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quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Anda (mesmo) tudo a ouvir vozes...

HÁ MOMENTOS em que, como diz alguém meu amigo, acho que decididamente ando a "ouvir vozes". Hoje foi um desses dias. Apesar de não ter comprado jornais, a falta de tempo apenas permitiu-me dar uma rápida vista de olhos pelos títulos de algumas publicações na internet. E chegou-me... Primeiro: "Médica de Vara assalta joalharia". Segundo: "Estaleiros de Viana de Castelo cancelam venda a empresa de Manuel Godinho de 200 quilómetros de cabo eléctrico, apesar de esta ter ganho o leilão(...)". E terceiro, talvez para provar que esta "insanidade" (para não lhe chamar outra coisa...) afinal ultrapassa fronteiras: "Hugo Chávez questiona 'mão' norte-americana nos cancros que atingiram vários presidentes sul-americanos de Dilma Rousseff, Lula, Fernando Lugo, Cristina Kirchner - e ele próprio(...)". Safa!

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Maria Elisa: venham lá mais 150 mil!

REGRESSADO A esta actividade "bloguística" (após uma paragem de três semanas), leio nos jornais que a apresentadora (ou deverei chamar-lhe jornalista?) Maria Elisa prepara-se para - pelo menos pela terceira (!) vez nos últimos anos - negociar a sua rescisão contratual com a RTP. Leram bem: terceira vez! Segundo consta, desta feita sairão dos cofres da televisão pública nada mais, nada menos que 150 mil euros, uma excelente quantia para alguém que, nos últimos anos, tem-se arrastado a apresentar um programa que ninguém vê na RTP-2. Pode-se gostar ou não da D. Maria Elisa (eu decididamente não gosto), mas convenhamos que em matéria de rescisões com a RTP não existe ao cimo da terra quem ensine o quer que seja a esta senhora que sempre soube (ou pelo menos tentou...) estar sempre ao lado de quem manda.

sábado, 3 de dezembro de 2011

O meu amigo dos Algarves...

UM AMIGO meu, há muito radicado em terras algarvias, ligou-me hoje logo pela manhã: "Viste a capa do 'Sol', com o não sei quantos que diz que é o estripador?", perguntou-me. Tinha visto sim, de relance ainda, porque não tinha tido ainda tempo de ler com calma o texto referente à estrambólica manchete do semanário dirigido pelo sempre peculiar arquitecto Saraiva. O meu amigo estava - como sempre - imparável: "Ainda falavam no 'Tal&Qual', lembras-te?". Lembrava... "Na altura ao arquitecto só lhe faltava dizer que 'escarrava' no jornal, que o 'T&Q' era o belzebu dos jornais, lembras-te?". Também me lembrava... E o meu amigo rematou: "Pois é Fafini, um dia destes ainda vou ver o 'Sol' com uma manchete a toda a largura da primeira página sobre uma cesariana de um travesti!". Pois, digo eu...

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Eclipse fotográfico...

COMO QUE por artes mágicas (de vá lá saber-se porque razão...) a exaustiva cobertura fotográfica que documentava a visita do casal Cavaco Silva às obras de remodelação da "residência de Verão" do Presidente da República eclipsou-se da sua página oficial uma semana após o evento em causa. Ficámos assim todos privados de poder constatar o ar deliciado e até deslumbrado de Maria e Aníbal ao observarem o extremo cuidado colocado no restauro do palacete da Cidadela de Cascais que chegou a albergar o Rei D. Carlos. É pena...

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

As confissões de "Boni"


DURANTE ANOS José Bonifácio Oliveira ("Boni") pôs e dispôs durante anos na televisão brasileira, ou melhor dito na todo-poderosa Rede Globo. Homem de confiança de Roberto Marinho, "Boni" foi ao longo de décadas um dos "caras" mais influentes do Brasil. Pertencer ao seu círculo restrito ou somente ter acesso à sua entourage era o sonho de muito político e empresário brasileiro. Há uns anos, "Boni" resolveu abandonar as lides e abrir (com sucesso) um discreto escritório de consultadoria a que inúmeras estações e canais de todo o mundo recorreram. Agora lançou as sus memórias, certamente um dos grandes êxitos editoriais no Brasil durante este ano. Chama-se "O Livro de Boni" e nele o "ex-chefão da Globo" (como é conhecido) revela alguma estórias da sua vida. A destacar, aquela relacionada com o famoso debate entre Lula e Fernando Collor de Mello, nas presidenciais de 1989, onde e apesar do cargo que ocupava na Globo, "Boni" não se coibiu e dar uma "ajudinha" a Collor... Recorda ele numa entrevista há dias: "Eu achei que a briga do Collor com o Lula nos debates estava desigual, porque o Lula era o povo e o Collor era a autoridade", recordou. "Então nós conseguimos tirar a gravata do Collor, botar um pouco de suor com uma 'glicerinazinha' e colocamos as pastas todas que estavam ali com supostas denúncias contra o Lula - mas as pastas estavam inteiramente vazias ou com papéis em branco". Segundo ele, essa foi a maneira de "melhorar a postura do candidato junto ao espectador para que ele ficasse em pé de igualdade com a popularidade do Lula". E rematou: "Todo aquele debate foi produzido - não o conteúdo, o conteúdo era do Collor mesmo -, mas a parte formal nós é que fizemos". Como diz o outro... "quem a verdade conta não merece castigo"!

domingo, 27 de novembro de 2011

Pedro Santana Lopes


NO DIA em que o Fado foi considerado pela Unesco como "património imaterial da Humanidade" e quando certamente vai andar por aí muito boa gente a pôr-se em bicos de pé e a desdobrar-se em entrevistas, convém recordar quem foi o "pai" deste processo - Pedro Santana Lopes. Que ainda hoje, numas curta e despretensiosa declaração à Rádio Renascença, recordava que a ideia tinha partido de MIguel Almeida (seu antigo chefe de gabinete na Câmara Municipal de Lisboa) e de Sara Pereira (directora do Museu do Fado) e que posteriormente Mariza e Carlos do Carmo tinham sido convidados por ele a serem os "embaixadores" deste projecto. 

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

António Ramalho Eanes


NO DIA em que se cumprem trinta e seis anos após o "25 de Novembro" e antes que surja o inefável Lourenço a tentar colher os louros que não lhe pertencem, aqui fica a homenagem devida a um homem a quem o País muito deve: António Ramalho Eanes.

"Barrela", precisa-se!

SEM QUERER questionar o direito daquela meia-dúzia de auto-proclamados "indignados" permanecerem "acampados" naquele pequeno larguito entre a escadaria da Assembleia da República e a Fundação Mário Soares, era capaz de não ser má-ideia que, de vez em quando, António Costa mandasse os serviços camarários dar uma "barrela" ao espaço eleito por quem, desde Outubro, ali pacientemente se manifesta.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O casal "contentinho da silva"

NÃO É segredo para ninguém que, por vezes, o casal Cavaco Silva não resiste a um certo deslumbre, que é como quem diz a deixar-se seduzir pelo poder e sua liturgia. "Estórias" não faltam - umas verdadeiras, outras falsas, outras que apenas pecam por algum exagero por  parte de quem as conta. E diga-se em abono da verdade que a maioria dessas "estórias" até têm como protagonista aquele verdadeiro paradigma de um certo intelectualismo de trazer por casa que dá pelo nome de Maria Cavaco Silva, a quem apontam (sabe-se lá se injustamente...) um verdadeiro e irresistível fascínio por estas coisas relacionadas com o poder - e não o próprio Cavaco Silva, que nestas coisas dizem (coitado...) não passar de um "pau mandado". Mas vem tudo isto a propósito da cerimónia que ontem teve lugar em Cascais e que, sob o "disfarce" de visita às obras de remodelação do Palácio da Cidadela e de inauguração de  exposição intitulada "Jogo da Glória", não foi mais do que a visita do casal Cavaco a um palacete que desde os tempos do Rei D. Carlos serve como "residência de Verão" do chefe de Estado e que agora, por "obra e graça" do erário público, foi palco de uma profunda obra de reabilitação de forma a poder servir o fim a que é destinado há mais de um século. Ninguém contesta a necessidade da obra em causa, o que sim espanta é que em tempos de "austeridade digna" (e aqui cito o próprio Presidente da República), o casal presidencial não tenha tido o bom-senso e a maturidade de, pura e simplesmente, poupar o País a mais um exercício de bacoco e triste deslumbre. E para que não restem dúvidas sobre o ar "contentinho da silva" de Maria e Aníbal ao visitarem aquele que pode vir a ser o seu refúgio de fim-de-semana, aqui fica o link da reportagem fotográfica publicada no site da Presidência da República - http://www.presidencia.pt/?idc=10&idi=59496.

