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domingo, 23 de novembro de 2014

Basta ele querer...


A DETENÇÃO de José Sócrates e todas as "réplicas" que este verdadeiro terramoto inevitavelmente provocará na cena política nacional pode conduzir a um realinhamento de todo o cenário presidencial, com o (re)surgimento de alguns candidatos e mesmo o estabelecimento de alianças partidárias que hoje podem parecer inexequíveis, mas que podem ser a última "cartada" que os partidos do chamado "arco constitucional" possuem para tentar recuperar a credibilidade e confiança que o regime e a classe política tem perdido nas últimas décadas.   
Apesar dos seus 79 anos de idade e de um visível distanciamento da cena política a que se votou nos últimos anos, Ramalho Eanes tem condições objectivas para - se assim o desejar - ser o próximo inquilino do palácio de Belém. Basta-lhe dar um sinal claro nesse sentido, colocar-se, naquele seu jeito, "ao serviço da República", comprometer-se em exercer apenas um único mandato, surgindo assim como o candidato suprapartidário que facilmente "arrastará" os principais partidos num apoio e deixará outros, caso do PCP, numa situação não muito "confortável". Basta ele querer. Porque a PS e PSD não restará outra coisa senão repetir, 40 anos depois, uma maioria que  "escolheu" o primeiro Presidente da República constitucionalmente eleito do pós-25 de Abril.

domingo, 16 de novembro de 2014

A figurinha


TALVEZ POR ser maneirinho, Luís Marques Mendes especializou-se em passar entre os pingos da chuva e, lampeiro, furtar-se às responsabilidades que lhe possam caber em situações em que, directa ou indirectamente, possa estar envolvido. Foi assim na política, quando liderou de forma desastrada um PSD que enxameou de um verdadeiro bando de indefectíveis e que fizeram "trinta por uma linha" e é assim nos múltiplos casos em que tem surgido envolvido - desde a sua passagem pela Universidade Atlântica (lembram-se?) até agora esta sua ligação formal a alguns dos implicados no último escândalo que abalou a "nomenklatura" da nossa administração pública, isto sem citar as suas tropelias como "facilitador" de negócios, onde o seu afã predador relativamente à concorrência já é motivo de galhofa e também de incredulidade no "mercado"...

Tudo isto seria relativamente pouco importante se Mendes, em vez de querer surgir publicamente como "farol" dos valores éticos e paladino da moral pública, estivesse calado e quieto. Mas não... sempre que pode, a figurinha em causa coloca-se na ponta dos pés, arvora-se sabe-se lá em quê e debita uma série de lugares comuns como se de uma referência ético-moral se tratasse. Ao princípio até tem graça, dá para nos rirmos à volta de uma mesa; em seguida já começa a irritar; e agora, definitivamente, mete nojo...