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terça-feira, 24 de abril de 2012

24 de Abril de 1974


Sampaio: mais uma triste figura...

GOSTANDO-SE OU não de Mário Soares, é difícil não reconhecer ao antigo Presidente da República a coragem com que cunhou a sua longa carreira política. Podemos discordar de isto ou aquilo, podemos criticá-lo aqui e acolá, mas a verdade é que a Soares nunca lhe faltou coragem - antes e depois do 25 de Abril. O mesmo não se pode dizer de quem lhe sucedeu em Belém, de seu nome Jorge Sampaio e que, bastas vezes, pautou a sua conduta política pela mediocridade e pela falta de coragem, preferindo amiúde tentar alijar responsabilidades e passar por entre os pingos de chuva. A posição dúbia, oportunista e cobardolas de Sampaio a propósito da sua presença, ou não, nas cerimónias oficias do 25 de Abril é uma prova disso mesmo: que sim, que não, que talvez, que ainda (a pouco mais de 24 horas...) não sabe se terá um compromisso que o obrigará a ausentar-se para  estrangeiro, enfim uma catadupa de escusas para não tomar uma atitude. É por estas e por outras (e por este e por outros) que o País está como está! 

Ó homem, vá-se mas é catar...

HÁ 38 anos atrás, era eu um miúdo, tive oportunidade de receber o 25 de Abril de braços abertos e festejá-lo ao lado de quem me ensinou os valores em que fui educado e formado - meus Pais. O facto de considerar essa data como um dos dias mais importantes (e felizes!) da minha vida não me obriga a estar eternamente agradecido a quem quer seja, especialmente aqueles militares que pura e simplesmente "embarcaram" naquele pronunciamento militar por razões que se prenderam mais com a sua situação remuneratória do que com qualquer outra coisa, pouco se importando com valores que nunca foram deles e que apenas "cavalgaram" em função de interesses meramente sócio-profissionais. E se é verdade que não envolvo neste grupo militares como, por exemplo, Melo Antunes ou Vítor Alves (entre outros, gente cujo percurso de vida merece respeito e consideração), o mesmo não posso dizer de quem, desde sempre, se tentou apropriar de uma data que não lhe pertence e mesmo servir-se dela para seu benefício pessoal. 
Falo é claro do sr. Lourenço, esse paradigma da imbecilidade militante, que não resiste um ano sem inventar um "número", sempre em busca de um protagonismo que a História não lhe concedeu há 38 anos (estava nos Açores...) e uma importância que nunca possuiu, apesar da apropriação que tenta fazer de alguns factos históricos, nomeadamente no 25 de Novembro. Este ano, mais uma vez armado em arauto e "dono" do 25 de Abril e exacerbando as suas funções de presidente de uma associação que para além de lhe servir de escritório ainda ninguém percebeu exactamente para que é que serve, resolveu anunciar a ausência das comemorações oficiais na Assembleia da República, em protesto pela política levada a cabo pelo actual governo... Para além de, com a sua ausência, prestar um inestimável contributo estético à cerimónia, alguém tem de explicar a essa inefável criatura que o 25 de Abril é tanto dele como de qualquer outra pessoa que o festejou e recebeu de braços abertos. Era só o que faltava que não fosse assim! 

sábado, 21 de abril de 2012

Perdoa-lhes a ignorância, Manecas...

NUMA INICIATIVA que até poderia ser engraçada, a revista "Sábado" resolveu esta semana lançar uma edição "retro", ou seja, evocando (mesmo em termos gráficos) os anos 70. Até aqui tudo bem. O pior é quando chegamos à pág. 102 e onde, sob o título "Quem eram os famosos há 40 anos", a revista resolve estabelecer comparações entre os de "então" e os de "agora". E na qualidade de "excêntrico" puseram ao lado do saudoso Manecas Moucelek (um senhor na verdadeira acepção do termo!) nada mais nada menos que esse verdadeiro paradigma da bichice e de um Portugal de quarta ou quinta categoria que dá pelo nome de José Castelo Branco. Não conheço nem sei que idade tem quem assina o texto, mas estou certo que na "Sábado" existe quem saiba que comparar o Manecas a essa criatura é a mesma coisa que confundir a estrada da Beira com a beira da estrada. No mínimo triste...

