A SONDAGEM divulgada hoje pela "Folha de S.
Paulo" sobre a intenção de voto nas eleições presidenciais brasileiras do
próximo dia 5 de Outubro traz um dado que deve ser tido em conta nos cenários
que se vão desenhar nas próximas semanas, ou seja, na última fase da longa
pré-campanha eleitoral.
Quando confrontados com uma questão
sobre a influência que algumas figuras públicas podem, ou não, exercer sobre a
preferência de voto, 52 por cento dos mais de 4 mil inquiridos indicam o
controverso juiz Joaquim Barbosa (relator do processo do "mensalão" e actualmente à frente do Supremo Tribunal Federal) como alguém que está em condições de o fazer. Numa questão “estimulada” colocada pelo instituto “Datafolha”, 26% dos
eleitores afirmam que "com certeza" votariam num candidato
indicado por Barbosa, enquanto além disso, outros 26% admitem que "talvez"
pudessem votar em alguém apoiado por ele. E o mais curioso é que Barbosa é
apenas superado pelo ex-presidente Lula
da Silva que recebe somente mais 8 pontos que o ainda presidente do STF – 36 por cento dos inquiridos asseguram que seguiriam uma
indicação de voto do antecessor de Dilma
Rousseff e 24 que talvez o fizessem… Ou seja 60 por cento - apenas 8 pontos
mais que Barbosa que, há poucos dias, anunciou a sua aposentação nas
próximas semanas.
Essa revelação, a par deste indicador
hoje divulgado pela “Folha”, poderá transformar o juíz num “trunfo” apetecível a
ser jogado por Aécio Neves, o
candidato mais conservador no pleito que se avizinha. Não me espantaria que,
mais dia menos, o candidato do PSDB anunciasse alguns nomes a fazer parte do
seu governo em caso de vitória: por exemplo Armínio Fraga na pasta da Fazenda e… o populista Joaquim Barbosa à frente da Justiça…
Seria um anúncio que obviamente
radicalizaria a campanha e bipolarizaria a disputa eleitoral, extremando
posições e colocando-a numa lógica esquerda-direita, em que curiosamente o grande
prejudicado, mais do que a própria Dilma, seria Eduardo Campos, o
ex-governador de Pernambuco que tem em vão tentado afirma-se como uma “terceira via”, captando o descontentamento que claramente existe em realação ao governo por parte de algumas franjas de um eleitorado tradicionalmente próximo do PT. É caso para dizer que, mais uma vez, "quem se lixa no mexilhão"...
1 comentário:
Vou "roubar"
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