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sábado, 29 de agosto de 2009

?!

A EMPRESA proprietária da edição portuguesa da revista "Playboy" denomina-se "Frestacom" e possui um capital social superior a 500 milhões de euros. É isso mesmo! Quinhentos milhões de euros! Alguém consegue perceber?

Tem graça e não ofende...


Fala (e escreve) quem sabe...

NO SEU blogue "Depois Falamos", Luís Cirilo (que conhece como poucos o PSD) não deixou passar em branco algumas recentes movimentações no seu partido. Vale a pena reter as suas palavras: "Na terça feira á noite, na Universidade de Verão, Luis Marques Mendes (num discurso a que a SIC Noticias deu honras de um directo de quase vinte minutos) veio reafirmar as suas velhas posições sobre arguidos,ética e afins. Criticando a inclusão de arguidos nas listas do PSD.Hoje Paulo Rangel, á saida de uma aula que proferiu na mesma iniciativa, veio solidarizar-se com as opções de Manuela Ferreira Leite criticando os "paladinos da ética"(sic)! Começaram as primárias no PSD".

Pedro Silva Pereira by Mário Crespo

DEFINITIVAMENTE A não perder as respostas de Mário Crespo a mais uma das já tradicionais "Entrevistas Imprevistas" do semanário "Sol" e de José Fialho Gouveia. Especialmente as revelações que o "pivot" da SIC faz acerca do ministro Silva Pereira.

"(o ministro Silva Pereira) em termos de grosseria pura excedeu Valentim Loureiro. Começou a disparatar quando lhe perguntei se era verdade que uma sobrinha de José Sócrates era sua secretária(...)"

"(Silva Pereira) antes da entrevista insistiu muito para que eu o tratasse por senhor ministro (...)"

"A preocupação que (Silva Pereira) teve e a frequência de contactos que fez antes da entrevista mostrou-mNegritoe que este Governo dá grande importância ao condicionamento dos jornalistas"

23 anos...

HÁ DIAS, um amigo brasileiro que tem passado por cá nos últimos meses comentava-me que tinha “colhido” dos portugueses um forte e mais do que visível desejo de mudança: “O pessoal aí está farto, dá para perceber que quer mudar...”, dizia-me ao telefone, um pouco surpreendido - ele que é um homem ligado às coisas da publicidade e do marketing – por nenhum dos contentores políticos, em especial a líder da oposição, esgrimir esse argumento nos outdoors que começam a ver-se espalhados por esse País fora.

Com o oceano de permeio e de telemóvel para telemóvel, tentei sucintamente explicar-lhe que, de facto, esse é que era o grande problema com que nos debatíamos – a ausência de uma proposta séria e sustentada de mudança. Mas ele insistia: “Pô... Mas essa tal de Manuela é da oposição, certo?”. Certo, é claro que sim, confirmava-lhe. E ele voltava à carga, uma, duas, três vezes: “Fafi, não tô entendendo, vocês portugas são mesmo complicados...”. Aí eu fiz um esforço, pedi-lhe que me ouvisse um minuto e tentei resumir as duas últimas décadas da política portuguesa. Desta forma: entre Janeiro de 1990 e Outubro de 1995, a actual líder do PSD esteve no governo, tendo sido secretária de Estado e depois ministra da Educação - isto sem contar com o cargo de directora-geral que desempenhou entre 1986 e 1990; depois, com a vitória eleitoral dos socialistas, em 1995, José Sócrtaes, o actual primeiro-ministro entrou para o governo, onde esteve sete anos, primeiro como secretário de Estado e depois como ministro; a seguir, em 2002, com o regresso do PSD ao governo, Manuela Ferreira Leite voltou a ser ministra durante dois anos, até Julho de 2004; e finalmente, poucos meses depois, em Março de 2005, Sócrates foi eleito primeiro-ministro. Resumindo: há 19 anos, para não dizer 23 (se contarmos com o facto da líder “laranja” ter sido Directora-Geral da Contabilidade Pública entre 1986 e 1990) e à excepção de um curto período de oito meses, ou Sócrates ou Ferreira Leite fizeram parte dos governos que o nosso País teve.

