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terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Xô!

CONFESSO QUE pensei que a criatura já tivesse ido desta para melhor. Mas não, pelos vistos ainda mexe e ao que parece… fala! Refiro-me aquela grotesca personagem que dá pelo nome de António Sousa Lara, conde, visconde ou barão sei lá de quê, maçon (julga-se ele ilustre…) e, segundo um currículo que mais parece um sketch dos "Gatos Fedorentos", professor universitário, embaixador da Ordem de Malta em Cabo Verde e cônsul do Lesotho em Lisboa! Pois é, como eu ia dizendo, este verdadeiro espantalho que decorou durante um curto espaço de tempo a nossa pobre cena política (sim, porque o homem foi deputado e chegou subsecretário de Estado, imaginem lá!) resolveu, por detrás de aquelas barbas de eremita que, julgará ele, lhe conferem um ar de sábio, conceder uma entrevista a um site - "Oeiras Digital" de seu nome. E entre as naturais baboseiras que balbuciou da boca para fora e que merecerão quando muito um sorriso condescendente (daqueles que nós esboçamos quando deparamos com um patetinha), a criatura teve o desplante de afirmar alto e bom som a propósito da recusa do Tribunal em aceitar o pedido de Isaltino de Morais em cumprir a pena que lhe resta em prisão domiciliar: "Alguns gostariam que Isaltino morresse de um ataque cardíaco, assim ficava resolvido o problema". Independentemente do mau-gosto que caracteriza uma afirmação deste teor, não pude deixar de recordar o que se passou há uns anos quando este vice-reitor da Universidade Moderna foi incapaz de, contrariamente ao que faz agora em relação ao antigo autarca de Oeiras, ter uma palavra pública ou privada de solidariedade para alguns que, sendo seus colegas na cooperativa que era proprietária daquela instituição, penaram alguns anos atrás das grades. Não, nessa altura, não fosse o diabo tecê-las, o homem enjeitou responsabilidades, sacudiu água do capote, enfiou-se em casa, desfez-se dos Porsches da vida e assobiou para o lado, apesar de tremer que nem varas verdes cada vez que tinha de ir bater com os costados à sala do Tribunal de Monsanto. Agora, uns anitos depois, cá está ele a sair da toca… Xô!

"Colegas"...


NÃO SEI se terão a mesma "escola", mas a verdade é que parece que a frequentaram, ainda que em épocas distintas, até pelos anos que os separam. Um chama-se Jorge Nuno Pinto da Costa e quando o seu clube perde em casa com o Estoril, o treinador é contestado e os jogadores insultados pela massa associativa, tenta ignorar a realidade, criando um facto lateral e desdobrando-se em críticas à PSP porque pretende que os jogadores saiam do estádio em sentido contrário; o outro chama-se José Sócrates e perante um congresso do PSD e dois ou três discursos que mostraram que afinal "aquilo" ainda mexe, prefere dedicar o seu "comentário político" a atacar um inexpressivo líder da JSD porque comparou António José Seguro à Ruth Marlene e ao seu "pisca-pisca". Tá bem abelha...

domingo, 23 de fevereiro de 2014

Bravo!




NUNCA FUI propriamente um grande entusiasta da candidatura de Marcelo Rebelo de Sousa a Belém. Também não é agora que passei a sê-lo. Mas isso não me impede de reconhecer o notável e fantástico discurso que fez ontem no Coliseu, "marcando" e "pontuando" a seu bel-prazer um reunião que muitos (ou quase todos…) vaticinavam ser enfadonha e chata. No fundo, Marcelo conseguiu inteligentemente interpretar e expressar o que - julgo - a grande maioria dos militantes e apoiantes social-democratas pensam sobre o País, a crise, o governo, o partido, a coligação e a oposição. E quando isso acontece, apenas nos resta em consciência dizer: bravo!

