INDISCUTIVELMENTE o guineense Hélder Vaz é um dos melhores quadros políticos das antigas colónias portuguesas. Conheci-o em Bissau, onde tive o prazer de coordenar a campanha da Plataforma Unida e de que ele era candidato a primeiro-ministro. Poucas vezes tive oportunidade de trabalhar com um político que aliasse uma enorme capacidade de trabalho a uma determinação verdadeiramente notável como ele. Franco, sério, rigoroso, incapaz de "hipotecar" a sua palavra em troca de um voto ou de uma falsa promessa, Hélder Vaz era o paradigma da disciplina e da competência. Sabia do que falava, estudava os dossiers, encarava a política como um dever e uma missão. A sua campanha eleitoral em 2003 foi um momento ímpar para quem a viveu. Sem meios, com recursos escassos, fazendo das "tripas coração", revolucionou tabancas e cidades, superlotou praças e ruas, arrastou multidões, gerou um entusiasmo que enchia de optimismo todos quanto nela estavam envolvidos. Por razões e motivos que só em África são possíveis serem tão "descarados" e à vista de todos, na contagem de votos, os milhares e milhares de apoiantes que Hélder Vaz tinha na rua, esfumaram-se e traduziram-se num escandaloso e reduzido score eleitoral...
Talvez algo desiludido com a fragilidade do regime "democrático" guineense e do fechar de olhos da comunidade internacional (e especialmente de Portugal, onde o governo de Durão Barroso preferiu "assobiar para o lado" perante o escândalo que foram as eleições naquela antiga colónia) Hélder Vaz afastou-se progressivamente da política activa. Veio para Lisboa, penou durante alguns anos, tentando a custo recompor a sua vida, passou pela UCCLA e desde Janeiro passado ocupa (com todo o mérito, diga-se em abono da verdade) o cargo de Director Executivo da Comunidade de Países de Lingua Portuguesa.
Nos últimos dias tem-se assistido a um notório "renascimento" da CPLP e independentemente da vontade política dos países que a integram, quem conhece Hélder Vaz sabe que ele possui também uma grande quota de responsabilidade neste novo fôlego desta comunidade de países lusófonos. Vê-se e sente-se ali o seu optimismo, a sua imaginação, a sua determinação. Força, Hélder! Que não lhe falte a sorte, porque talento é algo que lhe sobra...
1 comentário:
Hélder Vaz Lopes é dos poucos homens sérios que existem no nosso País e de quem a Guiné se orgulha Por isso está no esterior. Aqui só há lugar para ladrões, bandoleiros e aldrabões.
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