Você 'tá brincando, não 'tá?”, questionava o meu amigo lá de terras de Vera Cruz. Não podia estar a falar mais a sério, dizia-lhe - era exacatamente por isso que isso da “mudança” não colava de jeito nenhum. “Vinte e três anos?! Só pode ser brincadeira!”, exclamava o meu interlocutor. Achei que a chamada já ia longa e ao despedir-me não resistir em “abrasileirar” o meu português: “Brincadeira é 'apelido' (alcunha), meu caro...”.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

De facto, o homem não faz falta nenhuma!

ESSA INEFÁVEL criatura que dá pelo nome de José Sá Fernandes, agora que "abichou" o lugarzinho na lista do seu novo "patrão político", não perde oportunidade de caninamente mostrar a sua atenta e veneranda obediência a quem lhe deu mais uma oportunidade de "palco", agora que os seus antigos amigos do Bloco de Esquerda perceberam finalmente de que massa o auto-proclamado "defensor dos lisboetas" era feito. Hoje, umas horas depois do "Público" ter publicado uma entrevista com Santana Lopes, os novos "donos" do ainda vereador do Ambiente "atiçaram-no" contra o candidato da coligação "Lisboa com sentido", talvez esperançados que, ao menos, o homem servisse para alguma coisa. Mas, como diz o outro, "cão que ladra não morde" e os latidos de tão débeis e rídiculos transformaram-se num miar de meter dó. Não desmentiu uma única afirmação de Santana Lopes, teve de socorrer-se de Maria José Nogueira Pinto e completamente a despropósito e seguramente à falta de algum argumento invocou um alegado "rancor" por parte de Santana. Aí - e escreve quem sabe... - o dr. Sá Fernandes perdeu uma excelente ocasião para estar calado. É que se existe alguém que não pode queixar-se desse tal "rancor" é exactamente o próprio ainda vereador da Câmara de Lisboa. Se assim fosse, quando Sá Fernandes resolveu protagonizar aquela "palhaçada" sobre o túnel do Marquês de Pombal (e que custou milhões à cidade!), Santana Lopes podia fácil e celeremente ter dado cabo do futuro político desta criatura politicamente saltitante. Era, garanto, em duas penadas e de vez. Mas de facto, talvez "pecando" por uma excessiva benevolência, Santana foi tudo menos rancoroso. Não o tivesse sido e era certo e sabido que hoje estariamos lkivres desta enervante criaturinha e muito mais cedo que em 11 de Outubro próximo tínhamos todos chegado à conclusão que o "Zé" não faz mesmo falta nenhuma. A ninguém...

domingo, 23 de agosto de 2009

Uma pergunta que nem precisa de resposta...

NA EXCELENTE entrevista que Pedro Santana Lopes dá hoje ao "Público" e onde - mais não fosse - ficam à vista de todos as diferenças que existem entre ele e o seu adversário António Costa, com Santana a confirmar os atributos que possui para o exercício da liderança da capital (capacidade de decisão, ideias, experiência e...sonho), não resisto a destacar uma pergunta que por si só nem precisava de resposta: "Cada vez que se refere à Frente Tejo parece que está a falar de uma associação de malfeitores"...

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

A palavra ao professor Marcelo...

COM A mais que merecida e devida vénia, aqui se reproduz a opinião de Marcelo Rebelo de Sousa acerca da condecoração a José Sócrates pela Câmara Municipal de Santarém, anúnciada muito "oportunamente" por Moita Flores: "É independente e não é ingénuo. Sabe que a sua atitude, objectivamente, ajuda Sócrates. Tal como o ajuda se o receber, em gala, a um mês das legislativas. Diz que isso é bom para Santarém. Pergunto: porque razão não se candidata, para servir Santarém, em lista de cidadãos, para já não dizer em lista do PS?(...)".

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

É para levar a sério?

ESTA ESTRANHA troca de acusações, insinuações e sabe-se lá o que mais entre os assessores de Belém e S. Bento não tem pés nem cabeça, até porque só um "tontinho" (para não dizer outra coisa...) é que pode levar a sério uma notícia que veio à estampa num jornal cuja audiência (e nem vou para aqui falar de credibilidade) não conta rigorosamente para nada. Mais: em Belém, entre aquelas "luminárias" todas (a começar pelo ziguezagueante Espada) ninguém ainda percebeu que este "folhetim" só favorece o primeiro-ministro e o governo? No mínimo, estranho...

