A PROPÓSITO da curta e polémica visita a Portugal da chanceler Angela Merkel e com a devida (e mais do que merecida) vénia, não resisto a transcrever um trecho de um post publicado no seu blogue "Duas ou três coisas" (http://duas-ou-tres.blogspot.com.br) pelo embaixador Francisco Seixas da Costa que tem o condão de recordar factos (e também a responsabilidades de algumas personagens...) que, apesar de recentes, parece terem caído no esquecimento de muitos: "O pacote de austeridade
que hoje é aplicado a Portugal é produto de uma receita económico-financeira,
que comporta algumas dolorosas reformas do Estado, que foi desenhada por três
instituições internacionais - uma das quais, aliás, é presidida por um
português (Comissão Europeia) e outra que tem outro português como
vice-presidente (BCE). Foram essas instituições quem negociou, com um governo
português já então fragilizado pela perda de confiança política interna que o
tinha afastado do poder, um programa de "assistência" que, à época,
acabou por ser politicamente ratificado por outras forças partidárias
portuguesas. O voto maioritário de muitos de quantos hoje entre nós protestam
veio, aliás, a atribuir a essas outras forças políticas, que haviam sido
determinantes no afastamento do anterior executivo, o encargo de passar a
governar o país, nele incluída a responsabilidade de aplicar o programa
acordado e, nessa tarefa, de decidir as escolhas específicas a fazer, dentre as
medidas concretas que apontem no sentido das metas genéricas da
condicionalidade que são determinadas pelo contrato subscrito."
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