NOS ÚLTIMOS cinco dias resolvi, neste blogue, promover um inquérito acerca da actuação policial relativamente ao assalto que a dependência do BES em Campolide foi alvo. Diga-se em abono da verdade que estes inquéritos (há quem, erradamente, os denomine de "sondagens") valem o que vale - isto apesar de ser impossível que o mesmo computador seja utilizado para votar mais que uma vez. Mas adiante... Coloquei a seguinte pergunta: "Concorda com a actuação da PSP no episódio do assalto ao BES?" e sugeri quatro hipóteses de resposta - "sim", "não", "foi excessiva" e "pecou por tardia". Para meu espanto, ao fim de cinco dias, nem um único leitor mostrou, ao de leve que fosse, a mínima discordância com o facto da polícia ter abatido um dos assaltantes e ferido o segundo. Mais: do universo dos que responderam (e foram à volta de trinta), 96 por cento optou pelo "sim" e os restantes quatro por cento preferiram considerar que a actuação teria pecado "por tardia"! Sinceramente, espantou-me este unanimismo à volta de uma morte - fosse ela de um bandido, ou não. E acho mesmo que é um sinal "perigoso" na sociedade portuguesa, que muitos teimam em considerar de brandos costumes, mas onde, desde sempre, se matou à sacholada por uma linha de água ou pela recusa de partilhar um caminho rural, por exemplo.
Talvez por isso mesmo, hoje, ao ler o "Sol" vi-me obrigado a concordar com uma frase de José António Saraiva - que é algo que propriamente não me agrada por aí além, fundamentalmente por razões - reconheço - do foro pessoal, mas que não vêm para o caso... Escrevia então o director daquele semanário na sua coluna da "Tabu": "Disse-se, de uma forma generalizada, que a operação policial foi um êxito. É certo que os atiradores da PSP mostraram uma pontaria exímia. Mas uma acção que acaba com mortes não pode considerar-se um êxito. Mesmo que os mortos sejam assaltantes de bancos". Chapeau...
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