Nunca se sabe o dia de amanhã...

"Câmara de Santarém atribui medalha de ouro da cidade a José Sócrates"

"Sol", 19.08.2009

Chiça que demorou!

ALGUÉM PODERÁ explicar-me qual a razão que ditou o estranho atraso na divulgação das listas de António Costa à Câmara de Lisboa? Não fosse o "Diário de Notícias" de hoje e ficava sem saber quem eram os "eleitos" de Costa... Mas pelo menos já percebi uma coisa: pelas minhas contas, dos primeiros oito da lista ao executivo e para além do dito cujo, só um é que pertence ao PS. Não está mal!

sábado, 15 de agosto de 2009

A passividade do bastonário

NEM QUERO acreditar que esta passividade do bastonário da Ordem dos Médicoes relativamente ao anúncio que o governo terá contratado cerca de 20 médicos cubanos terá a ver com o facto de nenhum deles ser oftalmologista... É que estou bem lembrado do que o dr. Pedro Nunes disse e fez quando a Câmara de Vila Real de Santo António enviou quase três centenas de munícipes a Cuba para serem operados às cataratas!

Mudam-se os tempos...

O SELECCIONADOR nacional de futebol Carlos Queiroz mostrou-se muito surpreendido pela polémica que está a ser gerada em redor de uma hipotética chamada do brasileiro (agora naturalizado português) Liedson à equipa nacional. Curioso, especialmente vindo quem vem - exactamento de quem, quando treinador do Sporting, rejeitou liminarmente a hipótese de analisar a contratação de um jogador júnior, curiosamente irmão do então jogador leonino Roberto Assis, com o argumento do miúdo ser brasileiro. Ah, é verdade... o rejeitado chamava-se (e chama-se) Ronaldinho Gaúcho!

Azevedo Soares e a "falta de estatura"

ESSE VERDADEIRO paladino da análise política que dá pelo nome de Azevedo Soares e inexplicavelmente tem conseguido conseguido manter-se à tona de água no panorama político português nas últimas três décadas (!), veio agora a público e na "ressaca" do anúncio das listas de candidatos a deputados do PSD afirmar que Manuela Ferreira Leite "não tem estatura para ser líder". No mínimo, extraordinário de quem vem - ele que apesar de, em toda a sua vida, não se lhe ter conhecido uma única ideia conseguiu ser administrador das Águas de Portugal, secretário-geral do PSD nos tempos de Nogueira, vice-presidente no "consulado" de Marques Mendes, secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros e ministro do Mar...

Esperar para ver

UM DIA destes alguém ainda vai perder algum tempo (e paciência, é claro...) e publica um esquema gráfico "cruzando" nomes, factos e notícias ultimamente vindas a público e que curiosamente começam e acabam sempre nas mesmas pessoas - jornalistas, investigadores e advogados, unidos por mal-disfarçados desejos de alegada "desforra" em matérias tanto pessoais como de índole "espiritual", profissional e empresarial. O "forrobodó" que por aí vai e o descaramento de alguns escribas (que não resistem a assinar, até mesmo quando a "peça jornalística" já lhes chega às mãos escrita e revista por alguém a quem dedicam uma canina subserviência desde os tempos do primeiro emprego) chegou a um ponto que há por aí quem aposte singelo contra dobrado que isto ainda vai acabar à bengalada. No mínimo...

César, a mulher e as prédicas de um frei Tomás...

TEM CAUSADO grande (e natural) polémica o facto (revelado pelo diário "I") do co-autor da legislação que regula as farmácias dos hospitais compartilhar o escritório com o representante da sociedade que ganhou o concurso para explorar as ditas farmácias. A mim não me surpreende, desde que soube que, em pleno cavaquismo, o acordo entre o Estado português e a Ford/VW para instalar a fábrica da Auto-Europa em Palmela foi negociado pelas partes através de dois advogados, colegas e sócios do mesmo escritório. Citando um antigo bastonário da Ordem dos Advogados "os advogados são como a mulher de César, não basta serem sérios, têm que parecê-lo". Pois é...