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Uma viagem ao Brasil


LONGE, LIGEIRAMENTE mais novo que o protagonista e também "emigrado" por este lado do Atlântico, tenho seguido, num misto de divertimento e comiseração, a novela à volta do verdadeiro happening que tem sido a viagem de Fernando Tordo ao Brasil. 
Acreditem que há muito tempo não lia tantas baboseiras escritas de um lado e outro, ou seja, tanto por parte de quem de forma grosseira e alarve ataca quem resolveu escolher ir trabalhar uns tempos para terras de Vera Cruz, como também por outros que, puxando à lágrima e ao sentimento bacoco, expressam uns estados de alma que têm tanto de ridículos como de desajustados face a uma escolha perfeitamente natural nos dias que correm.
Já vi - ou melhor li - um pouco de tudo no que diz respeito a argumentos de defesa e de ataque à decisão que Fernando Tordo tomou. E o que mais me surpreendeu é que, tanto entre os seus indefectíveis como entre os seus críticos mais ferozes, encontrei gente que julgava mais serena, mais inteligente e principalmente menos "maria vai com as outras". E tenho pena… Mas sejamos claros e não tenhamos receio de apontar o culpado de tudo isto e que só tem um nome: o do próprio Fernando Tordo! Por muita estima que ele nos possa merecer, pelo papel importante que ele possa ter desempenhado (e desempenhou!) no nosso panorama musical, pedia-se-lhe algum bom-senso e noção do ridículo numa altura em que o País está fragilizado, em que os ânimos estão quentes e em que muitas vezes a tendência é para falar muito e pensar pouco. Mas não, a Tordo dava-lhe jeito (ele lá saberá porquê…) fazer este "número" - pôr-se em bicos de pés, cavalgar uma onda que se avoluma há anos e que congrega uma óbvia e natural desilusão e revolta por parte de milhares e milhares de portugueses cansados de austeridade e falta de esperança, desdobrando-se em declarações públicas, entrevistas à saída do aeroporto, cartas-abertas e sei lá mais o quê. Volto a dizer: tenho pena. Fez-me lembrar, há uns anos, os "suicídios" do Vítor Espadinha. É por essas e por outras que eu sei que daqui a uns mesitos (já nem quero dizer umas semanas...) não irá ser difícil dar de caras com ele em Lisboa. Vai uma aposta?

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

A "diplomacia do croquete" ou um hilariante ofício...


AO LER alguns dos post's que o embaixador Francisco Seixas da Costa publica no seu imprescindível blogue e em que relata deliciosos episódios da vida diplomática, é certo e sabido que rara é a vez que não me vem à memória um hilariante ofício escrito por um diplomata português que em finais da década de 60 desempenhou as (difíceis, diga-se de passagem...) funções de encarregado de negócios em Havana - quando de um lado Salazar ainda governava o nosso País e, do outro, Fidel Castro e o seu regime estavam no seu apogeu. Um ofício dirigido às Necessidades e em que o nosso diplomata (cujo nome naturalmente omito) relatava entusiasmado a recepção que, a propósito, do então "Dia da Raça" oferecera na residência de Cubanacan. E embora, ao fim de quase quarenta anos, tenha perdido a cópia do ofício, arrisco a reproduzi-lo de memória, ainda que com alguns - óbvios - lapsos que contudo, quando muito, podem ajudar a pecar por defeito - nunca por exagero...

"Senhor Ministro dos Negócios Estrangeiros,
Excelência,

No passado dia 10 de Junho ofereci nos belos e frondosos jardins da também não menos bela residência desta Embaixada uma recepção a propósito do Dia Nacional. Presentes, para além da esmagadora maioria dos representantes do Corpo Diplomático acreditado nesta capital, altos representantes do governo cubano, nomeadamente o sub-director do departamento da Europa do Ministerio das Relações Exteriores e o sub-chefe de Protocolo.
O evento decorreu de forma festiva e foi por todos os presentes considerado um êxito. Para que Vossa Excelência tenha noção da receptividade e sucesso da recepção, passo a enumerar alguns dos acepipes servidos: 350 pastéis de bacalhau; 300 croquetes de carne; 300 mini-rissóis de camarão; 150 vol-au-vent de carne; 3 quilos de azeitonas verdes: 2 quilos de azeitonas pretas; e ainda um magnífico bolo para cuja confecção foram necessários: 10 quilos de farinha, 4 dúzias de ovos, 2 quilos de açúcar, 1,5 quilo de morangos,  300 gramas de fermento (…)"

