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quinta-feira, 20 de outubro de 2011

O "indignado de luxo"


NOS ÚLTIMOS tempos e sempre que oiço o Presidente da República vem-me à memória a famosa "tia do Solnado", aquela senhora que "gostava muito de dizer coisas" - lembram-se? Pois é... definitivamente Cavaco Silva é uma versão masculina e actualizada da familiar imortalizada por Raul Solnado num delicioso sketch que ficou célebreMais: quando devia estar calado, fala; e quando devia de facto falar, não abre a boca. Vindas de quem vem, possuindo ele as responsabilidades que possui, as suas últimas declarações sobre o Orçamento de Estado são no mínimo infelizes. Já não digo por serem objectivamente críticas do documento, mas porque vem dar um inestimável contributo aqueles que, dentro do PS, defendem o voto contra. Mais uma vez - e começam a ser demais! - Cavaco Silva teve um comportamento que roça a irresponsabilidade e que mostra que mais que o País, o que a ele de facto lhe interessa e move é pura e simplesmente o colocar-se em "bicos de pés" - vá lá saber-se porque razão. Pelos vistos, hoje em Belém, não temos um Presidente da República, mas sim "um indignado de luxo"...

5 comentários:

Eduardo Saraiva disse...

Nunca escondi a admiração pelo político Cavaco Silva, quer como Primeiro Ministro, quer como Presidente da República. Na primeira candidatura à Presidência fui seu mandatário na minha terra - Fundão.
A intervenção, de ontem, mesmo numa reunião de economistas (como ele referiu)foi feita pelo Presidente da República. Sinceramente, ainda não a compreendi.
Uma resposta poderá ter sido dada, ontem, em "Negócios da Semana" (SICN) pelo prestigiado economista Silva Lopes, ao responder ao entrevistador:
"Se não for o dinheiro que a troika nos dá, daqui a 15 dias não temos dinheiro para pagar aos funcionários".
Esta é a dura realidade

marina lemos disse...

Nem mais! Eu acho é que o sr. Silva rege a sua conduta por razões meramente pessoais. Deve ter ficado fulo quando ouviu o ministro das Finanças na RTP a anunciar que ia acabar com a acumulação de pensões... Começo a ter vergonha de ter votado nesta criatura

Karocha disse...

Zé Paulo

"Bicos de Pés"?
Para quem...

maria lisboa....... disse...

Não ouço Cavaco há mais dum ano.
Nunca votei nele nem para PM e menos para PR.
Sempre o culpei pelo Golpe a Santana Lopes aplicado por Sampaio.
Não é um homem honesto.
Mais importante que Cavaco é o problema Algarvio:

PORTAGENS NA VIA DO INFANTE NÃO!MAS A EXISTIREM, SÓ A 2 CÊNTIMOS POR KM.
A FARO 1540 vem pelo presente comunicado e com base no que foi discutido na última Conferência “Cidades pela Retoma – Acessibilidades e Transportes”, organizado por esta associação, manifestar o seu profundo desagrado pelo pagamento de portagens na Via do Infante (A22) que, ao que tudo indica, vão começar no dia 15 de Abril. Esta imposição será um forte rombo na economia da região e na vida dos algarvios.

Se bem que o conceito do utilizador-pagador, nos tempos de dificuldades financeiras que o país atravessa pareça correcto, não é menos válido o conceito SCUT, que visa diminuir e minimizar assimetrias entre o país procurando fomentar o dinamismo económico e a circulação célere de bens, pessoas e serviços nas zonas menos desenvolvidas ou mais periféricas de Portugal continental. Recorde-se que, a este propósito, entre 2006 e 2008, para manter esta estratégica económica, houve um aumento de 7,5 cêntimos por litro de combustível*1 (2,5 cêntimos/ano) para pagar as vias sem custo para o utilizador (SCUT). Curioso que, agora que as portagens estão em funcionamento já em quase todo o país, não tenha surgido ainda nenhuma indicação sobre o término deste imposto nos combustíveis.