Na "mouche"...

"Maria José Nogueira Pinto (ex-CDS/PP), declarada apoiante de António Costa, candidato do PS à Câmara de Lisboa, (é) um exemplo raríssimo de tripartidarismo que vai seguramente ficar nos anais das relações interpartidárias pela sua extraordinária versatilidade"

Mário Soares, "Diário de Notícias"

Um Buiça de trazer por casa...

NÃO TENHO particular simpatia pelos ideais que preconizam a restauração da monarquia, independentemente da estima que alguns dos seus defensores me merecem. E entre estes (onde não está certamente incluído o inenarrável líder do PPM, que continua com uma notória dificuldade em alinhavar duas frases com sentido...) conta-se certamente Rodrigo Moita de Deus que, conhecendo superficialmente, habituei-me a ler desde os seus tempos de "Euronotícias" e de quem guardo a melhor das impressões - tanto a nível pessoal como profisional. Vem isto naturalmente a propósito da assumpção de responsabilidades, por parte de Moita de Deus, do divertido episódio da substituição da flâmula lisboeta pelo estandarte monárquico nos Paços do Concelho e que só quem se leva a si próprio muito a sério e quem possui da vida uma visão pouco inteligente, bacoca e mesquinha poderá condenar. Como foi surpreendentemente o caso de um assessor do actual presidente da Câmara de Lisboa e que, apesar de ser alguém que sempre me habituei (apesar de alguns episódios que não são para aqui chamados...) a achar alguma graça, optou por reagir com grosseria e uma arrogância muito pouco própria de um republicano à insólita acção dos interantes do "31 da Armada". E Duarte "Buiça" Moral resolveu, do alto da importância que julga possuir o cadeirão que lhe foi destinado nos Paços do Concelho e em nome do seu "patrão" António Costa, disparar: "É tradição da monarquia ter uns bobos de serviço". No mínimo, fica-lhe mal...

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Uma questão de pormenor

NOTICIAM OS jornais e televisões, como se de uma grande "cacha" jornalística se tratasse, que o presidente da Câmara Municipal de Santarém admite votar nas próximas legislativas em José Sócrates: "Moita Flores não vota em Ferreira Leite" apregoam as notícias. Para além de ser perfeitamente questionável a importância e o destaque que tal facto possa merecer (até porque Moita Flores é independente...), é obviamente natural que o voto do autarca não seja na líder do PSD - até porque, partindo do natural presdsuposto que o presidente da Câmara Municipal de Santarém vote em terras escalabitanas, o cabeça-de-lista laranja na eleições legislativas naquele distrito é o agora surpreendentemente "conciliador" e "pacificador" Pacheco Pereira. Manuela Ferreira Leite, essa, encabeça a lista no distrito de LIsboa...

Mais um?! Safa!

LEIO NO "Sol" de hoje: "Os dois submarinos adquiridos por Portugal ao consórcio alemão, e que têm levantado tanta controvérsia, podem transformar-se em três. É que as contrapartidas previstas no contrato não estão a verificar-se – e o construtor propõe-se entregar um submarino a custo zero". E será que alguém me poderá explicar porque é que as contrapartidas previstas no contrato" não estão a ser cumpridas? E já agora - até porque perguntar não ofende, acho eu... - o facto de existirem contrapartidas "previstas no contrato", implica terem existido contrapartidas "não previstas" no contrato? Sim? Quais? E essas... já foram cumpridas? Ou são perguntas que não têm pés nem cabeça?

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Perguntar não ofende

ALGUÉM QUE prezo bastante enviou-me há dias um e-mail contendo algumas sugestões de perguntas a propósito dos investimentos efectuados por Cavaco Silva e outros membros da sua família em acções da SLN. Por julgá-las oportunas e estranhar que ainda ninguém as tenha colocado, aqui ficam as seis perguntas. Pode ser que inspirem alguém...

1) A quem é que Cavaco Silva e a filha compraram, em 2001, 254 mil acções da SLN, grupo detentor do BPN?