Pedro Passos Coelho


NUNCA TENDO sido um grande entusiasta de Pedro Passos Coelho, tenho que reconhecer que a prestação do primeiro-ministro desde que tomou posse tem-me surpreendido agradavelmente. Mais que qualquer outro membro do governo, Passos Coelho tem conseguido mostrar ao longo destes meses um "calo" que, à partida, não seria de esperar por parte de quem pouca ou nenhuma experiência possui nestas andanças. E principalmente tem mostrado à saciedade uma calma e serenidade que só é possível a quem está bem-intencionado. E é exactamente essa a imagem que o chefe do governo tem conseguido transmitir - a de um homem bem-intencionado, sério e que dificilmente esconde alguma amargura por ser obrigado a protagonizar medidas que obviamente preferia não ter de assumir. Se as coisas lhe correrem bem (que é como quem diz, se todo este esforço de austeridade resultar de facto num "arrumar de casa" e ficarem criadas as condições para que o nosso País possa encarar a segunda metade desta década com outra expectativa), Passos Coelho ficará na história. Possivelmente por não ter pretensões a ser mais do que um homem comum e não surgir aos olhos dos portugueses como "o salvador". Porque de pretensos e supostos "salvadores", estamos nós fartos! 

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Alô Horta Seca, aqui Bruxelas...

DO MESMO modo que percebo (e sei...) a influência que Marques Mendes exerce no Ministério da Administração Interna, onde só o jovem e ao que me dizem eficientíssimo secretário de Estado Lobo d'Ávila escapa à "tutela" do antigo líder do PSD, "cheira-me" que no super-ministério da Economia, o controverso Álvaro Santos Pereira anda muito pouco imune a recados, pedidos e pressões da dupla Durão Barroso-José Luís Arnaut, desde sempre muito cúmplices no que diz respeito à colocação de pessoas da sua confiança pessoal e política em lugares dito "sensíveis".  

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

En hora buena...

DESCONHEÇO SE Mariano Rajoy vai ser, ou não, o presidente do governo que a Espanha necessita. Pelos vistos, os espanhóis acham que sim... Pode-se gostar muito, pouco, tudo ou nada deste (in)carismático líder do PP, mas numa coisa todos têm de estar de acordo: que extraordinária capacidade de resistência e perseverança Rajoy possuiu ao longo destes sete anos, acumulando sucessivas derrotas e desaires eleitorais, mas nunca "deitando a toalha ao chão"!  Nem que seja por isso, que não lhe falte "suerte"...

quarta-feira, 16 de novembro de 2011

Paulo Portas: "na mouche"!

O SEU a seu dono: reconheça-se que a mini-reformulação da rede diplomática e consular hoje anunciada por Paulo Portas e em que, entre outras medidas, são "encerradas temporariamente" 7 embaixadas (Andorra, Bósnia-Herzegovina,  Estónia, Letónia, Lituânia, Malta e Quénia), primou pela racionalidade e pela lógica. De notar também o facto do embaixador em Paris passar a acumular a chefia da nossa representação na Unesco e do representante em Viena, assumir igualmente idêntico cargo junto da OSCE. Na mouche...

Puxar a brasa à sardinha...



A UIPT (União Internacional dos Transportes Públicos) distinguiu o filme concebido pela Duda Portugal para assinalar os 50 anos do Metropolitano de Lisboa com o Marketing Award para o "melhor filme" produzido no ano de 2010.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Mais do mesmo...

O JULGAMENTO do já célebre "caso Face Oculta" já entrou na segunda semana e ninguém me tira da cabeça que aquilo "vai acabar em nada". Minto... vai acabar com as contas bancárias dos nossos principais escritórios de advocacia um bocadinho (para não dizer um bom bocado...) mais "confortáveis". É como diz um amigo meu: "Aquilo só interessa mas é às grandes superfícies de advocacia!" Pois...

Cassius Clay: um verdadeiro campeão!


QUEM AINDA se lembra da enorme rivalidade entre Joe Frazier e Cassius Clay (depois Muhhamad Ali) não pode ter ficado indiferente à inesperada presença de um cada vez mais debilitado Ali no velório daquele que foi o seu grande adversário no início dos anos 70. Apesar de visivelmente afectado pela doença de Parkinson, aquele que foi o maior boxeur de todos os tempos não hesitou em ir render a homenagem a Frazier, num gesto que só demonstrou a grandeza de um homem que sempre soube ser diferente na sua forma de estar na vida. Um verdadeiro campeão!

A ministra e o bastonário

HÁ UNS meses (poucos), quando vi o bastonário da Ordem dos Advogados elogiar a indigitação de Paula Teixeira da Cruz como ministra da Justiça, não resisti a mostrar a minha estupefacção pela efusiva reacção de António Marinho. Hoje após o amuo público entre bastonário e ministra, com esta última publicamente a "metê-lo na ordem", só posso dizer que o tempo me deu razão...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O Cassiano Arnaldo

A ESTUPIDIFICAÇÃO grassa neste País a olhos vistos. Parece que, incomodado pelos mais do que naturais assobios, vaias, apupos e um laser com que os adeptos bósnios brindaram a selecção portuguesa à sua chegada aquelas paragens, o rapazolas (a quem ainda ouvi recentemente ouvi a dupla Aldo Lima e Francisco Meneses apelidarem deliciosamente de "Cassiano Arnaldo"...) mais uma vez não aguentou a pressão e lá teve de fazer vir ao de cima a grunhice, imbecilidade e má-educação que o caracteriza, espetando o dedinho do meio em direcção a quem naturalmente o provocava - ainda para mais sabendo e conhecendo a sua susceptibilidade. Mas se é verdade que já nada espanta no energúmeno em causa (que recentemente até se comparou - ele mesmo - a um Ferrari ou a um Porsche, ou lá o que foi!), o que sim continua a surpreender é a celeridade e destaque que os nossos jornalistas dão a uma atitude que tem tanto (ou mais) de condenável que a natural indignação de meia-dúzia de "índios" adeptos de uma selecção qualquer e que resolvem assobiar e insultar o "artista" da equipa adversária. Tão mal esteve o garoteco como quem deu a importância a mais uma das suas atitudes imbecis. Ai, que saudades dos Figos e Cia., porventura ainda mais causticados pelos adeptos das equipas adversárias e que, serena e educadamente, sempre se comportaram como "senhores" dentro e fora do campo! 

quinta-feira, 10 de novembro de 2011

Magno e o burro...


POR ENGANO (aliás só poderia ser mesmo por engano...) comprei hoje a  "Visão". E apesar de considerar que a revista com que o dr. Balsemão gosta de "piscar o olho" a uma certa esquerda é um verdadeiro ninho de cabotinos e idiotas (salvo raras excepções - as tais que confirmam a regra...) lá me atrevi a dar uma olhadela a um ou outro texto. Deti-me então  no perfil de Carlos Magno, que está a ponto de ocupar a presidência da Entidade Reguladora da Comunicação Social e que, apesar de ter sido durante anos um verdadeiro "bombo da festa" dos seus colegas de ofício, foi sempre alguém por quem nutri alguma simpatia - quanto mais não fosse exactamente pelo facto de em tempos ter sido "moda" em certos círculos fazer "tiro ao Magno"...  Podia-se (ou pode-se) concordar, ou não, com o Carlos Magno, mas a verdade é que ele sempre pensou pela sua cabeça, nunca se preocupou em alinhar em folclores ou adoptar posturas "politicamente correctas". Que às vezes era um bocadinho ridículo? 'Tá bem - e quem não é (ou foi)? Que não escondia as suas simpatias políticas? Ainda bem! Bom, mas adiante... Vem isto a propósito de um episódio que a páginas tantas é contado sobre um "famoso" burro que, nos idos de 1995, foi entregue na redacção do Porto do "Expresso", onde então Magno era figura de proa. Conta o próprio que o jumento em causa lhe teria sido oferecido porque ele teria descoberto que os rapazes da JSD inscreviam falsos militantes, de forma a alterar os cadernos eleitorais do PSD. Não, não foi por isso. O dito asno, comprado a uns ciganos que estavam acampados lá para os lados de Francelos, foi oferecido (e entregue na redacção da Av. Júlio Dinis) a Carlos Magno por uma razão completamente distinta - tão só e apenas pelo tom "desabrido" com que este, aos microfones da TSF, tinha comentado a apresentação da proposta de  programa de governo que o então candidato a primeiro-ministro Fernando Nogueira tinha feito naquela manhã no Hotel Ipanema Park, no Porto. Quais militantes falsos, quais quê! E mais: nem o burro estava "de boa saúde" (as pulgas eram aos milhares...), nem a funcionária do "Expresso" que abriu a porta e ficou com o animal na mão era mulher de qualquer secretário-geral do PSD - diz a revista que de Rui Rio. Não... O secretário-geral laranja de então chamava-se Azevedo Soares (cuja alcunha de "Comandante Zero" dizia tudo sobre a sua sagacidade) e Rio era apenas e só um excelente e trabalhador (diga-se de passagem) candidato a deputado pelo círculo do Porto. Escreve, conta (e diz) quem sabe! E já agora: Carlos, um abraço e boa-sorte!

