COM A mais que merecida e devida vénia, não resisto a
transcrever a coluna do meu amigo José Ferreira Fernandes
que acabei de ler na edição online do "Diário de Notícias".
Como todos os escritos de "FF", este "Assange e a guerra do preservativo" é uma peça verdadeiramente
notável e onde o autor, aliás como sempre, consegue ir buscar o "lado
óbvio" (chamemos-lhe assim...) dos factos, "embrulhando-os"
inteligente e ironicamente: "Em agosto de
2010, Julian Assange, famoso e em vias de o ser mais, foi a um debate, na
Suécia. Encontra "Miss A", que o convida a ir lá para casa. Têm sexo.
Dias depois, noutro debate sueco, Assange encontra "Miss W", vão para
casa dela e têm sexo. Os debates na Suécia já parecem um manual de instruções
do Ikea, sempre com convites para montar algo. E até faltou uma peça:
"Miss A" e "Miss W", tendo-se encontrado dias depois,
conversaram sobre Assange e deram-se conta de que ele não usou, como prometido,
o preservativo. Apresentaram queixa e estamos agora à beira de uma guerra. Já
houve guerras por causas insignificantes, mas nunca por uma tão fina e
transparente. Assange foi para o Reino Unido, a Suécia pediu extradição,
Londres concedeu, Assange fugiu para a Embaixada do Equador, Quito deu-lhe
asilo político e temos armado o conflito. O Equador quer levar Julian Assange e
a Grã-Bretanha não deixa. Depois de terem guerreado os argentinos por causa de
lã (nas Malvinas só há ovelhas), os britânicos arriscam-se a combater outros
sul-americanos por causa de látex. Entretanto, Julian Assange está nas suas sete
quintas. Se bem se lembram, ele tornou-se famoso por desvendar telegramas
diplomáticos. E, agora, está dentro de uma embaixada... O embaixador
equatoriano tem interesse em fechar bem as gavetas. Ele que pergunte às suecas.
Assange pode só entrar quando é chamado, mas depois de lá estar não é de
confiar." Genial!
1 comentário:
É uma vergonha o que se está a passar, Zé Paulo :-(
Enviar um comentário