2) Como e porquê foi fixado o preço de 1 euro por acção?

3) De que forma foram pagas? Por transferência bancária, por cheque ou em cash?

4) E quem, dois anos depois, comprou a Cavaco Silva e à filha as acções?

5) Porque decidiu Cavaco Silva vendê-las? Não tendo elas cotação no mercado, à priori não seria de esperar realizar mais-valias.

6) Como foi fixado pela SLN o valor do preço de compra, com uma taxa de lucro bruto para o vendedor de 40 por cento em dois anos?

Raul Solnado


ERA EU um miúdo de dez ou onze anos quando o vi pela primeira vez. Terá sido nos princípios da década de 70, creio que em casa de Arménio Ferreira, outra extraordinária figura de tempos que, por muito que nos esforcemos, não mais voltarão. Naquele tempo, para mim, trinta e tal anos mais novo que ele, o Solnado era um mito, era o do "Zip", de "Ranholas City", do "podiuuuuó chamá-lo?" e das mil e uma frases que o celebrizaram e nunca se apagaram da memória para todos os que consideramos "humor" sinónimo do seu nome. O Solnado era daquelas pessoas que pelo que fazia e pelo que era se admirava e respeitava - sem esforço e com naturalidade.
Anos mais tarde, o Solnado passou a ser "o Raul", mercê de amigos comuns - e aqui estou a lembrar-me, por exemplo, de Humberto Roque Gameiro (um verdadeiro "príncipe" que encheu uma certa Lisboa de "charme", graça e inteligência), de João Soares Louro, de Joaquim Letria ou de António Serra Lopes. Fomos conhecendo-nos, almoçámos e jantámos umas quantas vezes (estou a lembrar-me de um memorável jantar faz agora vinte anos lá para as bandas da Aroeira), assistimos a espectáculos juntos e chegámos mesmo a fazer uma viagem a Salamanca.
Apesar da diferença de idades tratávamo-nos por tu e cada vez que nos encontrávamos não resistia a recordar a mais deliciosa estória que conheci tendo o Raúl como protagonista, contada como foi pelo "tio Gameiro" e com a qual, muitas vezes, não resistia a confrontar o Raul. Nesta altura, em que (e o nosso País é "perito" nessas coisas...) as chamadas e milhentas "viúvas" do Raul surgem onde estiver qualquer câmera de televisão e debitando inaudíveis e inenarráveis lugares-comuns, não resisto a recordá-la tal e qual me foi contada - e nunca desmentida pelo principal protagonista:

