DIOGO FREITAS do Amaral sempre se dete ter considerado um predestinado... Jovem quando o antigo regime se desmoronou e as suas esperanças de vir a ser figura de proa no Estado Novo ruiram, apressou-se a fundar um partido "personalista"(!), a insinuar-se junto dos sectores "spinolistas" e a ganhar um assento no Conselho de Estado. Mas pouco tempo depois "fez-se" com os socialistas e viabilizou um acordo governamental com o PS, dando origem a um governo PS/CDS que pouco ou nada durou... Os eleitores nunca lhe "passaram cartão" e não fosse Sá Carneiro a servir-se dele como "muleta" nunca teria chegado ao governo. Mas com a Aliança Democrática finalmente entrou num executivo, alcançando o cargo de vice-primeiro-ministro e responsável pela política externa . Tinha na altura quarenta e poucos anos e pela pose e ar enfatuado aparentava sessenta. Quando Sá Carneiro morreu em Camarate, fez tudo para ser que a AD o indicasse como sucessor à frente do executivo, mas o PSD naturalmente impôs Pinto Balsemão como chefe do governo. Amuou, saiu do governo e, nos bastidores, apostou no desgaste da coligação de que fora um dos líderes. Em 1985 conseguiu ser o candidato presidencial da direita, mas à segunda volta Mário Soares, numa campanha que teve tanto de disputada como de "acanalhada", trocou-lhe as voltas e perdeu as eleições. A partir daí andou politicamente aos caídos, sempre ao sabor dos "ventos" que corriam e conservando uma pose professoral e auto-intitulando-se "referência do regime". Regressou ao CDS, onde um clarificador "banho eleitoral" o afasrtou de vez das lides partidárias. Distribuiu pareceres, "enfeitou" muitas jarras (que é como quem diz foi fazendo uns "jeitos" a quem mais convinha...), foi um crítico de Cavaco (a quem nunca perdoou o facto do PSD não o ter ajudado a liquidar as dívidas resultantes das presidenciais perdidas) e aproximou-se lentamente dos socialistas. Com José Sócrates conseguiu finalmente regressar ao poder e logo como ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros de um governo socialista(!), pasta a que regressou e onde permaneceu até, alegando motivos de saúde, eixar o governo. Como no tempo da AD foi progressivamente afastando-se de quem lhe tinha dado a mão (neste caso, Sócrates) e sentindo para que lado corriam os ventos, como que "cheirando" o poder. Pelos vistos já curado da maleita que o apoquentava e fez sair do governo socialista, num dos seus habituais "volte-face" político-partidários veio agora piscar o olho a Passos Coelho e colocar-se estrategicamente como "ministeriável" ou mesmo - quem sabe? - como uma hipótese para chefiar um hipotético governo de amplo apoio parlamentar, isto no caso de nenhum dos principais partidos obtiver a 5 de Junho uma clarificadora vitória nas urnas. Como diz um amigo meu: "Está provado que para muitos, o crime compensa, n'é? Vais ver que ainda nos arriscamos a 'levar' com o professor...". Safa!
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