Garanto a pés-juntos que poderão passar cinquenta ou sessenta anos que nunca me irei esquecer do teor deste ofício, principalmente do entusiasmo que o nosso encarregado de negócios colocava na presença de um discretíssimo responsável da diplomacia cubana (no mínimo de quinta ou sexta linha…), na "esmagadora maioria do Corpo Diplomático" (quando, pelo menos metade dos países que então mantinham representação em Havana pura e simplesmente não possuiam relações diplomáticas com Portugal…) e especialmente na exaustiva e minuciosa descrição dos acepipes servidos aos seus convidados. Mais:  desde que pela primeira vez tive contacto com este ofício (que, repito, não me perdoo, ter perdido a cópia!) associo-o logo à chamada "diplomacia do croquete"...

"Veneza pode esperar"? A leitura não!


O PRIMEIRO livro que li de Rita Ferro foi, salvo erro, o "Vestido de Lantejoulas". Confesso que um bocadinho por acaso, mas li. E gostei - já devem ter passado uns vinte anos, talvez mais... A partir daí, deixei de ler a Rita Ferro "por acaso" e passei-a a ler "intencionalmente". Lembro-me bem do "Por Instinto", do "Uma Mulher não Chora", do "A Menina Dança" e sei que me falta, entre outros, o "Os Filhos da Mãe" que,  apesar da autora me ter prometido (risos), tentei sem êxito encontrar nas livrarias. Há uns dois ou três anos li com gosto, vontade e entusiasmo  o "A menina é filha de quem?", obra sobre a qual aqui escrevi e onde percebi (se dúvidas restassem…) que a Rita é indiscutivelmente uma das nossas melhores escritoras. Ontem acabei de ler o primeiro (espero...) volume do seu diário - "Veneza pode esperar". Só quem nunca escreveu é que desconhecerá o tão difícil que é "dar-nos" através de um "diário", à mercê de quem  "invade" o nosso quotidiano, muitas vezes arriscando-nos uma exposição que pode até ser mal interpretada. Mas a Rita Ferro fá-lo de forma magistral, disfrutando-se inteligentemente, encantando com uma curiosa e "acompanhada" solidão de um mundo que ela construiu e nitidamente preserva com o saber da escolha e oferecendo-nos - aos seus leitores - uma visão muito própria do muito que está à nossa volta. 
Ao fim das 236 páginas queremos mais, sabe-nos a pouco - passe a expressão! Vale-nos a promessa, entre parêntesis: "continua". Mas despache-se, 'tá bem Rita?!

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

O ego

NÃO VOU aqui referir mais uma vez a estima que sempre me mereceu António Capucho nem tão-pouco a gratidão que, enquanto cascalense, me merece como autarca da minha terra. Acho que já o fiz bastas vezes para o deixar claro e para que não restem quaisquer dúvidas quanto ao apreço que sempre tive por quem, à frente de uma equipa, resgatou Cascais de um longo e penoso sequestro.
Posto isto, não posso deixar de comentar alguma coisa do muito que se disse  sobre a óbvia e esperada sua expulsão de militante do PSD após ter encabeçado, em Sintra, uma candidatura à Assembleia Municipal contra o seu próprio partido nas últimas eleições autárquicas. E comentar o que o próprio, talvez embalado pela atenção que lhe foi dedicada nestes últimos dias, resolveu afirmar e que no mínimo denota uma triste e desajustada noção da realidade. Eu sei que todos nós temos o nosso ego - uns maior que outros e estranho seria António Capucho não o possuísse. Mas confesso que ao lê-lo afirmar, a propósito da sua expulsão de militante do PSD, que o seu partido está, assim, "a afastar-se da sua matriz social- democrata", não pude deixar deixar de lembrar-me de uma piada que os brasileiros contam sobre os argentinos e que - perdoe-me Capucho - assenta-lhe que nem uma luva…  E reza assim: "Sabem o que é o ego? É o argentino que cada um tem dentro de nós!" Perguntarão: e onde é que Capucho entra nesta graçola? Pois… É que, atendendo à sucessão de declarações que ouvi da sua boca nos últimos tempos, António Capucho não tem um argentino dentro dele, tem, isso sim, uma vasta e enorme família de argentinos…
Agora mais a sério… Mas será que lembra a alguém interpretar a expulsão de Capucho, nas circunstâncias que ocorreu, como o PSD estando a afastar-se da sua matriz social-democrata?! Por amor de Deus! Que o PSD esteja de facto a afastar-se da sua matriz é uma realidade e não é de hoje - é de há bastantes anos e muito devido às políticas que tem vindo a protagonizar e a implementar nos seus últimos governos, com especial destaque para o actual. O que, convenhamos, não é propriamente a mesma coisa... 
Eu acredito que António Capucho se tenha a si próprio em grande conta. Terá porventura razões para isso, tudo bem... Mas há limites. Especialmente para esta fronteira, por vezes ténue, que Capucho tem-se tentado nos últimos tempos a ultrapassar, porventura encandeado com o palco e os holofotes que naturalmente têm contribuído para que se deslumbre com ele próprio. Até porque para Helena Roseta, já nos basta uma...

