NOS ÚLTIMOS dias, num crescendo que roça as fronteiras do ridículo e de um provincianismo a toda a prova, um deslumbrado José Silva Peneda não consegue disfarçar a sua ambição de vir a breve trecho transformar-se na versão lusitana de "Mario Monti", chefiando um hipotético governo de iniciativa presidencial, por convite do seu amigo Cavaco Silva, à semelhança do que ocorreu há uns meses atrás em Itália. Há um microfone estendido? É certo e sabido que o dr. Peneda está lá por perto e danado para botar faladura... Acenderam-se os holofotes e as câmeras estão a postos? Pronto, lá vem logo célere e presuroso o dr. Peneda mostrar o facies, qual emplastro televisivo... Algum jornalista está dificuldade de encher uma página? É discar o número lá da Maia, que o "sô dotôr" dá logo uma entrevista, por telefone e tudo... Não há microfone, as câmeras estão desligadas e o telefone não toca? Não faz mal, o dr. Peneda rapa da caneta e toca a escrever uma carta (e logo aberta!) ao ministro das Finanças alemão - não se sabe é se a missiva foi em português ou no idioma de Goethe... Não chega? Monte-se a tenda, soltem-se os palhaços, os cãezinhos a dar voltas à arena em duas patas, os leões a rugir, que se for preciso o dr. Peneda até se transforma em em trapezista, daqueles sem rede e tudo. E o perigo é exactamente esse, o dr. Peneda - tal o afã - dar um trambolhão e voltar à Maia de monco caído e com o rabinho entre as pernas. Acontece...
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