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Air Cavaco



AINDA NÃO eram oito da manhã e o meu telefone já tocava. Do outro lado da linha, um amigo meu não escondia a sua irritação: "Já viste isto do Cavaco?!", perguntava-me furibundo. Ainda meio (para não dizer muito...) ensonado, fui lentamente abrindo os olhos e tentando perceber onde é que este meu amigo, sempre muito bem informado e extremamente atento, queria chegar. E vou ser sincero: quando percebi, ou seja quando ele me contou, e sendo verdade, a minha vontade foi virar-me para o outro lado e tentar voltar a dormir - isto só para pensar que o "filme de terror" que me tinha sido descrito não passava de um sonho mau (pesadelo, na verdadeira acepção do termo). Garante-me ele que, apesar da "austeridade digna" apregoada a sete ventos pelo Presidente da República, este vai deslocar-se até aos Estados Unidos liderando uma delegação de 30 e não sei quantas (!) pessoas... Isso mesmo, trinta e não sei quantas pessoas! Mais: e para deslocar-se de Nova Iorque ou Washington (não sei bem) para São Francisco, Cavaco Silva chegou mesmo ao ponto de fretar um avião especial que lhe poupasse fazer o coast to coast num normal e vulgar vôo de carreira. A ser verdade, de facto em Belém andam a brincar com coisas sérias!

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Será desta que vem aí o banheiro?

O SIMPÁTICO prof. Marcelo Rebelo de Sousa faz-me lembrar aqueles jogadores de futebol que, aos dezoito anos prometem mundos e fundos; aos vinte e pouco ganham o estatuto de "eterna esperança"; e a partir dos trinta são apontados como tendo passado ao lado de uma grande carreira - isto apesar do talento, da capacidade atlética e da vontade em triunfar que alguma vez demonstraram. Pois é, o prof. Marcelo é um desses jogadores que nos habituou a agarrar a bola, a fintar três e quatro e, quando em frente da baliza,  chutam uma "bojarda" para o terceiro anel ou, desastrada e pifiamente, estatelam-se no chão após fintarem-se a... eles próprios. 
Ao prof. Marcelo inteligência não lhe falta e esperteza (essa...) sobra-lhe a rodos, a tal ponto que às vezes até lhe é prejudicial. Desde muito novo quis ser tudo, foi ou esteve perto de ser isso tudo, mas também deitou (quase sempre) tudo a perder. Na política Influenciou como poucos, manobrou e condicionou às vezes genialmente, mas quando chamado a cargos que implicavam responsabilidade e serenidade, por um motivo ou outro espalhou-se ao comprido. Foi ministro sem honra e glória de Balsemão (triste sina...); liderou o PSD num momento de ressaca de excesso de poder e deu-se mal sendo obrigado a sair com o rabo entre as pernas; tentou ser presidente da Câmara de Lisboa e levou um autêntico "banho"; enfim, coleccionou uma série de desaires que fizeram dele eleitoral e politicamente um looser. A partir de certo momento, o sonho de ser primeiro-ministro tornou-se um pesadelo  e a imagem do palácio de Belém começou a povoar-lhe as noites e a condicionar-lhe o quotidiano. Reforçou a imagem do professor super-competente "amado" pelos alunos, criou um estilo televisivo de comentário político herdado das "velhinhas" notas que dava aos domingos na TSF e que usa descaradamente como uma "ferramenta" essencial na sua estratégia para alcançar a praça do Império. Só que os anos passam, as análises do prof. Marcelo começaram a ser demasiado previsíveis e "direccionadas". Resultado? As pessoas optaram, pura e simplesmente, por ignorar as suas aparições televisivas, por mais publicitadas e promovidas que possam ser. Ou seja: antes o País parava para ouvir o prof. Marcelo; hoje o País paga (nem que seja a Sportv...) para escapar às suas "manhosices" que, verdade seja dita, são quase sempre tão inteligentes quanto divertidas.
De há uns tempos a esta parte, o simpático professor começou a exagerar na previsibilidade e no calculismo, tentando agradar atabalhoadamente a tudo e a todos e transformando o seu espaço dominical na TVI assim numa espécie de ante-câmara de uma hipotética comissão de honra de uma suposta e desejada candidatura presidencial. A pouco e pouco, o comentador vai dando lugar ao entrevistador, convidando tudo o que possa alegadamente agradar aos espectadores (e potenciais futuros eleitores) para serem desastradamente (diga-se em abono, que para isso o professor tem pouco jeito...) questionados. Pedro Abrunhosa já lá foi bater com os costados, Rui Veloso idem aspas, dizem-me que o seleccionador Paulo Bento também já foi ao "sacrifício" e tenho um amigo meu que, depois de ver recentemente o prof. Marcelo a entrevistar o padeiro (sim, leram bem: o padeiro!), quer apostar comigo que o próximo a sentar-se  na terceira cadeira do estúdio de Queluz de Baixo vai ser o banheiro da praia da Conceição, agora que a época balnear acabou e o rapaz anda sem nada para fazer... Será?

A não perder!

http://origin.revistapiaui.estadao.com.br/blogs/herald/internacional/crise-europeia-anuncia-turne-pelo-brasil

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

TV's ao rubro

VAI SER muito interessante seguir com particular atenção a evolução do nosso panorama televisivo. Especialmente desde que é notório algum "desconforto" entre algumas figuras de topo do grupo Ongoing, grupo esse que parece definitivamente fora da "corrida" à privatização da RTP e cada vez mais interessado (e obrigado...) em desfazer-se da sua participação no capital da SIC. Angolanos na RTP e TV Record (leia-se IURD...) na SIC? E José Eduardo Moniz? Ficará na Ongoing? Balsemão terá finalmente capacidade para ir buscá-lo? Ou será que os angolanos vão-se adiantar e Moniz regressará a uma casa onde foi feliz? No mínimo, interessante...

Pois...

AO SABER que o governo grego tinha demitido todas as chefias militares, lembrei-me de um dos argumentos que, há vinte e muitos anos, ouvia repetidamente para justificar a adesão de Portugal  à então CEE: "A partir do momento que estivermos integrados na Europa, é impossível ocorrer qualquer pronunciamento ou golpe militar". Pois...

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O paradigma da sonsice

LEIO NO diário "i" que esse paradigma da sonsice que responde pelo nome de Jorge Sampaio, num dos seus habituais assomos de pífia indignação, resolveu criticar as alegadas "fugas de informação" no Conselho de Estado - no caso concreto umas (reconheça-se...) extemporâneas declarações do conselheiro Bagão Félix em Março último. Estes lamentos de quem foi chefe de Estado e pautou os seus longos dez anos de mandato por contínuas e sucessivas fugas de informação (e algumas de cariz calunioso relativamente a outras figuras do Estado, diga-se de passagem...), recadinhos e "segredinhos" da sua entourage para tudo o que era jornalista, mostra bem de que massa é feito essa criatura e ao ponto que pode ir o seu cinismo e  hipocrisia. 

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Coisas que me fazem muita espécie... (II)

OUTRA COISA que me faz "muita espécie" é porque raio de razão é que o Presidente da República vai até ao Paraguai liderando uma comitiva de 23 pessoas... Leram bem... 23/(!) pessoas para participar na 21ª Cimeira Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo que se realiza este ano durante dois dias em Asunción. Não se questionando obviamente a presença da sua inseparável Maria Cavaco Silva, do médico, de 2 ou 3 assessores e outros tantos seguranças e quando muito de um auxiliar administrativo, não consigo perceber como é que se consegue levar tanta gente num séquito presidencial. Ainda por cima numa altura em que o próprio Cavaco Silva defende uma "austeridade digna" e em que o primeiro-ministro, exactamente para a mesma deslocação, apenas se fará acompanhar de dois assessores e um segurança...

