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terça-feira, 13 de maio de 2014

O assessor e o facebook...

CERTAMENTE POR não ter mais nada para fazer, um assessor económico do primeiro-ministro resolveu ajustar umas contas (ao que presumo pessoais…) no Facebook com os antigo ministros Mira Amaral e Bagão Félix. Por termos alguns "amigos virtuais" em comum naquela rede social, já há algum tempo que tinha reparado nesta ou naquela intervenção "facebookiana" de Rudolfo Rebelo, tanto pelo teor como pelos termos utilizados, espantando-me na altura que alguém que fizesse parte do inner circle de um chefe de governo pudesse ter tão pouco cuidado no que escrevia publicamente numa rede social, especialmente quando os temas diziam respeito, directa ou indirectamente, à governação.
Porque quer queira quer não, Rebelo não pode achar que, cada vez que se senta à frente do seu computador e entra no Facebook, lhe basta tirar a gravata e pendurar o blazer de assessor para abandonar temporariamente as funções e passar a ser um simples e vulgar utilizador das redes sociais. Do mesmo modo que  também não pode achar que os seus post's ou comentários - por mais inocentes e inócuos que possam ser - não sejam esmiuçados ao pormenor. Ou seja, resumindo: ele não pode achar que existem dois Rudolfos Rebelos ou mesmo um Rudolfo e um outro Rebelo, não - para o bem e para o mal são uma única e mesma pessoa, neste momento e desde que entrou em S.Bento: o assessor económico do primeiro-ministro.
Admito que seja aborrecido estar em posse de alguma informação privilegiada, de conhecer os "dossiers" melhor do que muita boa gente, de saber pormenores que escapam a quem não está no chamado "circuito do poder" e assistir impávido e sereno ao que nós achamos serem "disparates" ditos publicamente por quem pensamos ter o "dever" de partilhar as nossas ideias. Mas convenhamos que um assessor económico de um primeiro-ministro não está no gabinete para rapar do computador e zurzir a torto e direito em quem "ousa" discordar da política governamental, longe disso. Se assim fosse, a nossa vida política reduzia-se (ainda mais) a post's, tweet's e selfies… 
E mais: como as coisas estão, um dia destes, ainda vai haver alguém que começa a anotar as horas e os dias em que o assessor usa o seu Facebook e isso ainda virar tema no debate quinzenal na Assembleia da República, com algum parlamentar mais minucioso questionando o primeiro-ministro sobre se a actividade "facebookiana" do seu assessor  económico, dando-se no chamado "horário de expediente", configura, ou não, "utilização abusiva de meios públicos" ou coisa do género… Vai uma aposta?!

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