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sábado, 30 de março de 2013

Notável


NO MÍNIMO notável o texto de Pedro Santana Lopes no "Correio da Manhã" e que é um oportuno e realista "desabafo" pessoal e político e um excelente exercício de memória de factos que, não sendo tão distantes quanto isso, há quem queira (e dê jeito...) esquecer. Talvez o mais lúcido e curiosamente desapaixonado comentário acerca da entrevista que marcou a semana política. Com a devida e mais que merecida vénia, não resisto a transcrevê-lo:

"A 'boa moeda.' Criaram-no, agora aturem-no. Gostam, alguns, muito de dizer que José Sócrates foi lançado para Primeiro-Ministro nos debates que mantivemos, em 2002 e 2003. Percebo a ideia, mas não foi. Sócrates ganhou e 'reinou' porque viveu em lua de mel com muitos centros de poder em Portugal.
Muitos, a começar pelo próprio Presidente da República – mas não só – andaram embevecidos com José Sócrates, nos primeiros anos da sua governação. Agora já odeiam, não gostam ou estão afastados. Pois, mas andaram com o 'menino de oiro' 'ao colo'.
A Vida, muitas vezes, é assim. Durante anos, ele usou comigo e com o meu Governo a manipulação em que é exímio e a que recorreu, abundantemente, na quarta-feira à noite na RTP. A começar pela burla do tal défice de 6,83% em 2005 que é dele e de mais ninguém.
Na altura, quase todos colaboraram com essa impostorice. O silêncio de Seguro em relação a Sócrates, tive-o eu de Marques Mendes, quando me sucedeu na liderança do PSD.
Agora, muitos mais se irritam com as engenhosas construções do ex-Primeiro-Ministro? Custou ouvi-lo a falar de deslealdades quando foi o primeiro a romper a solidariedade institucional? Pois é! Pois não é agradável...
Anteontem, Cavaco Silva, Teixeira dos Santos, Passos Coelho, Manuela Ferreira Leite, António José Seguro, António Costa, entre outros, por diferentes razões, terão experimentado – em maior ou menor grau, consoante os casos – uma sensação muito desagradável.
Eu conheço a sensação. Sei o que se sente quando apetece estar lá na vez de quem tem José Sócrates pela frente para o desmentir e dizer a verdade. Pois! É que, se não for na hora, já não é igual. E a mensagem passa até porque é repetida muitas vezes.
Não disse verdades? Disse, algumas e uma ou duas significativas. E disse-as com força e com desassombro, igual a si próprio. Eu sempre lhe reconheci qualidades, nunca o menosprezei. Mas nunca estive do lado dele, nunca o apoiei, sempre o combati. A diferença é essa.
Porreiro, pá!"

3 comentários:

miguel vaz serra....... disse...

Amigo ZPF
Por acaso já tinha lido e até meti no meu perfil do FaceBook para refrescar a memória de certos amigos de ideologias distintas à minha......
Como já tinha dito, fui obrigado a ouvir nos imensos ecos da TVI e SIC as acusações mentirosas do outro paspalho que, para mim, são caso de Polícia!!!

luis cirilo disse...

um artigo tão notável quanto verdadeiro. Mas PSL faz parte de um PSD (cuja actual dimensão desconheço) que nunca se rendeu aos lobbys, ao politicamente correcto, á "aventalada" sem freio.
Pagou por isso.
MAs tem a força da razão do seu lado.
E a coerência.

miguel vaz serra....... disse...

Amigo ZPF
Mais notável (mas que para quem o conhece bem não é surpresa,lógico)é o desafio que PSL fez a José Sócrates para um debate sobre as acusações que ele fez à sua pessoa e seu Governo.
O outro fala sempre de papo cheio em entrevistas consertadas em que os jornalistas não estão autorizados a falar de "certas situações bem escuras" do tipo mas tenho a certeza que vai borrar-se de medo, e deve, de se sentar frente a frente com Pedro Santana Lopes.
Não creio que esse cobarde aceite.