Coisas que me fazem muita espécie... (I)

CONFESSO QUE estas coisas da economia e dos bancos não são propriamente o meu forte. Mas há coisas que acontecem neste país que "metem-me muita espécie"... Há uns quatro  ou cinco anos, o "homem-forte" do BPI garantiu aos seus accionistas que o preço de 7 euros por acção que então o Millennium BCP oferecia era escasso e comprometeu-se, repito, comprometeu-se com os mesmos accionistas a garantir-lhes uma política de dividendos bastante atractiva. Hoje, cada acção do BPI deve valer pouco mais de 50 cêntimos. E Fernando Ulrich continua impávido e sereno à frente do BPI e sem que ninguém aparentemente o "chame à pedra"...  Alguém consegue explicar-me tudo isto?

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Eu percebo...

EU PERCEBO que Francisco Balsemão esteja aflito. Sem "herdeiros" no verdadeiro sentido do termo, com uma política de programação que, por muitas voltas que dê, não consegue afirmar-se, a sua SIC vai desvalorizando-se de dia para dia e hoje é praticamente invendável - ou melhor, dificilmente encontrará alguém que esteja disposto a dar mundos e fundos por uma estação que já melhores dia; eu percebo que Balsemão receie, um dia destes, ver-se obrigado vender a SIC ao desbarato, nem que seja para salvar aquilo que é, apesar de tudo o ex-libris do seu grupo editorial: o "Expresso"; eu percebo que Balsemão dê urros quando percebe que o Estado vai mesmo privatizar um canal da RTP e permitir que entre mais um player no mercado; eu percebo que Balsemão fique à beira de um ataque de nervos quando o governo anuncia que o canal que continuará nas mãos do Estado poderá ter 6 minutos de publicidade por hora de emissão; eu percebo tudo isso... Só não percebo é que o dr. Balsemão perca a razão e as estribeiras quando afirma alto e bom som que o propósito do governo em privatizar um dos canais da RTP é "acabar com os operadores privados"... Até lhe fica mal!

domingo, 23 de outubro de 2011

Um recado para um imbecil

CONSIDERO O 25 de Abril como um dos dias mais felizes da minha vida. Revejo-me totalmente nos ideais e na pureza que moveram grande parte dos que foram determinantes na queda de um regime já caduco, extenuado e que insistia em sobreviver à custa de uma obstinação que diariamente contribua para definhar um País que reclamava mudança. Sou dos que me sinto grato a quem foi responsável por ter permitido que visse concretizado os valores em que sempre fui educado - isto independentemente de alguns excessos que possam ter sido cometidos e de alguns desvios que, muitas vezes por deslumbre e inexperiência, alguns desses homens protagonizaram. 
Ainda há alguns meses tive oportunidade de, neste blog, homenagear um senhor: o tenente-coronel Vítor Alves que, contrariamente a muitos outros que não resistiram à vaidade bacoca,  nunca reivindicou louros, nem tão-pouco fez (ou tentou) fazer negócios à sombra e por conta da importância histórica que inegavelmente possuiu. Vem isto (muito) a propósito de uma série de imbecilidades que um cretino que dá pelo nome de Vasco Lourenço e que se julga "dono e senhor" do 25 de Abril (e até - pasme-se - do 25 de Novembro...) resolveu, hoje ou ontem, deitar da boca para fora. Por uma questão de higiene e também porque essa  criatura não merece sequer que lhe transcrevam sequer um dos seus habituais e múltiplos "épás!" não vou perder tempo em reproduzir as suas mais recentes bacoradas. Não resisto - isso sim! - a perder algum tempo a escrever este post, porque acho que já é tempo que alguém mande o sr. Lourenço à merda. 

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Elegância vs. manhosice

ACABEI DE ouvir em directo as palavras de Pedro Passos Coelho na Covilhã. E para além de ter apreciado o tom cordato e racional do seu discurso, constatei que, de facto, a elegância é a melhor arma ou resposta a quem se tornou um expert na manhosice...

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O "indignado de luxo"


NOS ÚLTIMOS tempos e sempre que oiço o Presidente da República vem-me à memória a famosa "tia do Solnado", aquela senhora que "gostava muito de dizer coisas" - lembram-se? Pois é... definitivamente Cavaco Silva é uma versão masculina e actualizada da familiar imortalizada por Raul Solnado num delicioso sketch que ficou célebreMais: quando devia estar calado, fala; e quando devia de facto falar, não abre a boca. Vindas de quem vem, possuindo ele as responsabilidades que possui, as suas últimas declarações sobre o Orçamento de Estado são no mínimo infelizes. Já não digo por serem objectivamente críticas do documento, mas porque vem dar um inestimável contributo aqueles que, dentro do PS, defendem o voto contra. Mais uma vez - e começam a ser demais! - Cavaco Silva teve um comportamento que roça a irresponsabilidade e que mostra que mais que o País, o que a ele de facto lhe interessa e move é pura e simplesmente o colocar-se em "bicos de pés" - vá lá saber-se porque razão. Pelos vistos, hoje em Belém, não temos um Presidente da República, mas sim "um indignado de luxo"...

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Francisco Seixas da Costa

CERTAMENTE POR lapso - até porque o assunto a que se refere nunca foi abordado neste blogue, nem através de algum post ou sequer de qualquer comentário - o embaixador Francisco Seixas da Costa solicitou por mail que fosse transcrita uma carta que enviou ao jornal "Correio da Manhã" a propósito de uma alegada sua intervenção na admissão do ex-primeiro-ministro no Instituto de Estudos Políticos em Paris. Apesar disso, aqui fica o esclarecimento do embaixador de Portugal em França:
"O “Correio da Manhã” publicou, na passada semana, uma notícia relativa à admissão do Engº José Sócrates no Instituto de Estudos Políticos, na qual se afirmava que o embaixador de Portugal em França “mexeu e remexeu os cordelinhos para permitir a entrada do ex-chefe do governo na universidade”, após uma suposta “terceira recusa” à sua admissão.
Isto não corresponde à verdade. Nunca me foi pedida, nem eu levei a cabo, qualquer diligência para facilitar o acesso do Engº José Sócrates ao Instituto de Estudos Políticos, nem nunca chegou ao meu conhecimento que tenha havido qualquer dificuldade na respetiva admissão naquela escola.
No que me toca, e sobre este assunto, os factos são muito simples e não admito que sejam contestados.
Em inícios de Julho, o antigo Primeiro-Ministro contactou o embaixador de Portugal, porque gostaria de obter uma informação sobre os cursos existentes em Paris, numa determinada área académica que estava a pensar frequentar. Como na altura veio publicado na imprensa portuguesa, foi-lhe proporcionado um contacto com dois professores universitários, que melhor o poderiam elucidar sobre o assunto. A intervenção do embaixador de Portugal neste processo começou e acabou ali.
Só no final de Agosto, quando regressei a Paris, é que vim a saber que o Engº José Sócrates havia escolhido aquela escola e que nela fora admitido."

sábado, 15 de outubro de 2011

Atenção...


AINDA NÃO há muito tempo, a Cofina esteve a ponto de adquirir uma significativa percentagem do semanário "Sol". Mas vá lá saber-se porquê o negócio foi por água abaixo e o grupo de Paulo Fernandes resolveu "abandonar o barco", obrigando José António Saraiva a ir encontrar um parceiro (o grupo Score) em terras angolanas. Quase dois anos depois, através da "Newshold", o semanário "Sol" adquiriu discretamente uma participação qualificada de 6,16% no capital da Cofina, detentora do "Correio da Manhã", "Sábado", "Record", "Jornal de Negócios" e "Máxima", entre outros títulos.  No mínimo, curioso...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Desabafo...

NINGUÉM QUE tenha o mínimo de bom senso acreditará que um político possa ter algum prazer em anunciar  medidas restritivas como as que Pedro Passos Coelho comunicou ontem. A última coisa que um político pode desejar é ter de vestir a pele do "lobo mau" e contribuir para a sua impopularidade - só se for louco, irresponsável ou pura e simplesmente um bandido. E a verdade é que não tenho Passos Coelho como um louco, irresponsável ou bandido. Bem antes pelo contrário: apesar de não ser propriamente um entusiasta do seu estilo e de ter sempre possuído algumas reservas tanto nas suas "corridas" à liderança do PSD como na sua recente eleição para primeiro-ministro, tenho-o em conta de uma pessoa com os pés bem assentes no chão, realista, bem-intencionada e séria.
Exactamente por isso estou certo que o Passos Coelho que ontem foi obrigado a ir às televisões anunciar o que anunciou, foi um Passos Coelho contrariado, um Passos Coelho amargurado, um Passos Coelho revoltado até. E também estou certo que do lado de cá dos ecrãs, esteve "muito boa gente" que teve o desplante de apontar-lhe o dedo, de criticá-lo e de o acusar de defraudar quem nele confiou durante a campanha eleitoral. Quem? Exactamente os mesmos que contribuíram de forma decisiva para que o nosso País chegasse a este estado: os loucos, os irresponsáveis, os bandidos! Será que é preciso fazer um desenho?!