"Meados, finais da década de sessenta numa Lisboa cinzentona e murcha. Humberto Roque Gameiro e Fernando Oneto resolvem combinar uma 'patuscada' num apartamento em Benfica, onde viviam duas amigas e prometem levar-lhe 'o Solnado' desde que elas se comprometam a convidar uma terceira amiga. Negócio fechado, Raul avisado, jantarinho marcado para as sete e meia. Às oito, do Raul... nada. Oito e meia, idem aspas. Nove menos um quarto, lá finalmente aparece à porta de casa das amigas do Gameiro e do Oneto: 'Desculpem lá, mas esqueci-me que andar é que era e se não fosse a porteira andava p'raí a tocar às campaínhas todas...'. Mas os amigos tinham uma má-notícia para lhe dar. A amiga das amigas, a tal que à partida estava destinada a ser a parceira do Raul, à última hora não podia vir: 'Parece que o marido chegou mais cedo do Porto do que estava previsto', justificou Fernando Oneto, ao mesmo tempo que o desafiava a encontrar uma substituta. 'A esta hora?! Impossível!', queixava-se Solnado, ao mesmo tempo que apelava para as agendas telefónicas dos amigos e das anfitriãs que iam pondo a mesa e acendendo as velas, tentando criar assim um ambiente mais íntimo (propício dirão outros...) para o jantarinho que se avizinhava. Nada, aquela hora ninguém conseguia resolver a situação. Até que o próprio Raul resolve arriscar: 'Só se for... a porteira!'. Gameiro e Oneto entreolharam-se boquiabertos: 'A porteira?! Tás doido, pá?'. Não, não estava: 'É nova, jeitosita, deve ser viúva porque estava vestida de preto e nem imaginam a festa que me fez lá em baixo quando me reconheceu...', justificou perante o assentimento das anfitriãs, uma das quais, antes que fosse tarde, se precipitou escada abaixo, regressando um quarto de hora mais tarde, exibindo orgulhosa uma apressadamente arranjada D.Conceição (nome suposto, obviamente) e sentando-a à mesa num inesperado 'tête-a-tête' com um Solnado visivelmente deliciado com ele próprio e com a sua 'saída'. Parece que o jantarinho correu bem, que as senhoras ficaram deliciadas (e expectantes...) com os seus pares e ao segundo 'whisky' após o repasto e como diria alguém 'chacun se amanhe', que é como quem diz cada um arranjou o seu cantinho. A Solnado, ao que parece, calhou-lhe o sofá da sala para 'surripiar uns prazeres' à ofegante porteira que, viuvez deitada para trás das costas e verdadeiramente babada com o 'sô Solnado', entregava-se ufana aquele que era, semana sim semana não, capa da 'Plateia' ou presença constante na rádio e na televisão. Uns bons quartos de hora mais tarde e ao que parece, ou por inépcia da D. Conceição (coitada, já pouco habituada aquelas 'actividades circumescolares'...) ou porque Raul não estaria reagindo com 'a prontidão habitual', de repente ouviu-se uma voz vinda do sofá que num tom que misturava lamento com alguma preocupação, lançou: 'Ó sô Solnado veja lá se despacha isso, que eu à uma tenho de ir esvaziar os caixotes...'.

Desculpem qualquer coisinha, mas esta é a minha forma de recordar o Raul!

domingo, 9 de agosto de 2009

O dedo (e mão) de Cavaco

CADA VEZ me convenço mais que a formação das listas de candidatos a deputados do PSD têm um "dedo" (para não dizer a mão inteira...) do prof. Cavaco que, para além de fazer regressar à cena política alguns dos seus emblemáticos seguidores, começa a criar as condições para o regresso do asfixiante "bloco central". E que jeito lhe daria um governo PS/PSD, por ele "tutelado" e, à partida, inibidor de um apoio oficial dos socialistas a uma cada vez mais provável candidatura de Manuel Alegre a Belém. Basta fazer as contas e chega-se rapidamente à conclusão que, com o apoio do seu partido somado aos comunistas e ao Bloco, o segundo classificado nas últimas presidenciais teria o "caminho aberto" para a Presidência e impediria uma reeleição de Cavaco Silva. Assim, mais vale prevenir...

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Amigos para sempre?

AMIGO EXPERIENTE nestas andanças da política, mas hoje retirado e dedicado a outros místeres qude certamente considera mais interessantes, comentava-me assim o "folhetim" que rodeou a formação das listas de candidatos a deputados do PSD: "Que grande favor prestou a dra. Manuela a José Sócrates...".

Bem uns para os outros...

QUE O País bateu no fundo não deve ser propriamente novidade para ninguém. Mas apesar de acharmos que já estamos preparados para ouvir (e ler...) tudo, ainda conseguimos ser surpreendidos por episódios que revelam o estado deplorável a que chegámos. Basta dar uma olhadela a jornais e revistas com forte componente côr-de-rosa para perceber que quem "vende" ou "mexe" são um bando de energúmenos que, fruto da sua frivolidade e idiotice, se pavoneiam pelas festas e festinhas que enxameiam Portugal de lés-a-lés e que a troco de um jantarinho e de uma dormida de borla em qualquer pensão piolhosa, posam para os fotógrafos que à noite são repórteres e que de dia andam armados em paparazzis da treta areal abaixo e acima. Hordas de manicures, pedicures, estecticistas, "ex's" e "futuras" são "vedetas" contratadas por "tuta e meia" pelas agências e empresas que promovem "eventos" (ou "inventos" como dizem alguns...), dando a verdadeira imagem desta desgraçada terrinha que daqui a umas quantas semanas vai ter que optar entre um José Sócrates e uma Manuela Ferreira Leite. De facto estão todos bem uns para os outros...