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quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Dilma e os evangélicos

REINA GRANDE apreensão nas hostes do PT brasileiro. Mais que os sucessivos escândalos que têm abalado a até agora irrepreensível campanha de Dilma Rousseff, o facto de dois destacados pastores evangélicos terem vindo a terreiro (com uma carta aberta e tudo) pedir aos seus fiéis que não votassem na candidata oficial. O receio que este facto, somado a uma significativa deserção de algumas "elites" para as hostes de Marina Silva (e que curiosamente é evangélica), possa obrigar a uma segunda volta, já levou o próprio Lula a protagonizar alguns anúncios televisivos em horário nobre em que, aparentemente a despropósito, defende a liberdade religiosa.

O crime compensa...

EMBORA NÃO tenha rigorosamente nada a ver com isso (para além do facto de ser desde sempre leitor do "Diário de Notícias", salvo um período em que me abstive de comprar o matutino para me poupar a algumas peças supostamente de investigação e que só revelavam o carácter acanalhado de quem as escrevia ou inspirava...), não consigo entender como é que alguém que foi o "coveiro" de um diário do grupo Controlinveste há pouco desaparecido passou agora a integrar a direcção do jornal. Será que porque dá sempre jeito um "pecêzito" para compor o ramalhete?

domingo, 26 de setembro de 2010

Brasil (III) - Nomes a ter em conta

NOMES A ter em conta no futuro político próximo no Brasil: Aécio Neves, antigo governador de Minas Gerais e que, desde há alguns anos, não esconde o desejo de ser candidato pelo PSDB; Eduardo Campos, governador de Pernambuco, cuja reeleição deverá contar com 70(!) por centos dos votos, presidente do Partido Socialista (PSB) e a quem, consta, Lula gostaria de ter visto como "vice" de Dilma; Fernando Pimentel, antigo prefeito de Belo Horizonte e que poderá vir a ser um dos "homens-fortes" do futuro governo brasileiro; e Lindberg Farías, futuro senador pelo Rio, antigo presidente da UNE (União Nacional de Estudantes) e líder dos famosos "caras pintadas" que, nas ruas, contribuíram decisivamente para a queda do presidente Collor. Curiosamente, Aécio Neves e Eduardo Campos são netos de dois nomes que "marcaram" a política brasileira na segunda metade do século passado - Tancredo Neves e o socialista Miguel Arraes.

Brasil (II) - Um debate que pode ser decisivo

APESAR DOS sucessivos escândalos (e são mesmo sucessivos!) que têm surgido nas últimas semanas, o PT brasileiro prepara-se para conseguir eleger Dilma já na primeira volta. As sondagens tem reflectido apenas de "raspão" todos os imbróglios que têm "salpicado" o governo de Lula e apesar de tudo Dilma tem conseguido manter a sua percentagem acima dos 50 por cento. E curiosamente os poucos votos que tem perdido têm sido captados por Marina Silva e não pelo seu directo adversário José Serra. Dá-se mesmo o caso de em Brasília e no Rio de Janeiro o candidato do PSDB surgir na terceira posição na indicação de voto... Por isso, o debate da Globo na próxima quinta-feira pode ser a última chance que os adversários de Dilma possuem em obrigá-la a ir a uma segunda volta. Se a prestação da candidata do PT não for a melhor e não conseguir sair a contento da natural barrage a que vai ser sujeita pelos seus oponentes nesta "corrida" ao Planalto, poderá ter lugar a segunda volta. Mas se isso ocorrer, será apenas porque Marina alcançar os 15 por cento, não por qualquer subida de Serra, cujas indicações de voto teimam em não ultrapassar os 28 pontos...

Brasil (I) - O futuro de Lula

PODE SER que me engane, mas não me surpreenderia se Dilma Rousseff trilhasse o seu próprio caminho a partir do momento em que subisse a rampa do palácio do Planalto e "descolasse" muito mais rápida e profundamente do seu "padrinho" Lula do que se possa imaginar. Penso mesmo que aqueles que dão como garantido que, em 2014, Dilma prescindiria de uma hipotética reeleição para "abrir caminho" ao regresso do ainda presidente brasileiro estão na iminência de enganarem-se redondamente. É natural que a partir da sua mais do que previsível vitória eleitoral, a futura chefe de Estado brasileira ganhe ainda mais "corpo" e peso político. E por muito que deva a sua eleição a Lula (e deve!), o facto é que os votos pertencem-lhe, ainda para mais se eleita à primeira volta - coisa que Lula nunca conseguiu, mesmo na sua reeleição em 2006...
Acrescido a tudo isto, não nos podemos esquecer de muitos ilustres "petistas" a quem, de uma maneira ou outra e apesar de muito lhes dever, Lula foi progressivamente afastando e que hoje em dia estão progressivamente recuperando peso e espaço políticos. Estou a falar de José Dirceu e António Pallocci, dois dirigentes do PT que ajudaram a criar Lula e que foram, na prática, suas "vítimas" e do seu "síndroma de eucalipto", que é como quem diz da forma como o presidente brasileiro, nestes oito anos de mandato, "secou" tudo à sua volta...
É indiscutível que Lula ficará na história do Brasil, a par de Getúlio ou de um Juscelino, O que já é mais discutível é que seja "trigo limpo" que, como muitos dão como certo, ele regresse quando muito bem entender. A ver vamos...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Carrilho: uma demissão que pecou por tardia

FINALMENTE ESTE governo decidiu demitir Manuel Maria Carrilho como representante permanente junto da Unesco. Aproveitando um habitual movimento diplomático que abrangeu mais sete ou oito missões diplomáticas portuguesas no estrangeiro, Sócrates finalmente afastou o ex-ministro da Cultura que, naquelas suas "birras" que lhe são tão habituais, já veio a público deixar a entender que teria sido vítima de perseguição política na sequência de uma entrevista alegadamente crítica que teria concedido ao "Expresso". A verdade é que Carrilho já deveria ter sido "corrido" há muito tempo, mais concretamente desde 22 de Setembro do ano passado quando, contrariamente às instruções recebidas de Lisboa, recusou-se a votar no egípcio Farouk Hosni para director-geral do organismo junto do qual representa o governo de Lisboa. Era preciso tanto tempo para mandá-lo regressar? E já agora: a tal entrevista ao "Expresso" foi precedida de algum pedido de autorização ao palácio das Necessidades, tal como o regulamento exige a qualquer diplomata em funções? É que isso de se armar em vítima sempre foi um dos atributos desta manhosa e patética versão de Jack Lang...