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Auto-crítica, pois claro!


ESTA FRASE pertence a Cavaco Silva e foi proferida ontem em Florença durante um colóquio sobre a Europa. Dado não acreditar que o Presidente da República nos considere a todos nós uns tolos, confesso que fiquei surpreendido pela extraordinária capacidade de auto-crítica por parte de quem, até há 17 anos atrás, liderou durante uma década e em plena "euforia europeia" os destinos do nosso País: As causas radicam nas políticas erradas, nomeadamente orçamentais e macroeconómicas, seguidas pelos Estados-membros e, por outro lado, numa deficiente supervisão por parte das instituições europeias. A responsabilidade por esta crise é claramente partilhada pelos Estados-membros e pelas instituições europeias”.

Então... e a diplomacia económica?!

LEIO NA revista "Sábado" que, por óbvias necessidades financeiras, o ministro Paulo Portas prepara-se para encerrar uma série de embaixadas por esse mundo fora. Nada que surpreenda (bem antes pelo contrário!), desde que esse encerramento possua alguma lógica... E se é perfeitamente óbvio entender que manter uma embaixada em Andorra(!) é no mínimo surrealista e num momento como este impõe-se que pura e simplesmente deixe de existir, o mesmo não se poderá dizer de Lima. É que o Perú é, neste momento e a par da Colômbia, o país sul-americano com maior índice de crescimento, isto já para não falar nos (grandes) investimentos que alguns grupos portugueses estão a projectar e já a realizar naquele país andino. Outra embaixada que parece condenada ao encerramento do outro lado do Atlântico é a de Havana. Algo incompreensível - agora que a pouco e pouco o regime cubano se vai "diluindo" e acapitalizando e com tudo o que isso poderá gerar em termos de oportunidades de negócio. Já para não falar do facto que nem no tempo do Prof. Salazar e apesar das fortes pressões de Washington, Portugal deixou de ter representação diplomática no país de Fidel Castro...
Convenhamos que para quem mostra tanto afã em liderar a vertente económica da nossa diplomacia, estes dois exemplos não são propriamente os melhores...

P.S. - A propósito de Portas... Já se passaram quatro meses sobre as gravíssimas insinuações feitas por Ana Gomes sobre o actual titular das Necessidades e continuamos sem saber se efectivamente a euro-deputada socialista foi processada - ou não... 

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

José Ferreira Fernandes

RARO É o dia em que falho aqueles mil e poucos caracteres com que José Ferreira Fernandes nos brinda na última página de um "Diário de Notícias" cada vez mais empobrecido e que, muito (para não dizer apenas...) graças a ele, ainda faz parte da minha leitura diária. E de facto, sabe bem ler quem escreve com graça, extraordinária capacidade de síntese e fundamentalmente inteligência. O Zé Ferreira Fernandes "agarra" nos temas como poucos, relacionas-os com um talento e argúcia notáveis e leva-nos a pensar, coisa difícil para a grande maioria de quem se crê colunista ou coisa do género. Com a devida vénia, aqui fica o seu texto de hoje: "O bom com a crise é espevitar-nos. A quem bastava estender o braço para colher uma banana nunca precisou de se pôr erecto para, nos desertos do Corno de África, se safar. Os chimpanzés são filhos da abundância e o homem, da penúria. António Barreto disse ontem que Portugal pode deixar de existir. É, pode (isto sou eu a traduzir) ficar como um produto branco no Pingo Doce. Mas os tempos estão felizmente a nosso favor: não são eles maus, péssimos, críticos? Nada melhor. Vejam gente a sair da modorra de décadas, olhem o exemplo dos socialistas franceses e esqueçam que é de socialistas e franceses porque é para todos os europeus. Todos os europeus, da esquerda à direita, queixavam-se da indiferença dos cidadãos em relação aos partidos. Há anos que se fala de primárias - abrir os cidadãos às decisões partidárias, à escolha dos candidatos do partido. É exemplo americano, de democratas e republicanos, gabado por todos mas durante as vacas gordas não se foi por aí. Neste fim-de-semana dois milhões de votos directos (no último congresso do PS francês foram 130 mil de votos delegados) começaram a escolher o socialista presidenciável. Para votar bastava ser eleitor francês, assinar uma vaga declaração democrática e pagar um euro. Este euro até resolveu o horror dos noticiários modernos: os congressos são deficitários e as primárias deram lucro. Foi um pequeno passo duma eleição mas um salto na democracia.". Chapeau!

terça-feira, 11 de outubro de 2011

C'a breca!

EU SEI que nós portugueses somos menos que os espanhóis. Mas isso não explicará certamente como é que a Presidência da República custa a cada português anualmente um euro e 58 cêntimos, enquanto cada espanhol paga per capita pela sua Casa Real qualquer coisa como 19 cêntimos. Difícil de compreender, ainda para mais para um republicano como eu...

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Pelé regressa aos relvados...




NO MOMENTO em que o Santos anunciou para surpresa de todos que tinha inscrito Pelé no Mundial de Clubes que se disputará em Dezembro no Japão e em que desafiou o Barcelona a seguir o exemplo e apresentar Diego Maradona no seu plantel, de forma a poder juntar na mesma competição Pelé, Maradona, Neymar e Messi(!), vale a pena ver com toda a atenção este extraordinario "comercial" da operadora Vivo e que foi realizado por Fernando Meirelles. No mínimo, extraordinário! Mesmo...

Os recados de César


VALE A pena atentar e pesar bem as palavras de Carlos César a propósito do resultado das eleições madeirenses de ontem. Para além de felicitar o ainda seu homólogo Alberto João Jardim pela reeleição e desejando que a sua governação "decorra futuramente com o maior benefício e honra possíveis para os madeirenses", o chefe do governo açoriano saudou igualmente o CDS pelo "excelente resultado" e ainda arranjou maneira para, com um cinismo político verdadeiramente ímpar, dar uma palavra aos seus camaradas madeirenses, cujo resultado foi verdadeiramente desastroso. Assim: "o PS desenvolveu uma campanha de esclarecimento muito séria e muito digna"... Quem não o conheça, que o compre!

"Direitos reservados"?!


CONTARAM-ME HOJE e confesso que tardei em acreditar... Uma senhora que já tem mais do que idade para ter juízo e que certamente deve ter-se, a ela mesmo, em excelente conta arrogou-se o direito de ser ela - apenas e só ela! - a escrever sobre uma personagem histórica do século XVIII  e de quem parece ser vagamente aparentada. A personagem histórica em causa chamava-se Leonor de Almeida,  foi a quarta Marquesa da Alorna e "marcou" (de que forma!) a sua época; a ciosa e vetusta "proprietária" de uns inexistentes direitos sobre a memória e percurso da Marquesa chama-se Maria Teresa Horta, é escritora, foi uma das célebres "Três Marias" e após o 25 de Abril liderou umas folclóricas e inconsequentes manifestações no alto do Parque Eduardo VII e onde, a par de surrealistas reivindicações feministas e ameaças de "greve ao sexo", queimavam-se soutiens  entre outras "formas de luta". 
Adiante... Vá lá saber-se porque razão, a D. Maria Teresa Horta demorou onze, repito, onze anos a escrever o quer que fosse sobre a Marquesa, tendo recente (e finalmente!) publicado "As Luzes de Leonor". Enquanto isso, uma outra escritora - Maria João Lopo de Carvalho de seu nome - após alguns anos de exaustiva e entusiasmada investigação,  lançou, também ela, um romance histórico sobre a Marquesa da Alorna. O que ela foi fazer... Escrever sobre a Marquesa de Alorna?! Quem ?! A Maria João Lopo de Carvalho?! Mas com que direito?! Como se atreveu?! Que despautério! Que atrevimento! Que falta de respeito! Surpreendidos? Pois é, mas foi assim que a pseudo-nata de uma certa intelectualidade de trazer por casa, mas que domina e controla o que por aí se escreve  reagiu ao facto de Maria João Lopo de Carvalho ter dedicado alguns anos da sua vida a investigar e a escrever sobre a Marquesa da Alorna. Para essa gentinha, isso foi um verdadeiro crime de lesa-majestade, porque tarefa desse calibre só poderia caber à D. Maria Teresa Horta - vá lá saber-se porquê e com que direito. E vai daí, toca a boicotar, censurar, no fundo impedir que Maria João Lopo de Carvalho apareça - ela e o seu livro. Sim porque para eles o "tema Marquesa da Alorna" é tema "reservado" para a D. Maria Teresa. Porquê? Porque sim... Acham normal? Eu não, mas pelos vistos há quem ache... Vão mas é dar banho ao cão!

domingo, 9 de outubro de 2011

Bem prega frei Tomás...