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Os telefones de Passos Coelho


SEGUNDO O que hoje conta o jornal "i", o gabinete do primeiro-ministro contratou os serviços de uma empresa para assegurar o atendimento telefónico na residência oficial, mais concretamente para desempenhar "as funções de atendimento telefónico, gestão, registo e encaminhamento de chamadas". Contrariamente ao que leio nas entrelinhas da notícia, pouco e interessa se o gabinete de Pedro Passos Coelho possui um número aparentemente suficiente de secretárias e assistentes que pudesse dispensar a contratação desta empresa - isso é mesmo para o lado onde durmo melhor... O que sim me preocupa, ou melhor me faz alguma confusão, é como é que é possível colocar em mãos estranhas ao Estado as comunicações telefónicas de uma entidade tão "sensível" quanto o gabinete do primeiro-ministro. Depois não se queixem...

domingo, 9 de fevereiro de 2014

António José Seguro ou "a prima do Solnado"...


O AFÃ de António José Seguro em falar por tudo e por nada leva a que cada vez que dou por ele nos serviços noticiosos das nossas televisões me venha à lembrança a célebre "prima do Solnado", aquela imaginária familiar do saudoso actor que foi imortalizada num delicioso sketch e que pura e simplesmente "gostava de dizer coisas"… 
É que o líder socialista, porventura porque lhe disseram que é preciso aparecer, não pára quieto e não consegue estar calado - e de tão falador já não há quem o oiça. As últimas que lhe conheço passaram as marcas e deram-se, ontem, num lar de idosos (onde protagonizou uma figura patética...) e, hoje, na praia de Pedrógão onde, a propósito da tempestade que assola o nosso País, arranjou maneira de, com ar doutoral, dar umas pretensas lições sobre "gestão global da costa" e acusar o governo de "andar às aranhas" nesta questão. Assim de facto não vai lá...

sábado, 8 de fevereiro de 2014

Um bocadinho de nós que passa a ser passado...