No caso concreto da Via do Infante convém referir que o lanço desta estrada entre VRSA e Alcantarilha foi co-financiada em parte, com o apoio da União Europeia, nomeadamente através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER) e a restante parte financiada pelo Estado português. O restante troço, até Lagos foi concluído em 2003 pela Euroscut, grupo que passou a garantir a manutenção, construção e gestão da A22 desde o ano 2000.

Muitos especialistas defendem que esta via não pode ser considerada uma Auto-Estrada em virtude de não cumprir os requisitos técnicos impostos a estas estradas, para além de ter um escoamento manifestamente insuficiente e perigoso das águas pluviais; falta de condições próprias do pavimento betuminoso e betão em diversos locais ao longo de toda a via rápida; separador central em betão armado ao longo de toda a via rápida, o qual não garantiu nem pode garantir nunca, que em caso de acidente os veículos passem para o sentido inverso de circulação aumentando a gravidade do acidente; falta de raile de segurança nas laterais da via rápida ao longo de quase toda a A22 (condição obrigatória para definição de Auto-estrada) e perfil de estrada sinuoso o qual não obedece aos parâmetros de auto-estrada nem no traçado de curvas nem no perfil altimétrico (condição obrigatória para definição de Auto-estrada).

continua

maria lisboa....... disse...

continuação
Para além destes pontos bastante pertinentes acresce a falta de uma alternativa viável à A22 uma vez que a EN 125 é praticamente uma rua que atravessa a maior parte das cidades algarvias não garantindo condições satisfatórias de segurança e de escoamento de tráfego. Como é evidente, as portagens na A22 vão provocar o aumento do tráfego automóvel na 125 que vai inevitavelmente provocar a diminuição da mobilidade no Algarve; maior desinteresse do turista pelo Algarve em comparação com Espanha e outros destinos concorrentes; diminuição da qualidade de vida do cidadão; diminuição da produtividade; mais mortes e acidentes que implicam despesas como a cobrança de seguros de vida, tratamentos hospitalares, aumento de dívidas incobráveis e gastos com pensões de invalidez e reformas.

Por tudo isto a FARO 1540 considera que as despesas directas e indirectas provocadas pela introdução de portagens vão ser sobejamente superiores às receitas geradas por estas e que devia prevalecer o bom senso mantendo a Via do Infante como SCUT.

No entanto, mesmo que se decida implementar portagens, (e uma vez que estas portagens visam pagar as despesas de manutenção das SCUTS) a FARO 1540 não considera justo, que o valor previsto a ser cobrado na Via do Infante (7 cêntimos/km) seja somente 1 cêntimo mais barato que os preços praticados pela Brisa na A2, empresa esta que para além das despesas de manutenção e gestão ainda visa o lucro.

Por outro lado, tal como já alertado, dos 133 km da Via do Infante, 94 km foram construídos com recurso a fundos comunitários e somente 38,3 km (entre Alcantarilha e Lagos) foram pagos já num contrato SCUT. Assim considera-se que só esses 38,7 km são passíveis de serem portajados. Contudo a FARO 1540 não considera correcto que só o lado do Barlavento da Via do Infante esteja sujeita a portagens, tanto mais que vemos o Algarve como um todo indissociável. Neste sentido, o custo inerente a estas portagens no Barlavento devem ser diluídas por toda a Via do Infante passando o custo do km a representar 2 cêntimos em detrimento dos 7 cêntimos anunciados. Assim, uma viagem de ida e volta de Lagos a VRSA passaria a custar 5,32 €uros em vez dos 18,62 €uros que estão previstos.

A FARO 1540 considera que a existirem portagens, este valor dos 2 cêntimos por km é de facto o valor justo na Via do Infante pelas questões anteriormente mencionadas (inexistência de alternativa, não ser auto-estrada e construída em parte por fundos da União Europeia) e está convicta que poucos reflexos negativos teria na vida dos algarvios e na economia da região.

*1 http://www.cmjornal.xl.pt/detalhe/noticias/nacional/politica/aumento-dos-combustiveis-paga-scu

Tema velho mas actual!