EMBORA JÁ pouco me espante na actuação enquanto chefe de Estado de Cavaco Silva, confesso que o sua inusitada declaração pública de ontem em que defendeu a desvalorização do euro surpreendeu-me. Não acho curial que, na situação em que o País vive, dois ou três dias após o ministro das Finanças ter anunciado uma série de medidas destinadas a tentar fazer cumprir o acordo estabelecido com a troika e do próprio governo contar apenas com um mês de existência, o Presidente da República resolver dar "bitaites" enquanto economista, especialista em finanças públicas ou lá o que ele é, metendo-se no que não é chamado e objectivamente criando problemas ao primeiro-ministro que foi obrigado, visivelmente atrapalhado, a dar também a sua opinião publicamente. É pena que quando o País necessita que o Presidente fale, ele se cale e, por outro lado, quando é aconselhável que ele permaneça mudo, ele resolva meter-se onde não é chamado. Irra!
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