CADA TERRA, em cada época, tem as suas personagens. Cascais não foge à regra. Joaquim Pica e Joaquim Oliveira, cada um na sua arte, são dois ilustres cascalenses - não porque aqui tenham nascido, mas sim porque aqui durante anos a fio estiveram à frente dos seus negócios, conhecendo, convivendo e trabalhando para este mundo e o outro. 
O "sr. Pica", ás e mestre na tesoura e na navalha, espalhou o seu talento enquanto barbeiro ao longo de mais de meio-século, tendo-lhe passado pelas mãos bisavós, avós, pais, filhos, netos e bisnetos, isto já para não falar de muita cabeça coroada, uma infinidade de políticos cá do burgo e até o célebre Mobutu Sese Seko que chegava a mandar o seu avião buscá-lo a Lisboa para que fosse até Kinshasha  cortar-lhe o cabelo … Primeiro no "Sebastião", ali na Rua Direita, depois no "Cidadela", mais tarde no já desaparecido "Estoril-Sol"e mais recentemente no "Londres", o nosso Pica tornou-se numa referência de todos quantos de aqui são ou aqui fazem as suas vidas.
Outra personagem, no melhor sentido do termo, é o "Joaquim da Galiza". Mecânico de motos, começou a trabalhar ainda rapaz no velho Simplício ali à beira da Marginal, também já lá vão mais de 50 anos. Rapidamente tornou-se um mestre no que a motos diz respeito. A certa altura, em 1973, arriscou e decidiu estabelecer-se por conta própria, abrindo  na Galiza a sua própria oficina e loja, onde rapidamente confirmou que saber, experiência e simpatia não são de todo incompatíveis. A "Yamaha" confiou-lhe uma concessão e durante anos foi de longe o mais importante e destacado representante da marca japonesa no nosso País. Há uns meses, após mais de 30 anos sem o ver, entrei na sua oficina. Lá estava ele atrás do balcão, sempre atento, mexido e simpático: "Então sr. Joaquim, lembra-se de mim?", perguntei-lhe. Olhou-me, ficou em silêncio três ou quatro segundos e para minha surpresa, disparou: "Claro que sim, és o Fafe. Então o que é feito de ti, rapaz?". Extraordinário, no mínimo
Esta semana encontrei o sr. Pica e soube pela sua própria boca que se tinha reformado. Anteontem passei pela oficina do sr. Joaquim e ao não encontrá-lo, perguntei a que horas ele voltaria: "Reformou-se", disseram-me. Fiquei contente, tanto por um como por outro. Por terem trabalhado como trabalharam, por terem deixado amigos em cada um dos clientes e por terem tido oportunidade de gozar um mais que merecido descanso. E também pelo sr. Pica poder dar os seus passeios à beira-mar e almoçar sem pressas na esplanada que o seu filho Luís tem no paredão; e pelo  sr. Joaquim agarrar-se à sua horta que ele tanto gabava e tanto gosta de cuidar. Mas confesso que também fiquei um bocadinho triste… É que, parecendo que não, é um bocadinho de nós que passa a ser passado! 

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Oliveira&Loureiro, Lda.

ESGOTADO QUE está o "folhetim" relativo ao fracassado leilão da pretensa colecção do pintor Miró, eis que rapidamente foi encontrado um nova e apatetada novela, desta feita tendo como protagonistas uma editora e um jornal diário - no caso a Aletheia e o "Diário de Notícias". E tudo porque, segundo foi noticiado a sete ventos, a Global Notícias (a empresa proprietária do matutino da Avenida da Liberdade, ainda propriedade de Joaquim Oliveira) decidiu ameaçar a editora dirigida por Zita Seabra em recorrer aos tribunais para impedir a venda ao público de um livro sobre os saneamentos ocorridos naquele jornal nos idos de 1975, supostamente porque a capa reproduz a primeira página de uma edição do jornal de há quase quarenta anos… Estranho? Caricato? Ridículo? Claro que sim, ainda por cima quando é do conhecimento público que um dos principais investidores da Aletheia é nada mais nada menos que Manuel Dias Loureiro, íntimo amigo do ainda "patrão" do "DN" e seu parceiro de greens e pano verde. As figuras que se fazem para (tentar) vender mais papel...

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

A propósito dos quadros de Miró...



SOU COMPLETAMENTE leigo no que diz respeito a Joan Miró e à sua pintura que, diga-se de passagem, não me diz lá muito. Porém, tenho seguido com a mínima atenção o "folhetim" à volta de uma alegada colecção deste pintor catalão que a Parvalorem e Parups,  sociedades criadas no âmbito do Ministério das Finanças para recuperar créditos do BPN, decidiram agora leiloar em Londres através da Christie's. E compreendo perfeitamente que o governo entenda que a aquisição, por parte do Estado português dessas 85 peças, não seja “uma prioridade”, como argumenta o actual secretário de Estado da Cultura. Aliás, subscrevo o que o meu amigo José Teles escreveu ontem na sua página do Facebook:Começo a ficar farto do PS: os quadros do antigo BPN fazem parte de uma massa falida, valem 35 milhões, se o Estado quiser ficar com eles tem de os pagar. Se tem 35 milhões para gastar em quadros sugiro que compre a colecção Manuel Brito. É melhor, mais portuguesa, absoluatamente surpreendente, uma excelente amostragem do que melhor se fez em Portugal em pintura ao longo do século XX”. É isso mesmo, Zé!