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Portugal e Guiné-Bissau: uma oportunidade perdida

PARA QUEM conhece minimamente a Guiné-Bissau e a sua realidade, a posição da diplomacia portuguesa relativamente à deposição do Presidente da República interino e do governo daquele país é no mínimo  hipócrita. Ao longo dos anos, Portugal fechou os olhos a tudo o que sucedia naquela antiga colónia - às falcatruas eleitorais, à violência surda, gratuita e muitas vezes "selectiva" que atingiu muitos dos que nos eram mais próximos, aos negócios  feitos à custa dos cargos político-governativos, às relações promíscuas entre o poder e o narco-tráfico. 
Hoje, um grupo de militares apoiado pela esmagadora maioria dos partidos políticos guineenses (à excepção, claro, de um PAIGC caduco e subordinado à lógica das negociatas do seu líder Carlos Gomes Júnior) tomou o poder e, até prova em contrário, pretende restabelecer os alicerces de um Estado que há muito deixou de existir, numa oportunidade única e talvez derradeira de um país que está, desde há anos, à beira de desintegrar-se. E em vez de assumir uma posição simultaneamente equidestante e conciliadora,  Portugal optou por colocar-se inequivocamente ao lado dos que, com uma legitimidade mais do que duvidosa, contribuíram decisivamente para a destruição da Guiné e das suas instituições. As declarações de teor e tom perfeitamente despropositado do  ministro dos Negócios Estrangeiros português, além de mostrarem desconhecimento da realidade e um servilismo perigoso relativamente a Angola e às suas tentações hegemónicas na região, só contribuem para "fechar as portas" a um diálogo em que Portugal poderia jogar um papel determinante. Para trás fica, mais uma vez, uma oportunidade perdida...

Adeus, ó vai-te embora...

AINDA A propósito de futebol... Parece que ao fim de alguns longos e penosos anos, o chamado "desporto-rei" vai ver-se livre de uma das suas figuras mais reles e manhosas. A criatura em questão dirigiu até agora uma União de Leiria que apenas e só utilizou como instrumento e palco para muitas das suas patifarias, prejudicando tudo e todos, quase sempre como lacaio e moço de recados dos chamados "senhores" do nosso mundo da bola. Para trás, o sujeito deixa um rasto de tudo o que de podre pode ter o futebol e, também (a situação do clube fala por si...), deixa a penar muito e boa gente que, dentro e fora da cidade, alguma vez decidiu confiar em semelhante personagem. Adeus, ó vai-te embora...

terça-feira, 17 de abril de 2012

Enganado ou conivente?

O REGRESSO de Paulo Pereira Cristóvão à direcção do Sporting (obviamente a conselho do seu advogado) deita definitivamente por terra a tese que Godinho Lopes teria sido enganado pelo seu vice-presidente e permite toda e qualquer especulação sobre o envolvimento do presidente leonino nos tristes episódios imputados a Cristóvão e aos seus sequazes. Aliás seria bem interessante descobrir quais as "armas" usadas pelo vice-presidente de Alvalade para "convencer" os seus pares na longuíssima reunião de ontem.

O "DN" e as saudações...

O JORNALISMO português - e neste caso concreto o "Diário de Notícias" - continua imparável... Ontem, a propósito da entrada em tribunal daquele energúmeno norueguês que responde pelo nome de Andres Breivik, confundiu o erguer do braço direito com o punho fechado com uma "saudação nazi". Palavras para quê?

domingo, 15 de abril de 2012

Passos Coelho fala à "Veja"

"COM VOZ de barítono, que usava para cantar fado em ocasiões privadas" , Pedro Passos Coelho concedeu uma entrevista à edição desta semana da revista brasileira "Veja". São cinco páginas a abrir a publicação e onde o chefe do governo é apresentado pelo jornalista Duda Teixeira como alguém que "vê na crise a oportunidade para fazer reformas e que (...) vai cortar os benefícios sociais de quem não precisa, privatizar estatais e abrir a economia". Uma entrevista onde Passos Coelho não recusa terminantemente a hipótese de Portugal recorrer a um novo resgate: "Creio que não. De qualquer modo o FMI e a União Europeia se comprometeram com uma nova ajuda em dinheiro se no futuro subsistir alguma dificuldade".

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Um patusco, este arquitecto Saraiva...

QUEM CONHECE esse esteio da opinião publicado chamado José António Saraiva já pouco ou nada se surpreende com o teor de muitos dos seus textos, com especial destaque para aquelas "crónicas do quotidiano" (chamemos-lhe assim) que preenchem duas páginas da revista que integra o jornal de que é simultaneamente mentor, investidor, fundador e director. Semana após semana, o arquitecto Saraiva lá se desdobra em (quase sempre) hilariantes textos - sobre sapatos, varandas, cães, aviões, freeshops, num afã próprio de quem quer certamente rivalizar com o "Inimigo Público" ou coisa do género. Vem isto a propósito da onda de constestação que o seu artigo sobre a homossexualidade  gerou um pouco por todo o lado e que dominou mesmo por horas as chamadas redes sociais. Ao que parece, Saraiva acha que os gays são gays pela perniciosa influência de algumas figuras públicas e também como um "fenómeno contestário", vulgo acto de revolta. E vai mais longe, revelando mesmo como é que num elevador consegue identificar a orientação sexual dos seus companheiros de subida (ou descida): "À minha frente, no elevador, está um rapaz dos seus 16 ou 17 anos. Pelo modo como coloca os pés no chão, cruza as mãos uma sobre a outra e inclina ligeiramente a cabeça, percebo que é gay(...)". Eu peço imensa desculpa a quem ficou chocado com o artigo do sempre desconcertante Saraiva, mas para quem - como eu - já leu uma entrevista do arquitecto Saraiva onde este defendeu, para si próprio, a atribuição do Nobel de Literatura(!) ou já o ouviu, em pleno "Expresso" nos idos de 84, afirmar alto e bom som que cada dia mais dava razão à sua mãe quando esta lhe dizia que ele possuía perfil e potencial para ser "um excelente Presidente da República", já nada me espanta. Até porque no fundo, no fundo, o arquitecto é mas é um patusco... 