SERÁ QUE a "austeridade digna" defendida e reclamada por Cavaco Silva se aplica às comitivas presidenciais constituídas por três dezenas de pessoas, como foi o caso da "corte" que acompanhou o Presidente da República aos Açores? 

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Isso não se faz...

ONTEM, DURANTE as comemorações do 5 de Outubro que decorreram na Praça do Município, as televisões precipitaram-se em entrevistar Guilherme Silva a propósito do famigerado "caso da dívida madeirense". E na plateia, o deputado do PSD lá foi dizendo das suas razões e defendendo o ponto de vista do seu líder Alberto João Jardim. Até aí tudo bem... O problema é que as câmeras de televisão mantiveram o "plano aberto" e enquanto o deputado social-democrata esgrimia os seus argumentos, ao lado um visivelmente desconcertado António José Seguro ciente dessa sua involuntária aparição televisiva e sem ter rigorosamente nada a ver com aquilo, não conseguia esconder um enorme desconforto, nitidamente sem saber o que deveria fazer: se  levantar-se ou não; se  olhar para o lado ou para o céu; mas certamente pedindo a "todos os santinhos" que os repórteres de imagem "fechassem o plano" e o tirassem do ar - a ele e ao seu ar mais do que "encavacado"!

O novo estilo de Durão


MUITO SINTOMÁTICA esta nova postura de Durão Barroso, agora mais interventivo, actuante, não perdendo uma chance para aparecer. Contrariamente à que adoptou durante os últimos meses e em que perante uma iminente débacle da Europa, preferiu o silêncio, o recato do seu gabinete e até alguma (para não dizer muita...) apatia perante a desconsideração política e pessoal que é alvo por parte de quem se consideram os verdadeiros "donos" da Europa. Depois de um  surpreendente discurso perante o Parlamento Europeu, de receber a chanceler Merkl na sede da Comissão sem ir ao "beija-mão" a Berlim, veio agora uma espécie de arrependimento via "YouTube" no que diz respeito ao muito que poderia ter feito e ao pouco que fez na crise que vive o nosso continente. Será que a abertura da "corrida" à sucessão de Cavaco, precipitada por aquela espécie de anúncio que Marcelo Rebelo de Sousa fez durante a recente entrevista ao jornal "i", tem alguma coisa a ver com isso? Ou será apenas uma coincidência?

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Para quando um livro de citações?!

"Não podemos esquecer que este é o primeiro ano do segundo centenário da implantação da República"
Cavaco Silva, 5.10.2011

Viva a República! (by Diogo Muñoz)


Reavaliar é preciso...

INDEPENDENTEMENTE DO protocolo assinado em 2006 entre o Estado português e Joe Berardo não contemplar uma reavaliação da sua colecção, o governo tem obviamente obrigação de proceder a uma avaliação das 862 peças e que cujo valor está estipulado em 316 milhões de euros. Neste momento e apesar de já ter percebido que rever o que aparenta ter sido uma "negociata" está fora de causa, penso que é essencial que os portugueses sejam elucidados definitivamente acerca do valor de uma colecção que (coisa estranha...) foi avaliada pela Christie's, curiosamente a mesma entidade que foi responsável pela sua venda a Berardo. E quando este senhor, naquele seu quase indecifrável dialecto que mistura o africâner e o português com forte e cerrado acento madeirense, vem classificar a possibilidade de proceder a uma avaliação como "uma burrice", espero que alguém lhe recorde que há quem goste de não ser tomado por parvo... O sr. Berardo perceberá isso ou será que é preciso fazer-lhe um desenho? Extra-colecção, é claro...

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Comentários: critérios para publicação

POR NÃO estar interessado em que este meu blog seja palco de troca de "mimos", insultos e outro tipo de agressões do género por parte de quem, em vez de comentar os posts, apenas deste espaço se serve para ajustar contas antigas ou semi-antigas, a partir de hoje vejo-me obrigado a "apertar" ainda mais os critérios para a publicação do que eu considere minimamente aceitável e que possua de facto relação com o tema dos posts em causa. Muito obrigado.

Petróleo em Portugal: "a hora H"

VAI SER já em 2012 que um consórcio liderado pela Petrobras e que integra a Galp e a Partex vai iniciar a exploração de petróleo ao largo da costa de Peniche. Numa segunda fase, a ter lugar também e ainda no próximo ano, será iniciada a perfuração de três poços, desta feita na costa alentejana. Dado que este projecto envolve verbas que ultrapassam em muito os 200 milhões de euros, tudo indica que esperança é coisa que parece não faltar...

domingo, 2 de outubro de 2011

A precipitação de Marcelo

A FORMA precipitada como, numa entrevista recentemente dada ao diário "I", Marcelo Rebelo de Sousa se colocou em "bicos de pé" para entrar na "corrida" à Presidência da República poderá ter muito a ver com a necessidade que o comentador da TVI sentiu em tentar ocupar um "terreno" que pertencerá naturalmente a uma eventual candidatura da sua amiga Leonor Beleza - que tudo indica ser a "eleita" de Cavaco para a sucessão em Belém. Só assim se poderá explicar como é que, a quatro anos de distância, Marcelo se meteu nestes palpos de aranha e que já envolvem "grupos de apoio" no Facebook e tudo...

Uma posição dúbia...

CAUSA-ME ALGUMA estranheza a posição dúbia (para não chamar-lhe outra coisa...) que Portugal está a ter no dossier referente ao pedido palestino para ser admitido como membro de pleno direito da ONU. E como tenho uma razoável memória, espero que o deslumbramento sentido (e contado...) por algumas figuras de segunda ou terceira linha da administração portuguesa pela forma como foram recebidos quando, a mando dos seus ministros, visitaram Israel há sete ou anos atrás não esteja a influenciar a actual linha da diplomacia portuguesa neste domínio... Ou será que sim?

sábado, 1 de outubro de 2011

Berardo: o cair da máscara


O CONFLITO foi sempre uma das "armas" no dia-a-dia do especulador Joe Berardo que teimando em manter uma postura e tom desabridos, grosseiros e boçais não hesitou em protagonizar confrontos, quase sempre com o fito de "empurrar com a barriga"  situações de onde sai quase sempre mal ou para servir de "moço de recados" de quem deve favores. Foi assim no "folhetim BCP" e no papel vergonhoso a que se prestou no ataque indecoroso que fez a Jardim Gonçalves; o mesmo se passou na guerra que o opõe à família Guedes pelo controle da Sogrape; e é agora neste confronto que inopinadamente resolveu manter com o Estado português e onde em poucas horas se provou que não hesitou em recorrer à mentira para muito possivelmente encontrar forma de capitalizar-se à conta de uma colecção de arte que afinal, segundo parece, vale significativamente menos do valor em que foi avaliada e que serviu de base à negociata que, após alguns anos de autêntica chantagem, fez com o Estado. Denotando estar de cabeça perdida, com a sua "entrada" no capital do BCP a ser analisada à lupa pelos homens da troika, com o governo português a querer tirar a limpo quanto é que facto vale a famosa "colecção Berardo", com a banca a fechar-lhe as portas e a exigir-lhe o pagamento dos financiamentos que suportaram o seu percurso especulativo,  Berardo está a ver, a pouco e pouco, a sua máscara cair...

Moçambique a 100%


HOJE ÀS dez e meia da noite a selecção de Moçambique dirigida pelo meu amigo Pedro Nunes vai disputar o terceiro lugar do Mundial de hóquei em patins frente à selecção portuguesa. Ontem, num jogo de uma intensidade  e emoção como aqueles Portugal-Espanha de há 40 anos (lembram-se?), a equipa africana  perdeu com os espanhóis (campeões do mundo) apenas no prolongamento e por 4 a 3. Sem falsos patriotismos, escusado será dizer que hoje à noite e ao longo de todo o encontro, eu serei 100 por cento moçambicano!

