Louçã, todos tivessem fugido de tocar no assunto?!". De facto, há coisas difíceis de entender (e explicar). E isto vale para o PSD e para o PCP, mas também para o dr. Portas, cujo silêncio sobre o assunto deixa a todos boquiabertos...
segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009
Desculpe, mas não percebi...
"Eu acredito na justiça, apesar de tudo"
Cândida Almeida
Directora do DCIAP
Isto há cada coincidência...
ENTÃO NÃO é que ainda ontem um meu antigo colega da "velhinha" Universidade Livre me contava que o hoje celebérrimo Manuel Pedro, que connosco compartilhou os bancos da faculdade nos idos de 80, quando editava uns fascículos denominados "Ex-Novo", esteve ligado à "defunta" Universidade Independente e ao seu "mentor" Luís Arouca, de quem era um dos seus braços-direitos?
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