Já não há "facebook" que lhe valha...

DESDE QUE arribou a Belém e sempre que confrontado com perguntas mais incómodas, Cavaco Silva optou sempre por escapulir-se a responder olhos nos olhos e a remeter os seus interlocutores para o site da Presidência da República ou mesmo para a sua página pessoal no "Facebook" - o que já por si revela bem a irresistível tendência da criatura para tentar "passar entre os pingos da chuva" e fugir ao escrutínio contínuo que o exercício de funções presidencial logicamente o obriga. No fundo, Cavaco sempre preferiu escudar-se num cómodo "cyber-comunicado" ou num aparente desabafo facebookiano a ter de responder a questões que lhe são visivelmente incómodas, como por exemplo as suas relações com o "universo SLN/BPN" ou aquela trapalhada das suas reformas, pensões, salários e subsídios de férias e Natal. Mas hoje, após a sua terminante recusa em esclarecer este último tema - "Já me pronunciei uma vez sobre a situação, nunca mais..." - percebe-se que já não há "Facebook" que lhe valha...

quarta-feira, 4 de abril de 2012

O estado do PS...

QUANDO A principal figura da constestação à liderança de António José Seguro  no Partido Socialista dá pelo nome de José Lello (com dois "éles", eu sei...) e quando uma das "bandeiras" dessa constestação é a repreensão que foi alvo uma deputada cujo curriculo praticamente se resume a ter uma tatoo assinalando a data da legalização dos casamentos gay e ser filha de um senhor que pensa (e bem!), penso que está praticamente tudo dito sobre o estado do maior partido da oposição. 

terça-feira, 3 de abril de 2012

César pela mão de Santos Silva...

O LÍDER socialista açoriano Carlos César acabou de entrar na "corrida" à sucessão de António José Seguro. O responsável por tal chama-se Augusto Santos Silva no seu (sempre inteligente...) comentário no TVI24. 

segunda-feira, 2 de abril de 2012

E agora?

QUEM VIU há pouco António José Seguro no "Jornal Nacional" da TVI a responder ao comentário à primeira vista arrasador de Marcelo Rebelo de Sousa na sua habitual "homília" dominical, percebeu que o melífluo professor meteu "a pata na poça" e utilizou argumentos falsos para justificar uma acusação de "golpada" que, afinal, parece não ter qualquer fundamento. Aceitam-se apostas para saber como é que Marcelo irá "descalçar a bota" no próximo domingo... Será que o professor resistirá a dar a entender quem é que lhe "bichanou" ao ouvido informações não tão fidedignas quanto isso? Cheira-me que lá para os lados da "baixa" há quem ande bastante preocupado com essa hipótese...

Para Portugal, rapidamente e em força...

NÃO É apenas nos sectores financeiro, energético ou de telecomunicações que os capitais angolanos vão a pouco e pouco consolidando e fortalecendo posições. Discreta e paulatinamente, como quem não quer a coisa, o investimento angolano começa a sentir-se nos media nacionais. E de que maneira... Depois do "Sol", da parceria (que mais tarde ou mais cedo pode passar de "parceria" a compra...) com a Ongoing no "Diário Económico" e outras publicações de menor expressão da discreta entrada no capital do diário "i" e da crescente participação (dizem que já rondando os 30 por cento) na Cofina ("Correio da Manhã", "Record" e "Jornal de Negócios"), há quem garanta que Joaquim Oliveira tem já firmado um acordo de princípio com investidores angolanos que lhe permitirá "livrar-se" das suas participações na comunicação social, nomeadamente no "Diário de Notícias", "JN" e TSF - todos eles em queda vertiginosa de vendas e audiências. Resta (por enquanto...) a RTP, o grupo do dr. Balsemão, a TVI e pouco mais. Resta saber é até quando...

As voltas que o mundo dá...


HÁ VINTE anos, mais coisa menos coisa e enquanto ministra da Saúde, Leonor Beleza protagonizava uma "guerra" aberta e sem quartel contra os médicos, impondo-lhes regras e colhendo os ódios da generalidade da classe, mas também - diga-se em abono da verdade... - a simpatia  de quem recorria aos hospitais públicos. Agora, em 2012, a presidente da Fundação Champalimaud, apresta-se a receber o doutoramento honoris causa na Faculdade de Medicina de Lisboa. De facto, a vida dá (mesmo) muitas voltas!