Cavaco:o índice de rejeição

SE OLHARMOS com "olhos de ver" os índices de popularidade que hoje são revelados pela sondagem publicada pelo "Expresso", é impossível deixar de reparar na percentagem dos que avaliam negativamente o desempenho dos principais políticos. E que no topo da lista está, nada mais nada menos que Cavaco Silva, cuja apreciação é considerada como negativa por 26 por cento dos inquiridos, percentagem essa superior à de Pedro Passos Coelho que, apesar de ser logicamente o "mau da fita" nos tempos que correm, consegue contudo obter uma apreciação negativa inferior à do actual Presidente da República - 23,9%. Um índice de rejeição que dá para pensar e que - acredito - a entrevista à TVI não veio contribuir para atenuar.

Tão "irmãos" que nós éramos...

AINDA BEM há pouco tempo contaram-me episódios ocorridos entre Isaltino Morais e os socialistas de Oeiras e que revelavam uma cumplicidade a que não seriam certamente alheias coincidentes opções de índole pessoal e espiritual do autarca e dos seus colegas  do PS. Por isso, fiquei ligeiramente surpreendido quando vi a celeridade com que os socialistas de Oeiras, perante a prisão do autarca, vieram pedir eleições antecipadas. E agora que ele foi libertado, como é que vai ser? Os valores da fraternidade superarão essa "traiçãozinha" ou o caldo ficou entornado?

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Pedro Nunes: um grande abraço!

CONHECI-O HÁ ainda no início da década de 90, quando trabalhávamos na revista "Sábado". Chamava-se (e chama-se) Pedro Nunes, tinha pouco mais de 20 anos, geria o sistema informático da revista e era aquilo que se chama um "companheirão", apesar de alguns anos mais novo que a maioria de nós. Responsável, profissional, conseguia aliar esse seu lado com o outro, alinhando em tudo, nunca dizendo que não a uma noitada (e eram muitas...), a uma "partida" (eram outras tantas), a uma "cobóiada" (às centenas!) e principalmente mostrando uma lealdade aos seus amigos como poucos. Na altura já gostava muito de hóquei em patins, tinha sido jogador e não escondia a sua vontade em treinar. Começou nas camadas mais jovens do Sintra, passou para os seniores, subiu de divisão, andou por lá uns quantos anos, até que foi treinar o Portosantense. Fez uma campanha notável, tanto em Portugal como na Europa. Daí a dois anos, trocou a Madeira pelos Açores. Chegou ao Pico, pegou no Candelária, levou-o à final da Taça CERS (!), no ano seguinte andou na Liga dos Campeões e não foi à final four por um ponto, se não me engano. Recusou alguns convites de equipas tidas como de "primeira linha" por respeito a quem lá estava, esteve com um pé em Itália, mas acabou por ficar por cá. Passou por Paço de Arcos (sem grandes resultados, diga-se em abono da verdade) e na última época, um aflito Dramático de Cascais (com apenas 3 pontos à quinta ou sexta jornada) foi buscá-lo para assumir o comando técnico. No final do campeonato, foram exactamente três pontos, os que o separaram de alcançar um lugar nas competições europeias... Há dois ou três meses, recebeu um convite para "tomar conta" da selecção de Moçambique no Mundial que este ano se disputa na Argentina, mais concretamente em S.Juan, a "capital mundial" do hóquei. Chegou a Maputo há um mês atrás, formou um grupo, estagiou em Espanha apenas duas semanas e "caiu" no grupo onde pontificavam Portugal e Angola, além dos Estados Unidos. Aos americanos ganhou por 10 a 1; com os portugueses marcou, aguentou, mas acabou a perder por 6 a 3; e no jogo decisivo para o apuramento para os quartos-de-final derrotou os angolanos por 4 a 3. Hoje, ou melhor há bocadinho ontem defrontou o Brasil. Esteve a perder por 2 a 6. A dez minutos do fim... Quando o jogo acabou, tinha ganho por 9 a 6 e conduzido, perante a surpresa de todos, Moçambique às meias-finais(!) do Mundial de hóquei em patins, onde amanhã irá defrontar a Espanha!!! É preciso dizer mais alguma coisa?!

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

A "entrevista" by Rui Costa Pinto

A RETER a excelente e concisa análise de Rui Costa Pinto à entrevista do Presidente da República, com especial destaque para a "ligação" que é feita entre as palavras de Cavaco e os interesses da banca: "Aníbal Cavaco Silva deu uma entrevista numa fase crucial. Alguma novidade? Não! A conversa do costume, os recados estafados e inconsequentes e o anúncio de mais uma reunião do Conselho de Estado. Então qual terá sido o objectivo do presidente da República? Em primeiro lugar, defender a banca; em segundo, afirmar um conjunto de banalidades para poder dizer mais tarde: Eu avisei. É pouco, é mais do mesmo do que se passou com José Sócrates. O resultado está à vista. Este presidente está esgotado".

Coitado do Tozé Seguro...

LEIO QUE o agora deputado e vice-presidente da bancada socialista (!) Basílio Horta e que foi um dos mais entusiastas defensores em toda a linha do governo Sócrates, ao ponto de no próprio inner circle do antigo primeiro-ministro tivessem sido obrigado a recomendar-lhe alguma contenção, começou a tecer alguma críticas à actuação desse mesmo governo - exactamente o mesmo a que ainda há três ou quatro meses tecia loas e hossanas... Um bocadinho de vergonha na cara não lhe ficava nada mal, não acham?

Lula e Sócrates: amigos para sempre!


MUITO SINTOMÁTICA a forma publicamente calorosa como o antigo presidente brasileiro tratou o antigo primeiro-ministro português, durante a sua visita a Paris. Para além de jantarem (pelo menos...) uma vez, durante o discurso proferido na cerimónia do seu doutoramento honoris causa no Institute des Scienses Politiques, Lula fez questão de assinalar a presença na plateia de um aluno daquela instituição - o seu "grande amigo" José Sócrates... E sintomática, porquê? Porque sendo, hoje em dia, Lula um autêntico "caixeiro-viajante" de grandes empresas brasileiras (como é o caso da Camargo Corrêa, que ainda a semana passada o trouxe até Lisboa) não seria de estranhar que Sócrates acumulasse os seus estudos por terras gaulesas com alguma outra ocupação, de forma a retribuir as contínuas gentilezas que o seu amigo brasileiro lhe dedica. Pelo menos, agenda telefónica não lhe falta... 

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O mundo já não é o que era...


http://darussia.blogspot.com/2011/09/ministerio-da-defesa-da-russia-renuncia.html

terça-feira, 27 de setembro de 2011

RTP: o adeus à "Champions League"!

A DECISÃO da RTP em não entrar no verdadeiro "leilão" que é a aquisição dos direitos de transmissão da Liga dos Campeões para o próximo ano implica a poupança de alguns (muitos...) milhões de euros ao erário público e é de louvar. E não venham dizer que transmitir os jogos europeus dos dois primeiros classificados da Liga é propriamente "serviço público"....

Números são números...

... MAS O barómetro político da Marktest relativo a Setembro é francamente animador para o governo, mais concretamente para o PSD que sobe quase nove pontos e atinge os 47,1, ao mesmo tempo que PS e CDS descem significativamente - no caso os socialistas caem dos 30,1 para os 23,3 e o partido liderado por Paulo Portas perde mais de metade do seu score, ou seja, desce de 9,7 para os 4 pontos. CDU e BE também descem, mas ligeiramente: os comunistas perdem 1,7 pontos, ficando com 6,8 e os bloquistas reduzem 1,8, obtendo apenas 2,7 da preferência do barómetro.

domingo, 25 de setembro de 2011

Para ler...

http://portugaldospequeninos.blogspot.com/2011/09/transito-em-julgado.html

Dilma soma e segue



UMA SONDAGEM recentemente encomendada pelo PSDB (principal partido da oposição brasileira) e revelada hoje pelo sempre bem-informado colunista da "Veja" Lauro Jardim, mostra que se as eleições presidenciais de há um ano se realizassem hoje, Dilma Rousseff não teria precisado de uma segunda volta para derrotar José Serra e Marina Silva. Para quem temia que Dilma estivesse "condenada" a curto-prazo, convenhamos que o desempenho da sucessora de Lula no palácio do Planalto está bem acima das expectativas. O que indicia - como se já escreveu neste blogue - que este mandato de Dilma não será propriamente um intermezzo à espera de um hipotético regresso de Lula...

