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terça-feira, 1 de abril de 2014

Meio-século depois, um Brasil convictamente democrático...


CINQUENTA ANOS depois de um golpe militar no Brasil ter derrubado o presidente  João Goulart e ter dado azo a um período que durou mais de duas décadas e em cujo “cadastro” constam mais de 300 mortos e desaparecidos, a “Folha de S. Paulo” publicou na sua edição de domingo uma sondagem onde, pese alguns sinais de visível descontentamento nos últimos tempos, a população brasileira mostra-se identificada maioritariamente com a democracia. Segundo o estudo do instituto “Datafolha”, 62 por cento dos inquiridos consideram que a democracia indiscutivelmente “é o melhor dos regimes”, uma percentagem recorde desde que, em 1989, aquele instituto começou a promover anualmente este estudo. Dos restantes 38 por cento, 16% afirmam ser-lhes "indiferente" viver em democracia ou ditadura, enquanto 14 por cento afirmam preferir a ditadura, sendo que 8% não sabem ou não possuem opinião.
 Há 25 anos atrás, quando a democratização estava a dar os seus primeiros passos e ainda no rescaldo do eleição do controverso Collor de Mello, apenas 43 por cento dos inquiridos afirmavam acreditar na democracia, o que leva alguns analistas a interpretar esta crescente manifestação de confiança no regime por parte dos brasileiros como claramente influenciado pelo reforço dos direitos sociais que ocorreram desde a democratização, bem como os programas sociais protagonizados pelos últimos governos e o impacto que essas mesmos programas  possuíram junto das classes mais desfavorecidas que associam a sua melhoria de vida à democracia.

Mas – claro... – existe o outro lado da moeda. E aí, entre e esmagadora maioria dos brasileiros que se revêem na democracia, mais de 60 por cento apontam a corrupção, a segurança e a saúde como os principais problemas que a afectam e que mais preocupação causam. Três temas que, juntamente com a educação, vão marcar a "agenda" das eleições que se avizinham e que em Outubro escolherão presidente, senadores e deputados que governarão o Brasil nos próximos 4 anos.

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