A "Veja", o cangaceiro e... Lula

NO BRASIL, a verdadeira oposição ao PT, ao governo Lula e consequentemente à inevitável eleição de Dilma Rousseff, não é feita pelo cada dia mais debilitado PSDB, mas sim pela generalidade da chamada "imprensa de referência", com especial destaque para a revista "Veja" e para o diário "Folha de S.Paulo". Mas enquanto o matutino paulista ainda "disfarça" minimamente a sanha anti-lulista, a "Veja", essa, não perde a oportunidade de, por tudo e por nada, arranjar maneira nem que seja para "alfinetar" Lula. Um exemplo flagrante dessa verdadeira obsessão é uma pequena nota publicada na penúltima edição, onde na secção "Panorama", a revista noticia a morte, aos 100 anos de idade, do último integrante do bando da famoso cangaceiro Lampião, verdadeiro "terror" do Nordeste brasileiro nas décadas de 20 e 30. E segundo a "Veja", o defunto chamar-se-ia "António Inácio da Silva", o que obviamente levava quem lesse a discreta nota a relacionar com Luís Inácio da Silva, o nome completo do actual presidente brasileiro... "Que divertida coincidência", seria a lógica reacção, não é? Só que, nessa mesma semana, outra revista - a "Isto É" também noticiava numa pequena nota muito semelhante à da "Veja" a morte do companheiro de Lampião. Mas as semelhanças entre um e outra nota acabavam quando se lia, segundo esta revista, o nome do último cangaceiro, que não era nem Inácio, nem Silva, mas sim... José António Souto! Só faltou mesmo a "Veja" revelar que o "nome de guerra" de Lampião era "Dilma"...

sábado, 11 de setembro de 2010

Um palhaço chamado Gilberto

VAMOS LÁ, de uma vez por todas, chamar "os bois pelos nomes". Há anos agarrado que nem lapa ao lugarzinho de presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Gilberto Madaíl, arrisca-se a ficar na história daquela pobre instituição como o maior palhaço que alguma vez por lá passou. Eu repito: pa-lha-ço. Assim mesmo! Só que este palhaço não é dos que faz rir. Tão-pouco faz chorar, porque nem para isso é competente. Verdadeiro protótipo do "energúmeno" nacional, protagonista de tristes histórias que chegaram a ter as estradas aveirenses como palco, esta estranhamente alourada personagem tem, a bem do decoro e da decência, ser rapidamente "corrido" da cadeira que ocupa e onde a incompetência, a cobardia e o oportunismo foram as marcas de um "consulado" que teima em não chegar ao fim e que envergonha quem é adepto de futebol.
Temo a sucessão, tais os figurões que se perfilam para abocanhar o lugar, com especial destaque para um pateta potencial e eterno candidato a tudo o que é lugar - mas para já o que quero ver é a presidência da FPF livre deste palhaço sem vergonha na cara. Depois logo se verá...

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Pior é impossível

ESTAVA EU praticamente a acabar de escrever o último post acerca da inevitabilidade da vitória de Dilma Rousseff à primeira volta e eis que, com uma natural "ajuda" das cada vez mais anti-lulistas "Veja" e "Folha de S.Paulo" rebenta o escândalo da violação do segredo fiscal da filha do candidato José Serra. Um escândalo e... pêras, daqueles com todos os ingredientes precisos para inverter uma tendência de voto, para causar "estragos" de monta junto da vitoriosa campanha da ex-chefe da Casa Civil de Lula - desde uma procuração falsificada até um militante do PT metido até aos cabelos nessa "embrulhada", passando por umas desculpas manhosas e esfarrapadas dos responsáveis da Receita Federal e eu sei lá mais o quê. Mas não: apesar da violência do programa televisivo de Serra, da verdadeira "barrage" a que imprensa e TV sujeitam Dilma, o PT e até Lula, as sondagens continuam o seu ritmo avassalador, com a opinião pública indiferente a um episódio com contornos muito mal explicados e dando a Dilma uma cada vez mais confortável margem de distância dos seus adversários. Para dar um exemplo: em Brasília, Serra desce tanto que já "disputa" o terceiro lugar na corrida presidencial com Marina Silva. Pior é (mesmo) impossível...

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

A um passo da vitória na primeira volta


QUANDO HÁ uns meses alvitrei neste espaço que Dilma Roussef poderia vir a ganhar as presidenciais brasileiras logo à primeira volta, existiu logo quem se apressasse a comentar essa minha previsão (que mais não era que uma simples suposição de quem gosta de ouvir quem sabe...) como se do maior disparate se tratasse. A verdade é que a pouco mais de um mês da primeira volta das eleições que ditarão o sucessor de Lula, a candidata do PT já ultrapassou os 50 por cento nas sondagens. Até pode ser que até lá - embora nada o faça prever - José Serra consiga encurtar a distância e fazer Dilma descer abaixo da fasquia de metade dos votos expressos nas urnas. Mas cheira-me que vai ser difícil...