HÁ COISAS que por muito boa vontade que se possa ter são difíceis de entender… Ontem à noite, como é habitual o Presidente da República dirigiu-se ao País na tradicional "Mensagem de Ano Novo". Contrariamente ao que seria expectável e ao que ocorreu há um ano, Cavaco Silva não referiu qualquer intenção de contribuir para fazer submeter o Orçamento do Estado, recentemente por si promulgado, a qualquer tipo de fiscalização por parte do Tribunal Constitucional - diz-se que para mostrar publicamente que não anda "a reboque" dos jornais e dos comentadores... Até aqui tudo bem, ou melhor, é uma questão que apenas e só diz respeito ao próprio Cavaco. O que não se entende e o que mostra uma falta total de senso político é a necessidade sentida de, poucas horas mais tarde e dada a autêntica "onda" de críticas e ataques com que a sua intervenção foi recebida, uma "fonte oficial" do palácio de Belém ter sido obrigada a vir apressadamente justificar o facto do Presidente não ter suscitado qualquer dúvidas sobre a constitucionalidade do Orçamento do Estado com hipotéticos pareceres de juristas que teriam sido consultados por Belém nos últimos dias.
É caso para dizer então que Cavaco pode não andar "a reboque". À priori, porque à posteriori pelos vistos estamos conversados...
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