Costa e Seguro: o porquê de tanto acinte

CONFESSO QUE este crescente e visível acinte que António Costa tem mostrado relativamente ao seu novo líder António José Seguro e que chega mesmo a roçar as fronteiras do que seria tido como "aceitável" entre duas figuras de proa do mesmo partido, tem-me causado alguma estranheza. Puxei pela memória (que não costuma ser má...), cheguei mesmo a perguntar a uma ou outra pessoa de onde viria tamanha e aparente desprezo por parte de Costa, mas a verdade é que não cheguei a nenhuma conclusão... Até que hoje de manhã, durante uma conversa com um amigo (esse com uma memória verdadeiramente notável!) consegui reconstituir a história da desavença entre estes dois destacados socialistas, que até já chegaram a pertencer ao mesmo governo e tudo... E teremos de recuar até 1984, quando o PS estava praticamente partido em dois - entre os chamados "soaristas" e a facção que, na altura, era conhecida como "ex-Secretariado" e onde pontificavam, entre outros, Francisco Salgado Zenha e António Guterres - para entender os motivos que levaram o actual presidente da Câmara de Lisboa a "ter o pó" que tem ao actual líder socialista.  
Nessa altura, discutia-se também a sucessão de Margarida Marques à frente da Juventude Socialista. António Costa era o nome praticamente consensual e tinha quase assegurada a liderança da "jota" socialista, de que era aliás já um dos principais dirigentes. Consensual até ter assinado a moção do denominado "ex-Secretariado"... Aí tudo mudou, mais concretamente para os "soaristas" que, por mão de António Campos (o homem-forte do "aparelho") rapidamente encarregou-se de encontrar um opositor à mais do que previsível (e  à partida fortíssima) candidatura de Costa e assim impedir que a JS caísse nas mãos do "ex-Secretariado" - nada mais nada menos que um discreto e tímido jovem algarvio, de seu nome José Apolinário e cujo principal atributo político era ter recentemente conquistado a presidência da Associação de Estudantes da Faculdade de Direito de Lisboa. Apesar de ninguém acreditar que Apolinário poderia vir a derrotar Costa na "corrida" à liderança da JS, o experiente António Campos encarregou-se de mostrar o contrário: montou na "sala do jardim" da sede do Largo do Rato uma estrutura única e exclusivamente destinada a apoiar a candidatura de Apolinário; montou uma "rede" de apoios a nível nacional, onde se destacava (aí está...) um até aí praticamente desconhecido jovem de Penamancor mais conhecido por "Tozé Seguro"; e rapidamente ficou claro que a sucessão de Margarida Marques, afinal, não eram "favas contadas" para Costa e consequentemente para o "ex-Secretariado".
E não foram mesmo... Perante uma previsível derrota, Costa optou por sair da "corrida" e, no seu lugar surgiu a candidatura óbvia e nitidamente mais débil de Porfírio Silva, que efectivamente viria a ser derrotado pela candidatura de Apolinário, que durante seis anos (até 1990) "reinou" na JS, altura em que foi substituído por... António José Seguro.
António Costa esse, num discurso durante o congresso que elegeu Apolinário e onde não conseguiu esconder alguma irritação, anunciou o seu abandono da organização de juventude do PS e, dado ter concluído a sua licenciatura em Direito, remeteu-se então à sua actividade profissional no escritório dos advogados Jorge Sampaio e Vera Jardim, deixando a política para segundo plano durante algum tempo.
Enquanto isso e por indicação da JS... António José Seguro viria a presidir ao Conselho Nacional de Juventude, iniciando assim uma carreira política que o levaria, anos mais tarde, a ser deputado, euro-deputado, ministro por duas vezes e agora líder máximo do Partido Socialista.
Será aqui que está a explicação para a irritação que visivelmente Seguro causa ao seu camarada António Costa?
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P.S. - Ao recordar estes episódios, lembrei-me do comentário que Mário Soares fez a António Costa, quando este lhe foi comunicar que tinha subscrito a moção do "ex-Secretariado". Depois de escutar Costa e as suas razões, com um tom displicente o então secretário-geral socialista lançou-lhe: "Ó António que pena... Um jovem com tanto futuro e arruina tudo por causa de uma caneta...".

sábado, 24 de setembro de 2011

Thomaz e Cavaco: sem tirar nem pôr...

NOS ÚLTIMOS dias tive oportunidade, no decurso da viagem que Cavaco SIlva efectuou aos Açores, de escutar o actual Presidente da República numa verve e estilo que me fizeram recordar um seu antecessor no cargo - no caso, o contra-almirante Américo de Deus Rodrigues Thomaz, vulgo o "almirante Tomás", que foi autor de algumas  "tiradas" célebres até 1974 e às quais, agora, as aparentemente descontraídas declarações de Cavaco em nada ficaram atrás. Será que isso se pega e estamos a assistir a uma gradual "tomazisação" do actual chefe de Estado? Ou não passará de coincidência?

E querem ver que o "pirata" é o outro?!

NÃO SEI porquê, mas com esta overdose a que temos sido sujeitos à conta do já celebérrimo "buraco" nas contas da Madeira, dou comigo sempre a pensar naquele verdadeiro paradigma da manhosice e das contas feitas "à medida do freguês" que responde pelo nome de Vítor Constâncio  e que, para além de ser responsável pelo total falhanço do papel fiscalizador do Banco de Portugal relativamente (pelo menos...) ao BPN e ao BPP, ainda arranjou descaramento para aldrabar "défices orçamentais" à medida das necessidades de quem lhe encomendou a tarefa e muito possivelmente ajudou a "abichar", uns anitos mais tarde, um lugar no board do Banco Central Europeu - e ainda por cima com o pelouro da "fiscalização". Afinal não sei quem é que saiu mais caro: se Alberto João Jardim e os seus 5,8 mil milhões ou se o antigo governador do Banco de Portugal... Alguém quer (e sabe) fazer as contas?!

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

A triste história de um hotel nas mãos de um especulador

EM FINAIS dos anos 80, em plena "fúria da bolsa, o mítico Hotel Savoy no Funchal foi comprado pela "dupla" formada pelos então emergentes empresários Horacio Roque e Joe Berardo, ambos com profundas ligações à África do Sul. Feio, piroso, demodé, decadente, apesar de tudo o Savoy  mantinha um certo encanto, muito devido às mil e uma estórias de que foi palco, como aquelas que envolviam os "gibraltinos" que durante a II Grande Guerra ali se refugiaram a expensas do governo britânico. Conta-se aliás que, em 1945, no dia da rendição germânica, a festa foi de tal ordem entre os hóspedes que o hotel ficou parcialmente destruído... Pouco tempo após terem adquirido o hotel, os seus novos proprietários decidiram (como era moda na época...) cotá-lo na bolsa e "encaixar" umas quantas centenas de milhares de contos. Mas a meio do processo, a bolsa afinal virou "gato por lebre" e as intenções da então "dupla-maravilha" em empochar uns valentes "cobres" a quem quisesse investir no Savoy foram por água abaixo. E desde aí, remodelaçãozita aqui, remodelaçãozita lá, o Savoy foi perdendo o algum encanto que ainda lhe restava e afirmando-se cada vez como o "palácio do kitsch" e deixando definitivamente de ser um dos hotéis de referência do Funchal (ainda que num patamar significativamente inferior ao Reids, por exemplo) para tornar-se numa vulgar unidade hoteleira, com um serviço medíocre e um passado cada vez mais oculto. Hoje abro o jornal "i" e leio uma notícia sobre as obras (paradas) do Savoy ("Berardo sem dinheiro para novo Savoy Madeira"), ilustradas por uma fotografia que mais parece tirada em Beirute que propriamente no Funchal, com os jardins destruídos e o edifício todo esburacado. E tenho que confessar duas coisas: uma, que tenho pena; a outra, que o sr. Berardo irrita-me cada vez mais!

Aristides Pereira: um exemplo


MORREU HOJE em Coimbra o primeiro presidente de Cabo Verde, Aristides Pereira  e que foi um dos mais fortes e claros exemplos de como em África, apesar de tudo, há quem paute a sua conduta pessoal e política por uma seriedade a toda a prova. Recordo agora que em 1991, quando abandonou a chefia do Estado cabo-verdiano ao fim de 16 anos de exercício do seu mandato num regime de partido único, Aristides Pereira não possuia sequer uma casa onde viver... Entrevistei-o na Cidade da Praia para a Radiogeste (89.5, "Lisboa e tudo à volta", lembram-se?) no final dos anos 80 e guardo daquela hora de conversa a imagem de um homem bom, afável e algo tímido. Mas alguém muito determinado em fazer valer um pragmatismo que em muito contribuiu para que Cabo Verde se afirmasse em África e no Mundo como um exemplo a vários níveis.