AQUI ONDE estou, no Brasil, os últimos dias têm sido dias de grandes epílogos... Primeiro foi o da telenovela "Avenida Brasil", um enorme sucesso da TV Globo que há muito já não se via e cujo episódio final "obrigou" as autoridades a reforçarem a potência da rede eléctrica, tal o extraordinário nível de audiências que esta produção provocou. Hoje foi a vez do remake da saudosa "Gabriela", agora protagonizada por uma Juliana Paes que (perdoem-me os seus fãs...) não me fez esquecer Sónia Braga, chegar ao fim. E como não há duas sem três, também na Globo e logo a seguir ao último episódio de "Gabriela", tenho a impressão que assisti ao último debate televisivo da carreira política de José Serra, o candidato do PSDB que enfrentará no próximo domingo, na segunda volta, Fernando Haddad na segunda volta das eleições para prefeito de São Paulo. Vou mais longe: durante uma hora e pouco, chegou a ser penoso assistir a um desorientado e atordoado Serra, perante um adversário que o "encostou às cordas". Hoje, Serra nitidamente jogou as últimas cartadas de uma carreira política marcada por um excelente desempenho (reconhecido por todos) como ministro da Saúde de Fernando Henrique Cardoso, um corajoso passado enquanto oposicionista à ditadura militar, uma discreta passagem pelo governo de S. Paulo, mas também por duas marcantes e traumáticas derrotas em eleições presidenciais - uma contra Lula, em 2002; a outra opondo-se a Dilma, em 2010. Tudo leva a crer que no próximo domingo - e contrariamente ao que tudo levava a crer ainda há poucas semanas - Serra será inapelavelmente derrotado pelo candidato do PT, antigo ministro da Educação de Lula e Dilma e que, em poucos meses, graças a um excelente trabalho dos seus consultores, conseguiu construir uma imagem que lhe garantirá uma eleição que ainda há bem pouco tempo parecia impossível.
Enfim, foi a semana de todos os finais...
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